sexta-feira, 22 de junho de 2012

9 Capítulo - Sexy Love



Manuela: Ni, você viu que legal foi a minha festa?
Joe: Vi sim, princesa. Foi muito, muito linda.
Manuela: E a Demi? Onde ela está? Como ela tá?
Dianna: É verdade, minha filha. Onde sua irmã está?
Joe: Acho que está lá em cima com Christian - tentei disfarçar meu asco ao falar dela.
Dianna: Ela está melhor?
Joe: Por mim - dei os ombros.
Paul: O que aconteceu com vocês, hein?
Joe: Nada, ué!
Manuela: Ni, você viu quantos presentes eu ganhei?
Joe: Não vi não. Onde estão?
Manuela: Onde tá, mamãe?
Dianna: Estão no carro, não é, Paul?
Paul: Estão sim. Todos lá...
Manuela: Então vamos pegar, Ni.

Coloquei-a no chão e ela me arrastou até fora de casa para pegar os benditos presentes. E realmente eram muitos. Precisei de umas três viagens para conseguir leva-los todo para dentro de casa. Ela desembrulhou todos, e com uma alegria inexplicavel me mostrava todos.Pouco depois ouvi a voz de Demetria e de Christian, olhei para a escadas e eles desciam as mesmas. Mirei seu braço, e estava muito vermelho. Não tinha a marca da minha mão, mas estava vermelho demais. Se ela tivesse sorte, ficaria roxo. E eu esperava isso do fundo do meu coração. Manuela fez menção de levantar e eu a segurei, voltando a atenção aos presentes. Ela passou por mim sem dizer nada, e Christian só disse um tchau para mim e feliz aniversário a Manuela, que também o ignorou. Ficaram um pouco fora e depois ouvi o barulho do carro de Christian ligando e logo Demetria voltou, indo em direção a cozinha. Mas que inferno! Eles iriam perguntar porque seu braço estava vermelho, e ela ia abrir essa enorme boca que ela tem. Fui para a cozinha, claro, eu tinha que me defender, e levei Manuela comigo, no meu colo.
Paul: Demi, por que seu braço está assim?
Demi: Oi? - o olhou.
Dianna: É verdade, minha filha. O que aconteceu? - chegou perto de seu braço e o olhou mais de perto.
Demi: Ah, isso? - ela me olhou, disfarçadamente.

Ah, isso foi Joseph que fez. Não sei, mamãe, ele ficou todo nervosa não sei porque e me fez isso, pensei. Mas só pensei...
Demi: Na hora que eu desmaiei lá na festa. Acho que cai em cima do meu braço e fiquei assim.
Joe: O QUE? - a mirei, espantado.
Dianna: Ai minha filha, você está melhor, não é mesmo?
Demi: Estou. Mas por favor, nunca mais me façam ir a uma festa de criança, sério.
Dianna: Claro que não, meu anjo - abraçou-a e Demetria me olhou, sorrindo.
Demi: Estou com dor na cabeça - se separou e colocou a mão onde eu havia puxado seu cabelo.
Dianna: Bateu a cabeça também?
Demi: Deve ter sido. Deu tudo errado hoje...
Paul: Você só desmaiou, Demi.
Demi: Mas eu ia sair com o Christian, papai. E agora estou assim - ela apontou para o braço - e com uma puta dor de cabeça.
Paul: Não exagere, minha filha.
Demi: Não é exagero - eu ri. Ela não sabia como faze-los ficar com dó dela.
Manuela: Dem - a prendi mais em meu colo -, e meu presente?
Demi: Ah é, Manu - ela me olhou, sorrindo -, já havia me esquecido. Está lá em cima, vamos lá que eu te dou.
Joe: Depois ela dá, Manu. Vamos voltar para a sala agora.
Manuela: Não Ni, eu quero ver o presente da Demi.
Demi: Eu não irei morde-la, Joseph. Se quiser ir conosco, pode vir.
Dianna: Deixe-a ir, Joe. 


Exitei, mas acabei colocando-a no chão. Quando ela saiu correndo, Demetria foi atrás dela, e eu não correria o risco dela fazer algo com Manuela. Fui atrás das duas. Quando chegamos em seu quarto, o vestido que eu havia dado a ela, e que ela havia usado na festa, estava em pedaços no chão. Ela foi até o guarda roupa e nem se importou em esconder o vestido. Mas confesso que senti um aperto no peito quando vi. Não entrei em seu quarto, mas me apoiei no vão da porta e fiquei olhando.
Demi: Aqui está - ela entregou o presente a ela - Espero que goste.
Manuela: Obrigada Demi - abriu os bracinhos para abraçá-la, e Demetria me olhou.
Demi: Por nada, minha linda - a abraçou.

Eu parecia mais um cachorro protegendo a sua cria. Quase pulei em cima dela quando abraçou Manuela. E seu olhar me dava ódio. Logo elas se soltaram e puxei Manuela para fora daquele quarto. De uma a outra, ou um dia eu matava Demetria, ou um dia ela me matava.
Afinal, o que estava acontecendo com ela?

Mais ou menos um mês se passou depois que a máscara de Demetria caiu, e ela nunca mais havia dirigido a palavra a mim. Nem se quer na frente de nossos pais. Eu também não fazia questão, só fazia de que ela não chegasse nem perto de Manuela. O que fez, e voltou a ignorá-la como sempre havia feito. Continuava com Nicholas e Rodrigo, já eu estava com Taylor, mais forte do que nunca, e dessa vez, pensar em Demetria não atrapalhava. Se é que me entendem... 


Taylor: Quantos você quer? - apontou para Manuela que corria pelo parque.
Joe: Três - mostrei a língua e sorri - Gosto de crianças...
Taylor: E ninguém sabe disso, não é mesmo?
Joe: Claro que não - a abracei, rindo - Já te contei que acharam que ela era filha da Demetria?
Taylor: Sério? - riu.
Joe: Te juro. E quando eu disse que nós três eramos irmãos, a mulher quase morreu de vergonha.
Taylor: Elas realmente se parecem. Manuela tem os olhos de Demi, mas é bem parecida com você também.
Joe: Esse negócio de tem os olhos dela, faz parecer que ela é filha dela, Taylor.
Taylor: Desculpa - riu - Mas o que aconteceu? Vocês estavam tão bem antes do aniversário da Manu.
Joe: Sei lá, aquela menina é doida - nos sentamos em um banco e ela se virou para ficar frente a frente comigo.
Taylor: Eu já disse que te amo? - sorri, e vi que olhava meus lábios.
Joe: Hum - fiz cara de pensativo - Acho que não.
Taylor: Então... Eu te amo - ela me deu um selinho.
Joe: Não começa, ok? Estamos em uma praça pública.
Taylor: Só vamos nos beijar, Joe. Isso que você está pensando, a gente faz mais tarde.


E me beijou. 


Manuela: Oi - cruzou os braços, nos olhando nervosa.
Joe: Oi Manu - me curvei e a peguei, fazendo-a sentar na minha coxa.
Taylor: Alguem aqui é muito ciumenta, sabia? - riu.
Joe: Ciumenta? Magina. Impressão sua.
Manuela: Por que você estava beijando ela? - falou no meu ouvido.
Joe: Por que ela é minha namorada. Você sabe disso...
Manuela: Ah é. Vocês vão se casar? - Taylor me olhou e arqueou a sobrancelha, gostando de sua pergunta.
Joe: Um dia nós vamos.
Manuela: E eu vou ter primos para brincar? - seus olhos brilharam.
Taylor: Sobrinhos, Manu.
Manuela: E primos?
Joe: A gente tem vários, princesa.
Manuela: E os filhos da Demi vão ser meus... - pensou, mas não se lembrou da palavra - Como é mesmo, Malela?
Taylor: Sobrinhos - riu.
Joe: E é Taylor.
Manuela: Isso. É... Os filhos da Demi vão ser meus sobrinhos?
Taylor: Vão sim - passou a mão pelo rosto de Manu.
Joe: Espero eu que ela nunca tenha filhos - sussurrei.
Taylor: Pois eu também - respondeu - Quem quer um sorvete?
Manuela: Eu quero - gritou e pulou do meu colo.
Joe: Então vamos comprar um sorvete - me levantei e dei as mãos a Taylor, que se levantou em seguida.
Taylor: Vai querer do que? - perguntou a Manuela.
Manuela: Hum... Morango.
Joe: E você? - nos aproximando da barraquinha de sorvete.
Taylor: Chocolate.
Joe: Sempre. Dois de morango e um de chocolate, por favor.


O homem nos entregou o sorvete, paguei e entreguei a elas. Voltamos a caminhar e olhando Manuela correndo de cima para baixo e de baixo para cima. É, era com ela que eu queria passar toda a minha vida.


 Demetria;

Demi: Eu nunca vou decorar isso - joguei a folha na mesa e o olhei.
Christian: Claro que vai.
Demi: Me diz... Por que EU tenho que cantar isso, sendo que o apaixonado é você?
Christian: Por que a peça é assim.
Demi: Vou matar a Holly, é sério.
Christian: Certo. Vamos fazer uma pausa.
Demi: Ótimo - me levantei e abri a geladeira - Bê, esse suco é do que?
Christian: Abacaxi. Sei lá, minha mãe que fez.
Demi: Hum... Abacaxi - peguei a jarra - Roxo? - mostrei a ele.
Christian: Então deve ser de beterraba - olhou para a jarra, pensativo.
Demi: Você é escroto - cheirei o suco. Uva.
Christian: Obrigado - pegou dois copos e colocou em cima da pia.
Demi: Te falei o que vou fazer?
Christian: Depende. Você faz tantas coisas...
Demi: Sobre o que Joseph me fez. Aquele dia lá em casa.
Christian: Ah. E o que você vai fazer? - ele me olhou, piscando os olhos e me fazendo rir.

Demi: Simples. Eu vou me vingar dele - coloquei suco em cada um dos copos.
Christian: Ah claro, e como pretende fazer isso? - entreguei o copo a ele.
Demi: Vou pegar no ponto fraco dele. E ela vai se arrepender de ter feito o que fez comigo.
Christian: O que você pretende fazer, sua maluca?
Demi: Quem é o ponto fraco de Joseph?
Christian: Manuela? - me olhou, e eu ri - O que você vai fazer?
Demi: Nada demais. Eu só v...
Olívia: Olá crianças.
Demi: Olííí - eu sorri. A adorava.
Olívia: Como está, Demi?
Demi: Bem e você?
Olívia: Ótima. E o que estão aprontando?
Christian: Estou ajudando Demi a decorar a música.
Olívia: Está muito difícil?
Demi: Eu não sei porque eu tenho que decorar isso. O apaixonado da peça é ele. 

Christian: O negócio é que no final da peça, nós dois vamos cantar juntos.
Demi: Isso eu sei, anta. Mas enfim, Oli, você vai na estréia, né?
Olívia: Claro que vou. Você acha que vou perder meus dois atores preferidos? Até parece.
Demi: Obrigada, obrigada - eu ri.
Olívia: Bom, vou tomar um banho e descançar. Até mais, queridos.
Christian: Tchau mãe.
Demi: Até, Oli - a olhamos sair - Por que a minha mãe não é igual a sua?
Christian: Por que ela não tem um filho gay.
Demi: É, pode ser.
Christian: Mas me diga, minha rainha, o que você pretende fazer?
Demi: Isso você só vai descobrir quando eu fizer.
Christian: Mas você não pretende nem matar, sequestrar e nem fazer nada disso com a menina, não é?
Demi: Claro que não. Eu sou ruim, mas também não exagera, por favor. Eu só vou... bem, você vai ver.
Christian: Você vai para o inferno, Demetria. Eu estou prevendo... E eu não vou lá te buscar.
Demi: Obrigada pela sua sincera amizade, bebê - sorri, falsamente.
Christian: Ok, vamos voltar para a música. Não quero saber dessas suas loucuras.
Demi: Está bem - bufei e me sentei, pegando o papel.



Joseph iria me pagar. Ia pagar tudo o que havia feito. Não só por ter me machudado, mas por ter me humilhado na frente do meu melhor amigo. Ela ia ver que com Demetria ninguém mexia. Iria se arrepender de tudo o que havia feito, e principamente, iria se humilhar pedindo o meu perdão. Por que se ela queria guerra... Guerra ela iria ter.
Christian: O que vai fazer esse feriado?
Demi: Acho que vou passar com o Rodrigo. Para ele não pensar que eu estou traindo ele com outro. Um absurdo, não é mesmo?
Christian: Verdade, como alguém pode pensar isso de você?
Demi: Pois é. Mas e você?
Christian: Não pretendo fazer nada. Só vou aproveitar... Acho que vou ao clube. Não sei, depois eu decido.
Demi: Vou sair com o Rodrigo hoje - comentei.
Christian: Em plena terça-feira?
Demi: Estou com saudades dele, ok?
Christian: O que ainda está fazendo com ele, Demi? Eu sinceramente tento, mas não consigo te entender.
Demi: Ai meu bebê, eu gosto dele. Só que meu pecado capital é a luxuria, entende?
Christian: Ah tá.
Demi: Enfim, eu já vou - me levantei.
Christian: Ah, já? Nem mandei você ir embora hoje - fez bico.
Demi: Tenho que ir mesmo. Vou me arrumar por que depois ele vai passar lá em casa para sairmos.
Christian: E aonde vão?
Demi: Vamos jantar em algum restaurante, depois vamos ficar nos catando no carro e a meia noite ele vai me deixar em casa como um bom menino.
Christian: Tá bom... Mas amanhã apareça no ensaio.
Demi: Você sabe que meus encontros com o Rodrigo não passam da uma da manhã, então, caindo ou não, estarei no ensaio cantando alegremente com você.
Christian: Não amor, amanhã tem prova.
Demi: Prova de quem, menino? Eu já sai da escola faz tempo.
Christian: Não é atoa que é loira. Prova do figurino. 
Demi: Ai, é mesmo. Mas eu vou, já disse que vou.
Christian: Ok. Um beijo e juízo nessa cabeça, minha rainha.
Demi: Eu te amo, bebê - dei um beijo em seu rosto e peguei minha bolsa.

Fui para minha casa e quando cheguei lá Joseph estava na sala brincando com Manuela. Passei por elas e nem falei nada. Só subi, tomei um banho, me troquei e fiquei esperando por Rodrigo. Logo ele chegou e então me levou a um restaurante. Sua companhia era boa... Eu gostava de nossas conversas e do que passavamos juntos. Pena que não era o namorado perfeito que eu gostaria de ter. Sim, eu queria um namorado perfeito. E que pelo visto, não existia.
Rodrigo: Vai fazer alguma coisa esse feriado, meu amor?
Demi: Não. Acho que Christian ia me chamar para ir a algum lugar mas eu disse que preferia passar com você.
Rodrigo: Então nós podemos fazer uma viagem a praia, o que acha?
Demi: Que ótima idéia, meu amor - exclamei, animada.
Rodrigo: Vamos nós e mais alguns amigos, você se importa?
Demi: Claro que não, você sabe que eu gosto dos seus amigos.
Rodrigo: Vai ser uma viagem divertida.
Demi: Vai sim - sorri - Faz tempo que não fazemos algo.
Rodrigo: Bom, o que quer fazer agora? - limpou os lábios com o guardanapo.
Demi: Sei lá, o que você quer fazer? Algum lugar em especial? Ou algo em especial? - sorriu, entendendo meu recado.
Rodrigo: Ah, claro que quero fazer algo em especial.
Demi: E então vamos?
Rodrigo: Vou pagar a conta e já vamos.
Anahí: Ok - tomei meu último gole de vinho e olhei para o lado.

Paraíso. Cabelos castanhos, olhos verdes. Se controle Demetria, seu namorado está com você. Sua galinha! Lembre-se, toda vez que sentir que vai ter uma recaída, reze o Pai Nosso. Isso... Acalme-se!
Rodrigo: Vamos?
Demi: Claro - me levantei e sai dali o mais rápido possivel.
Rodrigo: Entregue - sorriu.
Demi: Obrigada - retribui o sorriso e olhei no relógio. 01:35. É passamos da uma - Você vem me pegar na quinta?
Rodrigo: Estava pensando em ir amanhã de noite. O que acha?
Demi: Ótimo, perfeito! Me liga então para combinarmos o horário?
Rodrigo: Ligo amanhã pela manhã. Se eu conseguir acordar.
Demi: Sorte sua que você ainda tem a possibilidade de sum se, porque eu não tenho.
Rodrigo: Então é melhor você ir. Até amanhã.
Demi: Até - dei um selinho nele e abri a porta. Quando ia sair ele segurou minha mão.
Rodrigo: Você sabe que eu te amo muito, né?
Demi: Claro que sei - sorri de canto - E eu também te amo muito - fiz um leve carinho em sua mão e sai do carro.

Quando entrei em casa, vi que tinha alguém ali. Claro, a única pessoa que estaria dormindo na sala seria Joseph. A televisão estava ligada em um canal qualquer, mas ainda assim eu conseguia ouvir sua respiração pesada pelo sono. Cheguei mais perto e vi que sim, ele estava dormindo. Me abaixei, ficando de sua altura e contornei seus lábios com os dedos.
Demi: Você vai me pagar, Joseph - sussurrei - Você vai pagar por cada segundo que me fez passar dor e vergonha. Eu vou tirar de você o que tem de mais precioso na sua vida. Você vai vir até mim pedir perdão, e eu terei o prazer de rir da sua cara. Depois que eu voltar do feriado, você vai desejar nunca ter feito o que fez - dei um beijo em seu rosto e me levantei - Boa noite, irmãozinho! - ri e fui para meu quarto.


Christian: Bom dia, rainha da minha vida - passei reto dele sem falar nenhuma palavra - Bom dia, mal humor - veio atrás de mim - O bom humor mandou lembranças, sabia?
Demi: Bom dia só se for para você, porque para mim está dificil.
Christian: E o que aconteceu agora?
Demi: Estou com sono. Não sei como acordei hoje. Já tomei café, coca-cola e até agora já quase consegui bater meu carro.
Christian: Passou da uma?
Demi: Consegui pegar no sono só as três. Quatro horas. Eu dormi quatro horas, bebê - fiz bico.
Christian: Ah, de noite você dorme mais cedo, oras.
Demi: AAAAH, deixa eu te contar.
Christian: Olá bom humor - sorriu - Conte tudo e não negue nada.
Demi: Vou passar o feriado com o Rodrigo.
Christian: Sim, isso você já tinha dito. Mas o que tem?
Demi: Vamos a praia. Ou seja, quatro dias inteirinhos sem Dianna, Paul, Joseph e Manuela. Não é demais?
Christian: Nunca vi alguém para odiar tanto a família igual você, meu Deus do céu.

Demi: Enfim - ignorei o que disse -, vamos nós e mais alguns amigos dele.
Christian: Tu, tu, tu... Alerta! Alerta! Amigos! Perigo - brincou.
Demi: Pára Christian! - dei um tapa em seu ombro - Eu não faria nada com um amigo dele.
Christian: Mas você conhece aquele ditado, não conhece? Os amigos dos meus amigos...
Demi: São meus amigos - completei - Só que tem um porém, meu amor. Rodrigo é meu namorado.
Christian: Da no mesmo.
Demi: Não, não dá - olhei no relógio - Vamos comprar café comigo?
Christian: Não dá tempo.
Demi: Claro que dá - peguei na sua mão e comecei a arrastá-lo - Somos as estrelas da peça. Nós temos que atrasar.
Christian: De verdade, de tanta gente, não sei porque logo eu fui escolhido para ser seu melhor amigo, por que pelo amor de Deus Demetria, como você é chata.
Demi: Obrigada, mas vamos. 


Quando voltamos ao teatro, todos nos esperavam, e Pedro já estava soltando fogo pelos olhos. Expliquei por cima o que havia acontecido e ele se acalmou. Acabamos nem ensaiando naquele dia. Só ficamos vendo o figurino... Os modelos, fizemos as medidas e no final estava saindo tudo certo.
Depois que terminamos tudo, voltei para casa e estava atrasada. Pois Rodrigo havia combinado comigo que iria me pegar em casa as oito e na eu cheguei em casa as sete e meie. E nem se quer havia arrumado minhas roupas. Nem fiz questão de fazer as coisas muito rápidas, pois Rodrigo sabia que eu iria atrasar. Eram quinze para as oito quando Rodrigo chegou e eu ainda estava comendo algo para depois ir tomar banho e separar minha roupa. O deixei na sala, com Manuela e com Joseph. Sabia que Joseph não seria uma ameaça, pois eu podia muito bem contar a namoradinha dele o que ele fazia escondido dele. Ok, ele não fazia nada. Mas eu podia dizer o que nós dois tivemos, sem mencionar que fora eu.


Quando olhei o relógio eram oito e meia, e eu estava pronta. Havia colocado um vestido solto e florido, prendi os cabelos, como de costume e desci. Notei que ao pisar na sala, Joseph evitava me olhar. Já Rodrigo só faltava babar em cima de mim 


Rodrigo: Vamos, então? - pegou minha mala.
Demi: Claro - sorri - Só que antes a gente pode passar em um lugar?
Rodrigo: Em que lugar?
Demi: Na farmácia - ri.
Rodrigo: Sem problemas. Bom Joe, foi bom conversar com você - estendeu a mão para ele.
Joe: Igualmente, cara - sorriu.
Rodrigo: E se der...
Joe: Pode deixar - respondeu, sem deixá-lo terminar de falar - Boa viagem para vocês.
Rodrigo: Valeu. Tchau Manu - apertou sua bochecha e ela sorriu.
Manuela: Tchau Digo. Tchau Demi - olhou para mim e eu a ignorei.
Demi: Vamos - dei a mão para Rodrigo e o puxei para fora de casa.

Antes de irmos, passamos a farmácia e eu tomei meu anti-concepcional mensal. Não pegamos tanto trânsito como pensávamos que iriamos pegar, mas parecia que nunca iamos chegar a bendita casa. Estava calor, e nem o ar condicionado adiantava mais, de tanto que eu suava.
Demi: Falta muito?
Rodrigo: Você parece uma criança, Demi.
Demi: Estou ansiosa, meu amor. Mas ao mesmo tempo, não aguento mais ficar nesse carro.
Rodrigo: Falta bem pouco, calminha.
Demi: Espero eu. E quem são seus amigos?
Rodrigo: Sabe aquele meu amigo que eu não fui ao aniversário da Manuela para vê-lo?
Demi: Ah, claro. É ele?
Rodrigo: É sim. E mais alguns amigos da faculdade.
Demi: Vai ter alguma mulher? Por que sinceramente, não quero ouvir vocês falando de futebol o tempo todo.
Rodrigo: Ah, vai ter sim. A maioria vai em casal. Bom, eu acho, pelo menos.
Demi: Menos mal.
Rodrigo: Demi, por falar nisso, eu con... - disse, estacionando o carro.
Demi: Até que em fim, meu Deus - sai do carro.
Rodrigo: Acho que o Edgar já está ai.
Demi: Quem? - questionei, olhando o carro.
Rodrigo: O meu amigo.
Demi: Ah sim. Vamos entrar - o mirei, e ele saiu de dentro do mesmo.
Rodrigo: Depois pegamos tudo - veio até a mim, me deu a mão e entramos na casa.

Ao entrar, ouvi gritos femininos e masculinos. Ótimo! Vou passar o feriado na companhia de um monte de babacas. Como eu sou feliz.
Ao chegarmos na sala, notei que deveria ter umas cinco ou seis pessoas. Olhei para fora de novo e vi três carro. O de Rodrigo, e mais dois que eu não conhecia o dono. Aonde você foi se meter, Demetria Lovato?
 


Rodrigo: Oi gente - chegou sorrindo.
- Fala ai, cara. Demorou hein?
Rodrigo: Foi mal ai, Demi demorou um pouco.
Demi: Engraçadinho. Não vai me apresentar?
Rodrigo: Ah claro... Se eu soubesse o nome delas, pelo menos - sussurrou em meu ouvido, me fazendo rir.
Demi: Ai céus! - ri
Pedro: Essas são Bruna, Flávia e Victória - apontou para as meninas - O grandão ali é o Thiago e... Cadê o José?
Demi: Oi - sorri para eles.
Rodrigo: Ele veio, não veio?
Thiago: Até dez minutos atrás, ele tava aqui.
Pedro: Deve ter ido ao banheiro, sei lá. JOSÉ, VOLTE AQUI, MEU AMOR - gritou.
Bruna: Pare, Pedro. Vou lá chamá-lo.
Demi: E aquele seu amigo? O Edgar? - sussurrei para ele.
Rodrigo: São o mesmo. Edgar e José são a mesma pessoa.
Demi: Ah sim, entendi. Adoraria que ficassem: Demetria, Kristen, isso é tão legal.
Rodrigo: Ok, se quiser eu peço para te chamarem assim.
Demi: Por Deus, não... - o olhei - Aliás, o que você ia dizer no carro?
Rodrigo: Ah, por favor, não fique nervosa, mas eu convid...
- Cheguei. Sentiram minha falta, não? - sorriu.

Ai. Meu. Deus.
Rodrigo: Meu amigão - foi até ele e se abraçaram. O segui - Deixe-me te apresentar a minha princesa.
Demi: Para Rodrigo - o cutuquei.
Rodrigo: Demi, esse é Edgar, José, ou como é mais conhecido, Ron.
Ron: Muito prazer, Demi - Ar. Ar. Socorro. Ar.
Demi: Satisfação - sorri, encantada com sua beleza.

É, estava enganada. Meu feriado seria ma-ra-vi-lho-so.
Demi: Onde é o banheiro, meu amor?
Rodrigo: Segue reto, a primeira porta a esquerda.
Demi: Obrigada - coloquei a mão no bolso da calça para me certificar de que estava ali - Já volto.
Rodrigo: Ok. E ai, cara? - voltou a conversar com Ron.

Cheguei ao banheiro e tranquei a porta. Christian, Christian. Eu precisava falar com ele. Disquei seu número... Chamou, chamou. COM QUEM ESSE MALDITO ESTAVA QUE NÃO PODIA ME ATENDER? Respira Demi, respira. Liguei novamente. Caixa postal.
Demi: Escuta aqui, Christian. Não quero saber com quem você está. Só sei que se você não me ligar até amanhã ao meio dia, quando eu voltar para a capital, eu vou te dar tantos tiros, que quando você tiver que cantar na peça, vai fazer eco, porque vai sair voz até dos seus buracos, ok? - desliguei meu celular, mas quinze segundos depois, ele tocou.
Christian: É incrível como a gente não pode nem tomar um banho em paz sem ameaça de morte.
Demi: Chris, Chris - fiz voz de choro - Eu não posso aguentar isso. Tem um cara perfeito aqui - sussurrei.
Christian: Minha rainha. Você não é Cleopatra, ou seja, PARE DE DAR PARA CADA UM QUE APARECE.
Demi: Ele é amigo do Rodrigo - dei a descarga para ninguém ouvir.
Christian: Você está no banheiro? - perguntou, em um tom de asco.
Demi: Não, vou falar isso na frente de todo mundo. Ah, por favor, Christian. Me ajuda...
Christian: Controle-se, Demi. Escute aqui, você não precisa desse cara, ok?
Demi: Isso - concordei.
Christian: Você ama muito o seu namorado, e não precisa de mais um amante. Ainda mais quando ele é amigo do seu namorado.
Demi: Exato - ri - Ok, agora eu tenho que sair porque já demorei demais.
Christian: Certo. Juízo mocinha, quando precisar me ligue, eu te amo e aproveite, ok?
Demi: Tudo bem. Eu também te amo - desliguei.

Coragem!

domingo, 3 de junho de 2012

8 Capítulo - Sexy Love




Demi: Rô? Tudo bem, amor?
Rodrigo: Tudo sim, meu amor. E com você?
Demi: Tudo certo. Escuta, desculpa ligar tão em cima da hora, mas é que eu aceitei hoje o convite. Vamos a festa de Manuela?
Rodrigo: Que horas será?
Demi: As seis, acho!
Rodrigo: Desculpa, meu amor, não vou poder. Lembra que eu te falei do meu amigo que veio me visitar?
Demi: Nossa, é verdade.
Rodrigo: Não fica chateada, tá?
Demi: Sem problemas, meu amor. Eu vou com o Christian. Espera ai - abaixei o celular quando vi dois guardas próximo ao farol, quando me afastei coloquei o celular de volta no ouvido - Foi mal, quase levei uma multa. Mas enfim, não tem problema.
Rodrigo: Obrigado por entender. Mas semana que vem nós vamos ao casamento da minha prima, né?

Prima, prima. Qual delas? Maria, Paola, Paulina, Marimar, Rosalinda, Thalia... THALITA!
Demi: A Thalita né? Ah sim, claro que vamos.
Rodrigo: Ela mesma. Então tá certo, meu amor. Desculpa mesmo.
Demi: Sem problemas - revirei os olhos, não aguentava mais ele pedindo desculpas - Até mais.
Rodrigo: Te amo! Um beijo.
Demi: Também te amo - desliguei o celular e comecei a pensar em uma coisa.

Será que eu realmente o amava? Taylor disse que eu parecia apaixonada. Mas seria exatamente por Rodrigo? Quando cheguei ao shopping, Christian já estava me esperando, e sua cara não era das melhores. 

Christian: Eu ainda não entendi porque você me mandou vir para cá - revirou os olhos e dei um beijo em seu rosto.
Demi: Por que eu prometi que ia comprar um presente para a Manuela, e eu preciso da sua opinião.
Christian: Compra um brinquedo, sei lá. Você me fez sair correndo de casa, sabia? Minha mãe perguntou até quem tinha morrido.
Demi: Sua mãe está desejando minha morte, eu sinto isso.
Christian: Nunca - riu, e me abraçou.
Demi: E então, o que compro? - perguntei, quando entramos na loja.
Christian: Do que ela gosta?
Demi: Eu não sei, Christian. Por isso que pedi para você vir comigo. Eu não posso demorar, ainda tenho que me arrumar.
Christian: Falando em se arrumar, como você vai?
Demi: Isso é surpresa, Chris. Você verá...
Christian: Me diz. Você nunca foi assim. Sempre me contou. Vai, me diz.
Demi: Não Christian, você vai ver.
Christian: Vai ter bebida?
Demi: Deixa eu te explicar... É uma festa de criança.
Christian: Sim, prossiga.
Demi: Em festa de criança, não tem bebida.
Christian: Claro que tem. Tem que ter pelo menos beijo na boca.
Demi: Beijo na boca sempre tem - ri do duplo sentido.
Christian: Ok - ignorou o que eu disse - Que tal esse aqui? - me mostrou um urso panda.
Demi: Que coisa feia, Christian. Tem que ser algo mais delicado... algo como - olhei em volta e vi um unicórnio de pelúcia - isso.
Christian: Incrivel como você escolhe as coisas rápido.
Demi: Se eu tivesse tempo, quem sabe eu ficaria aqui toda a minha vida escolhendo um presente. Mas eu prometi a ela, então, vim comprar. Vamos embora - fui em direção ao caixa.
Christian: Não vai comprar nada para mim? - se fez de ofendido - Mal agradecida.

Eu o abracei e ri. Não tinha melhor amigo que Christian. Não mesmo! 

Sim, eu havia colocado o vestido que Joe havia me dado. E ele estava absolutamente certo quando disse que o vestido ficava perfeito em mim. Deixei meu cabelo solto e os cachos se formaram nas pontas. Coloquei um salto alto que me fazia ficar um pouco mais alta do que o normal. Não que eu fosse alta... Mas ajudava muito. Christian passaria para me pegar, porque não era nada legal eu chegar dirigindo e ele no banco do passageiro. Ah, claro e muito menos iriamos a festa com aquela moto horrivel dele. Consegui convencê-lo a pegar o carro de sua mãe emprestado. Me sentiria bem melhor assim.Quando chegou, eu estava terminando de passar o gloss. Sabia que eu não precisava me arrumar toda, afinal, era uma festa de criança, mas meu ego pedia por isso, e eu, claro, o obedeci.
Christian: Vai para onde, vadia? - me deu um beijo no rosto.
Demi: Para onde você quiser me levar - eu ri e retribui o beijo.
Christian: É sério, Dem. Você está uma gata - ele abriu a porta para mim e eu entrei - É novo esse vestido, né? - perguntou, já dentro do carro.
Demi: Aham. Lindo, não é?
Christian: Destacam os seus olhos. Eu gostei...
Demi: Ganhei - me gabei.
Christian: De quem?
Demi: A pessoa estará na festa, se ela comentar você saberá quem foi, se não, depois eu te conto.
Christian: Porra Demetria, qual é a tua? Tá cheia de segredinhos hoje.
Demi: Gosto de te ver assim, por isso faço isso.
Christian: Você nunca foi assim.
Demoramos mais uns quinze minutos para chegar aonde a festa de Manuela seria. Quando chegamos haviam várias pessoas com crianças e uma gritaria que só por Deus. Christian me olhou com uma cara de: tem certeza que quer entrar ai? Soltei um gemido frustrado e assenti, mesmo contra a minha vontade.
Ao entrarmos no salão, Manuela nos viu e veio correndo até nós. Ou até mim, não sei. Ela me abraçou e Christian me olhou, sorrindo, pela inocencia dela. Me abaixei até ela e a abracei também.

Manuela: Obrigada por ter vindo, Demi.
Demi: Por nada - sorri para ela - O Christian também veio.
Manuela: Ah... Oi - ela tem os ombros e voltou a atenção a mim. Olhei para Christian e comecei a rir - Comprou meu presente?
Demi: Comprei, só que está lá em casa. Quando voltarmos eu te dou, está bem?
Manuela: Tá bem.
Demi: Feliz aniversário, princesa - escapou. Simplesmente escapou.
Joe: Hey, esse apelido é meu.
Manuela: É, Demi, ele que me chama de princesa.
Demi: Oh, me desculpe. Não faço mais - ri, me levantei e Manuela saiu correndo quando viu algum amiguinho.
Joe: Você veio mesmo, e está linda. Realmente o vestido te caiu muito bem - olhei para Christian e tossi, desfarçando o riso.
Demi: Obrigada, e eu disse que viria. - mordi meu lábio.
Joe: É, disse. Ah, oi Christian - o cumprimentou.
Christian: Olá Joseph - apertou sua mão - Ainda bem que alguém lembra que eu existo.
Demi: Não precisa ser tão exagerado assim, Christian. E a cabeça?
Joe: Está melhor - ele riu e colocou a mão na cabeça - E Rodrigo? Não virá?
Demi: Não. Um amigo dele veio visitá-lo. Pediu desculpas mas não pode vir.
Marcela: Joe - o chamou de longe.
Joe: Bom, vou lá. Divirtão-se.
Christian: Valeu. Meio impossível mas tentaremos.
Demi: Acho que ele está se esquecendo de que eu também sou anfitriã.
Christian: Deveria ser, pelo menos - nós rimos e fomos para uma mesa. 

Olhei no relógio e eram sete e meia. Senhor, isso nunca iria acabar? Já havia bocejado diversas vezes e não aguentava mais ficar ali. Maldita hora que havia prometido que iria a aquele lugar. A festa já deveria ter acabado, senhor do céu. O que esse povo ainda estava fazendo naquele lugar? Sete e meia já era hora de criança estar na cama. Ok, eu sairia com Christian depois daquilo ali. De repente as luzes que haviam ali se apagaram. E uma música engraçadinha começou a tocar. Comecei a suar, e não sabia por que. Música... de palhaço. E havia um ali. No meio do salão. Já sabia porque estava suando. Eu tinha Coulrofobia. Sim, eu sei, palavra esquisita, mas sim, isso era medo de palhaços. Sempre tive. Desde pequena.
Palhaço: Quem vamos escolher para nos ajudar? - as crianças começaram a pular igual pipocas.
Demi: Christian, vamos sair daqui - me levantei e puxei seu braço.
Christian: Não Demi, tá gostoso. Eu acabei de pedir mais salgadinhos.
Demi: Pelo amor de Deus, Christian, vamos sair daqui.
Palhaço: Ah, a mocinha que acabou de se levantar. Vem aqui - todos me miraram.
Demi: Não... Não... Christian, vamos sair daqui, por favor.
Christian: Vai lá, Dem. O palhaço está te chamando...
Demi: Chris - comecei a ficar desesperada. Olhei para trás e o palhaço vinha em minha direção - Por Deus, vamos sair daqui.
Palhaço: Vem aqui, moça - pegou no meu braço e começou a me puxar - Como é seu nome?
Christian: DEMETRIA - gritou, animado.
Demi: Não... Escolhe outra pessoa, eu não - tentei puxar meu braço mas ele não soltou. 
Palhaço: Vem, Demetria. Vai ser legal...
Demi: Não, por favor - senti minha voz falhada. Eu não podia chorar na frente DA MINHA FAMÍLIA.
Palhaço: Calma, Demetria - sussurrou, quando finalmente ele havia conseguido me puxar para o meio do salão.
Demi: Me solta - sussurrei.
Palhaço: Calma, Demi - repetiu - Sou eu, o Joseph - sussurrou de volta.
Christian: COMEÇA LOGO - berrou.
Demi: Não é - senti minhas pernas fracas e minha cabeça tonta - Eu estou passando mal.
Joe: Não precisa exagerar, Demi. Calma, é só um truque de mágica e pronto. ESTAMOS PRONTOS PESSOAL - gritou.
Demi: NÃ... - a última coisa que vi foi esse palhaço pegar algumas cartas e então caí.
 

Após ouvir um barulho, olhei para trás e vi Demi caída no chão. Quando olhei em volta, a maioria dos convidados começaram a se aproximar, e minha mãe já estava aos prantos. Tentei acordá-la, chamei, gritei, mas ela não acordava. Logo Taylor chegou com uma garrafa de alcool e algodão.

Christian: É melhor você sair daqui. Se ela acordar e te ver assim ela desmaia de novo.
Joe: É... Ok - exitei, mas me levantei, me afastando.

Pouco a pouco as vozes foram diminuindo, e consegui ouvir a voz fina dela no meio de todas. Ouvi Christian pedindo para que dessem espaço que ela sairia dali, e então resolvi tirar aquela fantasia ridicula de palhaço. Já que, afinal, a festa acabaria. Nunca soube que Demi tinha tanto medo de palhaço desse jeito. Não tanto a ponto de desmaiar de medo. Quando chegasse em casa conversaria com ela. Mas antes, tinha que enfrentar minha namorada, preocupada com minha irmã e... na abstinencia sexual. Quando a deixei em casa, ela falou, falou, falou o que me fez ficar nervoso e quase chutá-la para fora do carro. Não sabia porque, mas necessitava estar em casa o mais rápido possível.Quando cheguei em casa, meus pais e Manuela ainda não haviam chego, mas vi que o carro de Christian estava lá. Passei pelo quarto dela mas a porta estava fechada, só ouvia a voz de Christian. Deveria estar tentando animá-la. Fui para o meu quarto, tomei um banho e me troquei. Ia descer, mas vi que a porta do quarto de Demi estava aberta, então eu resolvi ir para lá, para ver como ela estava. Esperava que ela não se assustasse comigo. Mesmo sem aquela fantasia. Entrei em seu quarto sem bater, e ela se assustou ao me ver. 

Joe: Desculpa, não queria te assustar.
Demi: Não - ela se sentou - Sem problemas.
Joe: Está melhor? - me sentei no canto de sua cama.
Demi: Eu não sabia o que eu ia fazer. Só de lembrar... - ela escondeu o rosto entre as mãos.
Joe: Calma, já passou - me sentei ao seu lado e a abracei.
Demi: Era você mesmo?
Joe: Era sim. Desculpa...
Demi: Promete não fazer de novo? Por favor? - me olhou e me perdi em seu olhar - Hein?
Joe: Prometo - falei, mas nossos olhos não conseguiam se desgrudar uns dos outros.
Christian: Er, Demi - entrou no quarto e então nos viu. Me levantei rápido e o olhei - Er... Estou com dor de barriga e então vou usar o banheiro tá? - tentou desfarçar o riso - E vocês... bom, continuem o que estavam fazendo. Eu não estive aqui... Eu nem se quer existo - e saiu.
Joe: Seu amigo é sempre assim?
Demi: Pior que isso. Muito pior.
Christian: Não vão terminar o que quase começaram? - entrou no quarto e me empurrou, fazendo-me sentar.
Demi: Christian, você não ia ao banheiro? - o mirou, irritada.
Christian: É, eu ia. Bem lembrado - e saiu, falando algo que não consegui identificar.
Joe: Acho melhor eu ir.
Demi: Não... Fica, por favor.
Joe: Mas o teu amigo tá ai. É melhor você ficar com ele.
Demi: Se ele fosse mais importante que você, eu não pediria para você ficar. 

A olhei, espantada. Às vezes me perguntava o que estava acontecendo com ela. Uma hora estressada, na outra carente pedindo para que eu ficasse com ela, sendo que seu melhor amigo estava em casa. E ainda por cima diz que eu sou mais importante que seu melhor amigo. Bom, tecnicamente eu deveria ser, afinal somos irmãos. Mas Demi era diferente. Sentia afeto por uma barata mas não pela família. Ela foi para o lado dando espaço para que eu me sentasse, o fiz. Quando me sentei, ela me abraçou, eu passei meus braços em torno dela e logo depois a ouvi dando algumas fungadas. Demetria... Chorando? Hã, impossível.
Joe: Você está chorando? - ela não me respondeu, só apertou mais o abraço.

Por que ela estava assim? Coloquei meu dedo em seu queixo e levantei seu rosto, até a altura do meu rosto. Seus olhos castanhos estavam banhados em lágrimas. A senti tão desprotegida, tão necessitada de... amor. Não, não. Esquece isso de amor.
Joe: Por que está chorando?
Demi: Por nada - disse, com a voz rouca pelo choro.
Joe: Quer que eu faça algo por você? Mas por favor, não chore.

Vê-la assim me fez ficar tão... impotente.
Demi: Você faz mesmo algo por mim? - olhou em meus olhos.
Joe: Qualquer coisa para você parar de chorar.
Demi: Sério?
Joe: Sim.
Demi: Então me beija - sussurrou e eu mirei seus lábios.

Mas que inferno estava acontecendo comigo? Nós não viviamos em um filme, nem muito menos em um livro para essas coisas acontecerem. Isso não podia acontecer na vida real. Mas eu não podia evitar. Coloquei minha mão em seu rosto e aproximei nossos lábios. Ela fechou os olhos antes que eu os encostasse, e percebi o que lindo era seu rosto. Colei nossos lábios, e logo ela deu espaço para que eu pudesse invadir sua boca com a minha língua. Cada vez que a beijava era diferente. Eu a sentia tão minha, tão frágil... tão diferente. Nossas línguas ficaram brincando uma com a outra, e após sentir que nos faltava o ar, fui diminuindo a velocidade, mas logo ela colocou a mão na minha nuca e nos aprofundamos novamente no beijo. E então percebi, que mesmo querendo beijá-la, eu não podia, por que estava fazendo a mesma coisa que ela fazia. Ela ficava com Nicholas, e eu a criticava por isso. E no final, eu estava fazendo o mesmo que ela. Separei nossos lábios bruscamente e me levantei. Ela me olhou confusa e eu sai disparado dali, esbarrando com Christian que estava no corredor. Quando cheguei ao meu quarto, tranquei a porta, e resolvi tomar um banho.

Inferno! Por que eu me deixava levar por ela? Coloque isso na sua cabeça, Joe, vocês são IRMÃOS. E irmãos NÃO SE BEIJAM. Irmãos NÃO SE DESEJAM. Irmãos são somente irmãos e se abraçam nos momentos dificeis. Mas não, irmãos não tem contato de lábios e nenhum outro tipo. Aquilo ia terminar ali e não voltaria a acontecer. Eu voltaria a minha vida normal com Taylor como se nada tivesse acontecido. Terminei meu banho e resolvi descer para beber alguma coisa, e do quarto de Demi, com a porta fechada, consegui ouvir a gargalhada alta da mesma. Caminhei em passos lentos até lá e coloquei meu ouvido na porta, na esperança de ouvir algo. 
Christian: Agora é sério, eu não gostei daquilo de "se ele fosse tão importante eu não ia pedir pra você ficar". Você me ofendeu.
Demi: Ai Christian, você sabe que é bem mais importante do que qualquer pessoa dessa maldita casa. E eu só queria... bom, beijá-lo.
Christian: Sua vadia, você disse que vocês não estavam se pegando.
Demi: Eu estragaria meu plano se te contasse.
Christian: E que plano é esse?
Demi: Você acha que eu, Demetria Lovato, vou deixar aquelas garotinhas do teatro quase se atirarem em cima dele, e eu não fazer nada? Até parece.
Christian: Ainda não entendi.
Demi: Meu orgulho pedia que eu o beijasse, Christian, entenda.
Christian: E cá entre nós, você é uma ótima atriz.
Demi: Não é atoa que eu faço isso, meu amor.
Christian: De onde tirou a idéia de chorar?
Demi: Sei lá. Aproveitei a situação. Mas te juro que aquela hora que ele me chamou eu quase chorei de verdade. Estive a ponto de ter um infarto. Que medo daquilo, senhor.
Christian: Ou seja, a mudança da Demi não existe, certo?
Demi: Claro que não. Joe é muito delicia, por isso estou fazendo isso.
Christian: Mas e a sua irmã? Parecia tão real esse seu amor por ela.
Demi: Ai, Christian. Se fosse pela minha vontade, aquela menina teria morrido no mesmo dia em que veio ao mundo - riu alto.
Christian: Anahí, como voc...

Não aguentei. Ela poderia falar assim de qualquer pessoa. Até de Taylor se quisesse, mas não de Manuela. Abri a porta do quarto dela com ódio e ela me olhou, espantada. Christian me olhou, olhou para ela e fez uma cara de que havia dado tudo errado. Fui até ela e a peguei pelo braço, levantando-a. Christian se levantou, sem reação. Não me importava se a estava machucando, se ela fosse morrer, mas que ela ia se arrepender de ter digo aquilo, ah, ela ia.
Demi: O que foi, Joe? Me solta, você está me machucando - ela me olhou e logo em seguida olhou para o braço.
Joe: Você não vai mais se fazer de santinha, Demetria. Não mais...
Demi: Joe, ME SOLTA - gritou.
Joe: Você quer ouvir a verdade? Quer? - apertei seu braço com mais força.
Demi: Me solta, seu animal. Está me machucando... Christian, faz alguma coisa.
Joe: VOCÊ CALA A BOCA - me virei para ele, e ele se calou.
Demi: Quem você acha que é para fazer, isso, maldito?
Joe: Escuta aqui - a joguei na cama e subi em cima dela, prendendo seus braços - A ÚNICA MALDITA AQUI É VOCÊ. VOCÊ É UMA FALSA, UMA HIPÓCRITA, E SE O QUE VOCÊ QUERIA ERA CANTAR VITÓRIA, CANTOU ANTES DO TEMPO. E SIM, DEMTRIA, VOCÊ É UMA VAGABUNDA, UMA QUALQUER. NÃO DUVIDO QUE VÁ PARA A CAMA COM QUALQUER UM POR QUALQUER PREÇO.
Demi: VOCÊ ESTÁ LOUCO MALUCO. BEBEU OU O QUE? - disse no mesmo tom que eu. Passei minha mão por baixo de sua cabeça e puxei seus cabelos com força, trazendo seu rosto para perto do meu.
Joe: Ouse - disse baixo e olhando em seus olhos -, ouse chegar perto da minha irmã, que eu serei capaz de te matar, Demetria. Um toque nela, e a sua máscara vai cair para todo mundo - sai de cima dela.
Demi: Vou te denunciar, Joseph. VOU CHAMAR O MANICOMIO PARA VOCÊ.
Joe: Aliás, quem nunca deveria ter nascido era você, irmãzinha - do mesmo jeito que peguei seu cabelo, o soltei, mas com mais força ainda.
Sai disparado, com vontade de quebrar tudo e qualquer coisa que pertencesse a ela. Desci as escadas correndo e fui até a cozinha. Peguei um copo de água e quase sentia que o mesmo ia quebrar, de tanto que eu o apertava. Pouco depois eu escutava o riso alegre de Manuela invadindo a casa. Sorri, ao perceber o quão importante aquela menina era para mim. Deixei o copo na pia e fui para a sala, para vê-la. Abri meus braços quando a vi e ela veio correndo até mim. Me abraçou e eu a levantei no ar.