quarta-feira, 28 de março de 2012

BigFanfic - Epilogo - Boss



O avião aguardava os passageiros com destino para Nova York. No aeroporto de Heathrow, uma mulher belamente vestida aguardava, com uma grande mala esterlina, o funcionário que a traria sua passagem.Sua expressão tristonha interpretando as conjurações de pensamentos que asseguravam o seu silêncio absoluto. 
Chegou então um homem elegante o qual sentou ao seu lado, e sequer a fez virar a face. 
- Ela disse que era só você escolher. 
- Diga a Emily que eu recuperei a sanidade, Joe. Não vou brincar com ela em jogos mortais. – disse a mulher. – Onde está minha passagem? 
A mulher finalmente virou o rosto. A falta de maquilagem não conseguia denunciar a irresistível beleza de suas feições, e o encontro entre o seu olhar e o de Joe a fez ter lembranças tão agradáveis, as quais arrancaram-lhe um pesado suspiro. 
- Não estou fugindo. – retrucou. Joe encarava aqueles lábios cheios que se movimentavam com tamanha delicadeza, independente da aspereza que rugissem suas palavras. Ela arrancou o papel que tinha em mãos, uma passagem de avião, e sorriu. – Pode espalhar a notícia, meu amor. Eu vou voltar, e aí nós vamos ver quem vai mandar – ela levantou-se -, e então nós veremos 
Who is the Boss.

segunda-feira, 26 de março de 2012

BigFanfic.Capítulo 16 - Boss - FIM


Os dias seguiram e eu fingia que nada havia acontecido. Lissa parecia menos assustada desde que mudei o número do telefone da minha casa, e também ficou mais aliviada quando contei-lhe que poderia ser apenas o passado infernizando; e disso, Melissa era a pessoa mais indicada para entender do que se tratava. É claro, para minha sorte, não precisei entrar em detalhes. 
Dispensei todos e quaisquer convites para o meu sábado à noite. Dessa vez, o Saturday Night não seria para diversão, a não ser que houvesse palhaços no circo armado entre aqueles três. 

Emily’s POV 

Era sábado, dia de fazer biscoitos, exatamente como mamãe fazia. Convidei os meus meninos para uma pequena reunião entre amigos, haviam tantos novos assuntos ruins atrasando nossas vidas, eu precisava levantar o astral deles. Demi também deveria estar mal, mas dela eu tinha que cuidar depois. Aliás... Acho que o envolvimento dos três era realmente aquilo que me deixava triste. 
Com a massa dos biscoitos pronta e nas formas, coloquei-os no forno já quente. Estariam deliciosos assim que os meninos chegassem, isso é, às 7. Eles eram sempre pontuais. 
Deixei a cozinha e sentei-me em um dos sofás da sala, que eram cobertos de desenhos feitos com lã. Eu gostava de tecer. Com um controle remoto, liguei o som, e o agradável som de Aerosmith encheu o ar de inspiração, e eu me senti flexível a uma meditação sobre o caso dos Três. E então os pensamentos fluíram rápidos... 
Demi tinha que escolher um deles, de uma vez. Se ela escolhesse, eu acho que seria o Joe, mas isso deixaria Ster triste. Porém, se ela escolhesse Ster, Joe, que já estava apaixonado, poderia até mesmo perder a razão e virar um Tiozão, como George Clooney. Ah... George Clooney... Joe triste me magoaria. Ster triste me magoaria. Demi tinha de ir embora. Ela com certeza faria isso, se estivesse muito confusa, e ela os culparia por deixá-la louca... 

Um estalo na minha cabeça retirou-me da meditação para colocar as bebidas no refrigerador. Minhas ações eram automáticas, e naquela linha de pensamento, eu percebi que mesmo sem nunca ter pensado puramente no assunto, eu já havia manipulado para que tudo isso acontecesse. Um sorriso iluminou o canto da minha boca. Eu tinha o feito sem sequer perceber, porque era esse meu destino: proteger os três. Eles tinham de estar separados, não havia outro jeito racional de mantê-los em suas sanidades e personalidades. E eu, eu tinha que ser amada também. Eu morreria logo, sabia disso, então por que eles não podiam simplesmente fazer o favor de manterem-se afastados? Era... para o bem deles. 

Ouvi o toque da campainha. Olhei para o meu relógio pregado no topo da parede: 18:50 h. Será que eles haviam chegado mais cedo? Arrumei meu vestido e dei uma rápida conferida no visual, apenas apalpando-me. Passei as mãos pelos cabelos e atendi a porta: 
- Emily. – sorriu-me não um dos meus meninos, mas Demi, com aquele potencial incrível de ser impossivelmente linda e... assustadora. Os cabelos bem presos num coque baixo, nenhum fio se atrevia a sair do lugar; seu rosto estava pintado com uma maquiagem negra, e nem mesmos os lábios escaparam da conduta obscura. Vestia um sobretudo bege – na altura dos joelhos - minimamente mais curto que algum vestido negro e rendado que usava por baixo. Os saltos altos, os quais eu jamais imaginaria me equilibrar, ela parecia estar montada em pantufas com a facilidade em que se mantinha em pé, eram brancos como a neve. 
- Oi. – disse balbuciando um pouco. Não esperava a sua presença. 
- Emily, a mentirosa. – Demi sorriu, e por mais bonito que fosse o seu sorriso, eu nunca tive tanto medo de suas feições. Eram sarcásticas, duras, más. O que ela estava dizendo? O que estava fazendo? 
Sequer retirou o sobretudo para sentar-se em meu sofá com aquele mesmo sorriso que se fundia entre o escárnio e a boa educação. Colocou a bolsa pesada sobre as pernas e olhou para mim. 
- O que deu em você? – perguntei rindo, disfarçando a tensão, e fechando a porta de casa. Sentei-me ao seu lado, sentindo-a exalar uma corrente de ódio tremenda. 
- Você mentiu para mim. – disse-me olhando profundamente nos meus olhos, a ponto de fazer ferver a espinha. – Entrou na London Music na semana da festa e, de repente se torna minha melhor amiga. Com todo aquele semblante de anjo, tão comportada, uma amiga perfeita, tudo que eu precisava. E agora eu me pergunto: O que afinal você quer de mim? São eles, não é? São eles que você não consegue dividir, porque eles têm de ser seus e de mais ninguém; e seu maior medo é que eles me amem mais do que a amam. – finalmente parou para respirar. – Pior do que qualquer decepção amorosa é saber que alguém em quem você confiava cegamente, mente por puro deleite do próprio ego. 
Não havia palavras ou gestos ou quaisquer ações para respondê-la. Eu me sentia inútil, ruim, mau, uma verdadeira bruxa; mesmo sabendo que, no fundo, havia feito tudo de propósito. Abaixei a cabeça com desgosto de mim mesma, e deixei-me levar pelo remorso, que agora, vendo a fúria de uma mulher como ela – ela que sentava ao meu lado -, parecia realmente existir. 
Ainda assim via-me na mesma encruzilhada, sem querer magoar os meus meninos, sem querer deixá-los à mercê da escolha de Demi. Escolha de uma mulher que poderia definir a felicidade de um ou de outro, era assim que funcionava, e como esperariam que eu me impusesse? Que ficasse silenciada, vendo-os sentenciados ao sofrimento? Mentir, grande coisa. 
- Você fala como se fosse a Santa maravilhosa. – deixei-me levar pela raiva que voltou a me consumir. Demi arqueou uma sobrancelha desafiadora, apenas meu medo evaporou como água em chapa quente. – Só que você esconde o seu passado indefinidamente, e fica nessa de misteriosa indecisa. Espera o quê com isso? E por que antes de me julgar, você não se julga, e percebe que fez o mesmo que eu!? 
Ela gargalhou. 
- Ah, vamos lá, Emily, eu esperava uma melhor defesa do que me atacar. Meu passado é omitido, devia ser enterrado, e eu jamais enganei ninguém por causa disso. – Disse-me com a voz calma, mas ainda assim transtornada. 
Ouvimos o silêncio e a briga entre nossos olhares. Estávamos demasiadas concentradas naquela discussão; eu já havia perdido completamente minha paciência. Ouvi o som de uma porta se batendo, só que nesse exato momento o argumento que eu precisava assolou a minha mente, e não pude impedir-me de ralhar: 
- E como descobriu que eu tinha câncer apenas de examinar-me a olho nu? E como soube diagnosticar quando eu perdi meu filho? Por que você sabe tanto sobre tantas coisas? Por que esse medo, essa fúria... Como você pode ser tão rápida nessas respostas sobre a vida? Afinal, Demi, quem é você? 
- Reabilitação numa clínica em Cambridge aos 19, nunca cursou uma universidade. Sua verdadeira idade, 25 anos. Seus cabelos nunca foram raspados porque você nunca tentou uma quimioterapia, e é isso que te mantém viva, se você quer saber. E é isso que vai te matar logo, se também for de seu interesse, Summers. Loira e para sempre loira, linda e para sempre linda, meiga e para sempre meiga; mentirosa e para sempre mentirosa. – Demi respondeu. – Essa é você. 
- E minha pergunta não foi respondida. – repliquei. 
- E eu não estou entendo porra nenhuma. – ouvi uma voz masculina ecoar pelo recinto. Era Joe, com a chave da casa na mão e a porta escancarada, revelando Ster, ali encostado em um traje Armani e mãos nos bolsos. Ambos com os rostos tristes e furiosos. – Aliás, acho que estou entendendo sim, depois de ouvir a conversa das duas, ou seria uma briga? 
- Cala a boca, Joe. Cala a boca e senta aí. – ordenou Demi, voltando então seu olhar para Joe. Joe estava... bem, eu não sabia definir sua expressão diante daquela Demi ali sentada. Ajeitou suas vestes, retirando o sobretudo e colocando-o no cabideiro ao lado da porta e simplesmente sentou em uma das poltronas existentes na sala. – Demi... 
- Demi. Eu... – Joe queria falar alguma coisa, mas a outra fora ágil em correr ao seu encontro e calar-lhe os lábios com o dedo indicador. 
- Venha, eu já estou de saída. – segurou a mão dele e guiou-o até o sofá, fazendo-o sentar ao meu lado. 
Demi retirou a bolsa do meio entre eu e Joe e colocou-a sobre um dos ombros. Afastou-se de nós e manteve-se em pé, apenas a observar. 
- Antes de deixar-lhe a sós em sua reunião secreta, tenho mais a dizer. – Ela falou, deixando a pesada bolsa cair, arranhando seus braços até a mão, onde ali ela capturou o objeto com agilidade e pressa, colocando-o cuidadosamente no chão. Ster, Joe e eu a encaramos perplexos. – Não sou intrusa, eu faço parte da reunião. Sob efeito de mentiras – olhou-me em culpa – ou verdades, vocês me convidaram, e não pediram o currículo do meu passado para me fazer entrar nisso. 
- Demi, por favor, tente entender! Eu não quis mentir para você, mas como posso comparar uma amizade de tantos anos com os poucos meses que tivemos juntas? – tentei redimir. – Eu só preciso que você faça a escolha. Preciso que pare com essa indecisão que os dilacera. É só isso... É meu... – respirei fundo, deixando o ar morno alisar meus pulmões doentes. – último pedido. 
O silêncio tocou até mesmo as nossas respirações, apenas o natural era ouvido. Demi traçou expressões as quais jamais conseguiria decifrar e retirou os botões do sobretudo, parecendo apenas sentir calor; mas então jogou o couro pesado no chão e deixou o vestido de tecido fino e renda impressionar. Sussurrou palavras para si mesma e virou-se, indo para dentro da pequena casa sem proferir qualquer palavra audível. 
Primeiramente encarei Joe, e seu olhar ainda seguia os passos largos de Demi e seus saltos altos; esperei até encontrar os globos de Joe e agradáveis os quais precisavam me dar um mínimo sinal de vida, qualquer coisa sensível. Eu estava doente, eu precisava dele. Então Joe finalmente se virou: 
- Você está morrendo? – ele me perguntou quase num sussurro, a testa franzida o suficiente para revelar algumas marcas de expressão. 
- Todo mundo está morrendo, Joe... – desconversei, sentindo-me desconfortável, triste novamente. – A morte é o destino de todo mundo... – disse em um sussurro medroso. 
- Como você pôde nos esconder uma coisa dessas, Emily? – perguntou-me Ster, colocando uma das mãos sobre a minha. Eu não sabia responder. 
- Medo. Do que vocês poderiam pensar, fazer... Eu realmente não sei. 
- Eu sei. – disse a outra possível voz feminina do recinto, a mulher Demi; aquela que eu enganei. Viramos todos os três para ela, que segurava um pote com os biscoitos recém-feitos, ainda exalando a fumaça quente. Deixou o pote no meio da mesa e descansou os braços cruzados, mantendo-se em pé. – Eles iam queimar. – Disse ela, referindo-se aos biscoitos. – Estou de saída. 
Demi começou a catar as suas coisas do chão, vestindo o sobretudo enquanto eu ainda via os meus dois meninos a olhar, nada discretamente, o seu objeto de desejo. Objeto. Objeto. Era nisso que ela se resumia, não era? De maneira alguma. Olhei de soslaio para Joe e vi os pêlos do seu antebraço arrepiarem-se apenas de vê-la. Não era o tipo de coisa que objetos faziam com humanos, esse ato de apaixonar-se, não daquele jeito. 
Ela abriu a porta e olhou para trás, mas seu olhar não se cruzou com o meu, apenas com o deles. Apenas eles. 
- Até segunda, chefes. 

Hot Boss Joe's POV 

Eu vi. Ster também viu; mas Emily ainda estava sucumbida em suas tristezas para reter-se aos outros. A expressão de Demi era de choro, a lamúria implacável das lágrimas que queriam descer do seu belo rosto. Tão orgulhosa... 
A verdade era fina como uma linha e dura como diamante: Eu não sabia o que fazer. Correr atrás daquela que eu achava ser 
amor ou cuidar de uma amizade que estava para ser finalizada a qualquer momento; e qualquer que fosse a minha escolha, parecia-me eterna. A morte é irreversível; a fuga de Demi, inevitável. Quantas vezes alarmaram de sua instabilidade, e então valeria a pena a sedução do seu mistério, da beleza e... minha resposta era a mesma: Não tinha como evitar. Evitaria eu, um pobre mortal, aquilo que me atingia na histeria de um furacão? 
Emily, por mais problemática que fosse, era minha irmã; e iria deixá-la à beira da morte? 
Senti minha cabeça baixar enquanto mantive-me estático naquele sofá, e não mexi um músculo para seguir Demi, ou para contatá-la. 
- Desculpem. – ouvi Emily dizer com sua voz fraquejada. – Eu... 
- Uma bebida forte. – Ster pediu. 
- Dois copos. – a minha voz foi proferida, e eu sequer levantei a cabeça, apenas baguncei os cabelos e abracei Emily ao meu lado. – Estamos com você, Em. Até o fim. – disse-lhe, e ela se enroscou em meus braços, abraçando-me fortemente. 
- Sim, meu querido. Até que a morte nos separe.
Calma gente, ainda tem o epilogo que vou postar amanhã kk ah, parceria estão abertas quem quiser é só manda o nome da fic e a URL do blog no comentario e pronto ><.

sexta-feira, 23 de março de 2012

BigFanfic.Capítulo 15 - Boss


Foi diferente. O pesadelo foi diferente. Quando abri os olhos naquela manhã, na cama de Emily, algo havia mudado. Levantei-me devagar, espreguiçando-me, e observei que dormi sem cobertas e com as mesmas roupas do dia anterior. Olhei para trás e Emily estava ao meu lado, completamente envolta nos edredons em arco-íris; ali a resposta para a falta de cobertores em meu corpo. Emily os havia puxado durante o sono. 
Suspirei pesadoramente sentindo uma leve tontura. Não havia dormido direito. Altas doses de cafeína e glicose haviam afetado meu organismo de tal maneira que fora impossível relaxar meu subconsciente. Senti minha mente regurgitar informações as quais não me eram sequer decifráveis. 
Levantei meu corpo com dificuldades e segui para o banheiro. Apenas arrumei os cabelos, lavei o rosto e aprumei as roupas; não me dei ao trabalho de me ver no espelho e analisar o quão horrenda estava. Voltei à sala, calcei meus sapatos, deixei um bilhete qualquer para Emily e saí porta afora. 
Mesmo sonolenta, eu não pude deixar de notar que o bairro em que me encontrava era nobre, de casas grandes, e casa de Emily se diferia de todas as outras. Com toda a história que ela havia me contado ontem, eu sentia sim o meu instinto de vingança latente e atento, porém a minha consciência parecia contê-lo. Algo estava errado, e eu me encontrava completamente disposta a descobrir o que era. 
Segui pedindo informações até chegar a um ponto de táxi. Custou-me voltar para casa. Depois de pagar ao taxista, examinei meu prédio. Eu tinha saudades de casa; aquela loucura me deixava em completa deselegância e, para mim, meu refúgio é o meu lar. Completamente. Cumprimentei o porteiro com um leve aceno e segui o itinerário até o apartamento em que morava, no 3º andar. Depois de passar um tempo me estressando por não encontrar as chaves na bolsa gigante, finalmente abri a porta do meu amado refúgio. Estava completamente bagunçado, como se não tivesse sido arrumado há dias. Recordei-me da última vez que vi Lissa, a empregada: três dias, ou seja, desde em que havia me ausentado. A bagunça era simples, o chão e os móveis levemente empoeirados, a flor laranja - que geralmente me aguardava brilhante no centro do lugar - morta, por não ter sido regada. Onde estava Lissa? 
Fui direto refazer-me para trabalhar. O expediente começava às 8 horas em ponto e já eram 6:50. Banho rápido, prendi meus cabelos e coloquei uma roupa que me agradasse e, ao mesmo tempo, combinasse com o frio que se fazia lá fora. Arrumei a minha segunda grande bolsa, mudando as coisas rapidamente e refiz maquiagem rápida no espelho. Optei pelo básico rímel nos cílios, um leve sombreado, e deixei os lábios a mercê de um batom aperolado. O vestido era de cor púrpura, e assim foram as pérolas que coloquei no meu pescoço. As botas negras chanel ¾ faziam o trabalho de cobrir as pernas, juntamente com a meia calça grossa. Prendi os cabelos de qualquer jeito e saí de casa. 
O porteiro do qual eu nunca lembrava o nome estava assistindo algum reality show na pequena TV, completamente arreganhado em seu assento. Apressei passos rápidos em sua direção: 
- Senhor, sabe de uma mulher branca, mais ou menos 1,60m, bem novinha, cabelos muito claros e encaracolados? Ela trabalha no meu apartamento, no terceiro andar. – falei pausadamente, dando ficha completa, gesticulando com as mãos. Os olhos cansados do porteiro voltaram-se para mim com uma certa surpresa. 
- Sei quem é. Melissa. – Ele disse entediado, ao mesmo tempo que observava minha face minuciosamente. Arqueei uma das sobrancelhas como quem não está de brincadeira. 
- Pois é. Lissa. Quando foi a última vez que você a viu? – ele continuou a me olhar sem dizer nada. As vozes repassadas no reality show da pequena TV apenas esquentavam meus neurônios. – Meu querido, você vai responder ou vai ficar olhando pra minha cara? – e o homem continuou calado. Eu não estava apenas intrigada, agora eu estava realmente preocupada e irritada. 
Peguei o celular na bolsa e disquei rapidamente o número que eu sabia de cor. Perdi a conta do número de vezes que liguei para Lissa pedindo para ela fazer um novo prato no jantar, recepcionar alguém, arrumar alguma coisa e achar alguma coisa que eu não lembrava onde havia deixado, principalmente. 
- 
Alô? – a voz feminina, fina e altamente reconhecível de Lissa soou ao telefone celular. 
- Lissa, sou eu, Demi. Onde você está? Estou preocupada! Esse porteiro mal-educado não quer me... 
Antes que eu sequer acabasse minha frase o telefone havia sido desligado. Merda. Liguei novamente. 
-
 Demi? 
- Sim, sou eu. Você está bem? – foi a primeira coisa que perguntei. 
- 
Eu... estou bem. – falou com uma voz rastejante. – Só que... bem, eu estava esperando sua ligação. 
Estava convicta de que algo muito ruim havia acontecido. Num gesto infantil, dei língua para o porteiro e saí portão afora do meu prédio, a caminho da estação de metrô. 
- O que aconteceu quando eu estava fora? – perguntei-lhe. 
- 
Uma mulher ligou. Dizia ser sua parente e apenas me deixou a ordem de sair do apartamento. – a voz de Lissa saia trêmula pelo telefone, e eu não tinha a mínima idéia de que mulher poderia ligar para minha casa de tal maneira. Balancei a cabeça negativamente, meus passos cada vez mais tortos ultrapassando apressados os ingleses que se punham à minha frente. 
- Olhe, eu estou um pouco apressada agora, e preciso de você. Você sabe disso. – falei em tom brincalhão, ouvindo-a rir tensa do outro lado da linha. – Onde você está? 
- 
Naquele motel a 5 quadras do seu apartamento. Aquele que você me dizia para ir quando não tinha lugar para ir. 
- Tudo bem. Fique por aí, eu vou ver se consigo sair mais cedo do trabalho hoje, apesar de não ser muito provável. Espere minha ligação e não volte pro apartamento. Você está me entendendo? NÃO volte! 
- 
Sim. 
- E não se assuste, é só que estou com um mau pressentimento. 
- 
Ai meu Deus... – ela suspirou alto. 
Avistei as escadas para descer o metrô e sabia que a partir dali meu celular ia começar a falhar o sinal. 
- Pois bem. Te ligo depois. Cuide-se. 
- 
Você também. 
Desliguei o celular e o pus na bolsa, fazendo meu caminho até o trabalho, caducando quem diabos era a mulher que ligou para minha casa. Melissa sempre fora uma excelente trabalhadora; e eu chegava a considerá-la mais como minha secretária pessoal do que como uma empregada doméstica em si. Cuido da garota desde os 17 anos, quando me apareceu procurando emprego e sem lugar para morar. Agora ela tem seus 22 anos, apenas recusa-se a cursar o ensino superior, alegando que gosta de fazer o que faz. Praticamente minha babá, a diferença era que eu jazia anos mais velha que ela, e com um passado que nem mesmo se o universo fosse feito de borracha, eu conseguiria apagá-lo. 
Seja lá quem fosse a psicopata ligando para minha casa, eu tinha esse pressentimento de que era melhor manter Lissa longe daquele apartamento. Longe de qualquer telefonema. 

Quando dei por mim o meu piloto automático havia me levado direto ao prédio onde situava-se a London Music. Limpei meus pensamentos para tentar concordar a realidade presente. Joe,Ster, Emily e seus desenlaces de insanidade me aguardavam. 
Entrei no elevador sozinha e apertei o 18º andar, até um arrepio frio e agradável percorrer a espinha dorsal. Mãos masculinas impediram a porta de se fechar, e logo encarei Joe com um sorriso maroto entrando no elevador e ficando ao meu lado. 
Não consegui impelir o sorriso que me atingiu como uma bala feroz. Assim que a porta do elevador se fechou, entreolhamo-nos, sem saber o que fazer. Primeiro dia de trabalho desde a proposta de namoro. Não sei dizer se foi ele ou eu quem virou primeiro, o riso foi automático quando viramo-nos no mesmo momento; toquei seus ombros com as mãos ainda cobertas por metade das longas mangas. Seu corpo se aproximou do meu com extrema elegância e o tempo que tive para tomar ar foi mínimo, fechei meus olhos e apressei o encontro dos nossos rostos. O tempo não fora suficiente para que nossas respirações se chocassem e pudessem enfim fundir-se; como o pulo de um gato, lábios selaram sua sede constante em um beijo que considerei terno. À medida que passávamos um andar, o elevador apitava e informações as quais minha audição ignorava, eram passadas por uma mecânica voz feminina. Consciência, minha amiga, pedia-me insistentemente para contar os toques que indicavam cada andar a ser subido; mas de algum modo eu estava muito distraída para discernir o certo do errado, o conveniente do extremo constrangedor. Foi quando outro choque voltou a percorrer a minha circulação, acordando minhas células de seu transe, e fazendo-me (ou, melhor dizendo,
forçando-me) afastar de Joe e seu beijo doce tão rapidamente que mal pude notar meus movimentos.  
Meus olhos fincaram-se na pequena tela que indicava o 15º andar, e uma seta verde apontando para cima: subindo. Olhei cuidadosa para Joe, que também tinha seu olhar sereno voltado para mim. “Calma”, foi a palavra que li dos seus lábios levemente avermelhados. 
- Eu estou calma. – falei quase num sussurro. – É só... 
ele. – frisei o pronome com repulsa, apertando o punho. Joe segurou a minha mão. 
- Bipolar e imprevisível. Vou anotar isso na minha lista. – riu Joe – Não foi você que disse que ia ficar tudo bem, Demi? Já está tudo bem. E eu estou ao seu lado. 
Tentei falar alguma coisa, mas além de meus argumentos serem demasiados obscuros e insanos, a porta do elevador finalmente se abriu, e a voz mecânica se declarou: 
“London Music, Décimo oitavo andar. Desce.” 
Eu odiava a voz daquelas mulheres mecânicas blábláblá! Por que não uma voz masculina? Será que dá pra respeitar a população do sexo feminino, muito maior do que os homens? Voz de mulher às vezes me irritava. Aliás, estava me irritando bastante esses dias. Como aquele maldito telefonema o qual eu não conseguia tirar de cabeça. Ou as palavras de Emily, que me pareciam algo, definitivamente, estranho. Eu não sairia do trabalho sem sanar as minhas dúvidas. 
Senti o vento de ar refrigerado, com aquele cheiro altamente reconhecível, tocar uns fios rebeldes dos meus cabelos, os quais teimavam em sair do penteado. Segurei a mão de Joe com mais força e montei a minha face matinal: sonolenta e receptiva com sorrisos breves e acenos baixos. 
O primeiro olhar a ser notado foi o de Jennifer, minha fiel secretária, que vinha com seu caderninho de anotações verde polar; eu via sua boca se abrindo em câmera lenta, e lia seus lábios: “Eu não acredito!” 
O pessoal das contábeis parou de mexer nas máquinas mortíferas (ou assim eu apelidei os computadores avançados). Conversas foram interrompidas, enquanto outras, não podiam parar naquele momento tão avassalador. Seria aquilo tão avassalador assim? Sentia-me como a primeira mulher a pisar na lua, sendo recebida na Terra. E eu que pensava que esse mundinho acabava no High School... 
- Parabéns, celebridade. Nunca fiz tanto sucesso em minha própria empresa. – Joe disse-me em voz baixa enquanto acenava para Dominic. 
- Você deve estar se divertindo mesmo com isso... – sussurrei-lhe, chamando Jen com uma das mãos. 
- Mas não é divertido? – perguntou, virando-se para mim. Fiz o mesmo involuntariamente ao sentir sua respiração quente no meu pescoço. 
- Claro que é. – sorri-lhe beijando o canto dos lábios. – Nos encontraremos no almoço? 
- Sim, Milady. – sorriu cavalheiresco, até ser puxado por algum de seus funcionários o qual não pude identificar. 
- Demetria Lovato. – a voz de Jennifer reanimou minhas células apaixonadas, fazendo-as tentar (ao menos tentar) voltar à realidade. 
- Oi, oi, eu, eu. – repeti as palavras em desatino. 
- Demi... – ela repetiu, com uma expressão animalesca detetive. Sorri-lhe cúmplice. – Nova York em oito dias, você precisa preparar seu discurso. Ster me pediu ontem para que você fizesse algo inovador para os nossos acionistas, de acordo com seus dons artísticos e criatividade renomada. 
- Hum. – murmurei. Vi-a com seus passos rápidos em direção ao meu escritório e passei a segui-la apressada. 
- Carl disse ter perdido seu projeto gráfico básico da revista, ele a espera no seu escritório nesse exato momento. Tente não matá-lo, por favor. – pausou o falatório para uma respiração sensata. Rondei meus olhar pelos cubículos, sem nem saber o por quê. – Seu vôo partirá quinta-feira, às 5 horas da tarde. Ou seja, esteja no aeroporto uma hora antes. E NÃO atrase. 
- Todo mundo quer ser minha mãe... – disse-lhe avoada - Desde quando eu me atraso para compromissos importantes? – virei meu olhar desafiador para minha secretária. Ela pareceu tremer. Que besteira, era apenas um olhar desafiador. – Relaxe, Jen. Eu estava brincando. Além do mais, não tenho mais motivos para me atrasar. – soltei-lhe uma piscadela. 
- Ok... – Jen disse, ainda parecendo amedrontada. – E... Você e o Joseph? 
Avistei a porta do meu escritório. Apenas sorri para Jennifer quando ali me enfiei e de lá apenas saí para o necessário. No horário do almoço, tornei a ligar para Lissa. Saí do escritório com o telefone celular no ouvido apenas sustentado pelo meu ombro, enquanto as duas mãos se ocupavam em reler o relatório de Carl. Sim, mulheres têm essa capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo, principalmente quando são jovens, como eu. 
Os passos foram automáticos até a cafeteria, mas antes que eu pudesse clicar em qualquer botão da máquina expressa, uma mão puxou-me com agilidade tamanha para me fazer virar cento e oitenta graus. 
- Comida de verdade. – disse-me Joe em sua voz perfeitamente afinada para a minha audição. Arqueei as duas sobrancelhas pelo susto, e soltei todo o ar preso em meus pulmões. 
- Não precisava me assustar também. – falei-lhe rindo. 
-
 Demi? – Lissa me chamava pelo celular. 
- 
Desculpe-me. É o Joe. Nós conversamos mais sobre aquilo quando eu chegar em casa. Agora... procure o que eles estão fazendo. – respondi ao celular, tocando o ombro de Joe como um pedido de espera. 
- 
Pelo Centro Médico ou...? 
-
 Sim,por esse mesmo; o outro não vai oferecer esse tipo de informação.. Preciso desligar. Beijos. – disse rápido e desliguei, encarando a expressão de um Joe confuso. Ele parecia ter ouvido a conversa toda, e sua testa franzida preocupava-me com as futuras perguntas. 
- Trouxe-me o que para comer? – reverti o assunto que ainda estava para surgir. Sorri-lhe largamente e sentei em uma das cadeiras da pequena cafeteria, cruzando as pernas, olhando-o impaciente. 
- Ah... – balbuciou – Sanduíches. – disse simplesmente, colocando uma sacola de cor parda no meio da mesa e sentando na cadeira da frente. 
- Sanduíches? – perguntei-lhe – Isso é comida de verdade? – sorri, virando a sacola e avistando a logomarca da Burger King. 
- Ta, desisto, é Fast Food. Mas é melhor do que se alimentar de cafeína, você não fica muito bem quando toma café de estômago vazio. – Joe sorriu de lado, abrindo a sacola e dividindo os sanduíches e batatas-fritas. – Bem lembro da vez que carreguei-lhe desmaiada aqui mesmo. – Ri baixinho, lembrando do fato. Ele abriu a caixinha do que eu consegui definir como um BK Stacker quádruplo e deu uma mordida enorme. Segurei o pensamento que me invadiu: ‘Que boca enorme...’ e tratei de rir para dentro; disfarcei pegando algumas batatinhas e colocando na boca. 
- Você e Ster comigo desmaiada, naquela bagunça que você chama de escritório. – balancei a cabeça – Isso me soa perturbador agora. - ri, mordendo os lábios involuntariamente. Suspirei e abri um dos pacotes de Ketchup, vagarosamente pintando a batata-frita daquele vermelho. 
- Bem... – ele riu um pouco mais alto – Eu pensei em coisas inadequadas naquela situação, admito. Você é tão... – ele sequer completou a frase, deu mais uma mordida no sanduíche e levantou rápido. Pegou uma Coca-Cola na máquina de refrigerantes e voltou ao seu lugar original, engolindo tudo com a básica Coca. Joe franziu a testa. – Você ficava incrivelmente linda até desmaiada. 

#FLASHBACK# 


A jovem mulher descansava ainda nos braços daquele que a carregava, porém ele estava sentado no sofá de dois lugares que decorava o seu escritório. Devido ao desespero, o tapete que cobria grande parte do recinto, fora puxado diversas vezes a ponto de quase embolar-se. Ster, o sócio administrativo, retirou os sapatos altos da moça; seu corpo tão maleável e torto, aqueles saltos saíram de seus pés com grande facilidade. Inevitável que a saia roxa de tecido leve aprumasse para o alto; e as pernas mantidas no linho fino da meia-calça fossem extrapolando a estética apresentável. 
- Deveríamos cobrir as pernas? – Joe perguntou, engolindo em seco em sua visão. 
- Eu não sei. Ainda acho que, de qualquer jeito, ela vai achar que a molestamos ou... sei lá. – disse Ster, suspirando. – Acho que ela é criativa o bastante para imaginar o que nós dois pensamos agora e nesse instante. 
Demi estava ali tão bela em seus trajes de trabalho agora tão fora do comportamento habitual. Os cabelos soltos e levemente claros contrastando com a pele que pouco a pouco adquiria cor, quase imperceptivelmente. Os seus lábios estavam tão secos, como se pedissem para serem molhados. E se um dia elogiaram os olhos, precisavam vê-la com as pálpebras mostradas. 
- Eu não pensei em nada! – Joe disse, colocando as mãos pro alto. – Não tenho culpa se a mulher chama atenção até quando parece estar morta. – Ele dirigiu-se à cadeira reclinável, relaxando o corpo. – Que bonitinho... – comentou irônico. 
- O quê? – perguntou Ster, finalmente parando de analisar os traços da Designer. 
- Você... Joe... Eu sei que só a trata mal por que tem medo do que possa acontecer quando você tentar alguma coisa. – suspirou Ster  Joe... Eu te conheço, meu garoto. 
- Sei que sim. – Ster respondeu ríspido, o amigo e sócio tinha a razão. Pra variar... – Engraçado mesmo é que ela te trata bem e você fica aí torcendo o nariz e namorando a Tiff. Ster, eu sou seu amigo, Demi verus Tiff ? 
Ster fechou os olhos e imprimiu os lábios numa linha fina. 
- É, meu caro. Mas Demi é completamente instável e Tiff, bem, pelo menos eu sei que vai dar certo. Sabe... Com toda certeza. E a gente tem química, ela é bonita, é o suficiente. 
- O suficiente. – Joe repetiu em voz baixa, voltando a olhar para a adormecida. Retirou-a de seu colo e ajeitou a cabeça em uma almofada, afastando-se, e sentando em outra cadeira ali perto.
 

#FLASHBACK# 

- Ah claro, os dois chefões reunidos... – coloquei o resto do sanduíche na boca. – admirando os meus dotes físicos. – disse sarcástica, ainda mastigando a comida. Acho que estava meio nervosa com aquela situação. 
- Você sabe que não se resume a isso. – Joe me disse com uma voz convicta, porém triste. Acabei de comer e enchi a barriga de Coca-Cola. 
- Jamais educarei meus filhos com Fast-Food. – declarei, limpando a boca. Joe riu. – Eu estou falando sério! Sinto como se tivesse grávida de um Alien agora. – e ele riu ainda mais, balançando a cabeça negativamente. Ergueu um pouco o corpo sobre a mesa e aproximou-se de mim. Senti suas mãos quentes e ainda um pouco sujas de óleo tocarem as minhas, igualmente sujas e diferentemente frias. 
- Não pense mal disso. – olhou-me sério. Uma tortura olhar nos olhos de um deus. 
- De que, de você e Ster admirarem meus dotes físicos? – perguntei-lhe – Eu vou levar como um elogio. 
- Demi... – ele chamou calmamente. Ouvi o som do elevador chegar abarrotado dos funcionários da empresa, voltando ao horário do expediente. – É só que... Deixa pra lá. Se o que ela me disse for verdade, que você vai fugir, não me deixe aqui sozinho. As coisas mudaram. 
- Ela? De quem você está falando? – perguntei, segurando suas mãos em tensão. – E por que diabos eu fugiria? 
- Emily. Foi o que Emily me disse hoje de manhã. 
Passei um tempo silenciada, e o único som ouvinte era do pessoal chegando e se acomodando. Já sentia o perfume do namorado inebriar meu olfato, e aquele efluente parecia ativar memórias; e quantas vezes eu repetiria que Joe Jonas me fazia muito bem? 
Insight. Momento de idéias rápidas e descontrole das palavras, como o vulto de um super-herói, fiz a pergunta: 
- Alguma vez Emily já foi ruiva? 
Ele arqueou uma das sobrancelhas perfeitamente, fazendo com que meu espectro apaixonado entrasse em guerra com o mais novo espectro: Sherlok Holmes, detetive. 
- Não. – Ele fez careta. – Sempre loira, desde que eu me conheço por gente. 
Sorri fraco e levantei da mesa, sendo seguida por ele. Arrumamos rapidamente a bagunça que seria jogada no lixo. Ouvi a voz de Ster bem de longe - como no fundo de uma das cabines de impressão - incentivar o começo do turno vespertino de trabalho. Joe me olhou com uma cara pedinte e, ao mesmo tempo, maliciosa. 
- 19 horas. 
- Não. – recusei. – Muito tarde, preciso resolver coisas em casa. 18 horas. 
- Não dá, Ster enche o saco à essa hora com reunião de redatores. – ele me dizia rápido. 
- 18:30h? – perguntei. 
- Perfeito. No meu escritório. – ele sorriu largo, aproximando-se do meu corpo e puxando-me pela cintura naquela agilidade conhecida. Apesar de não termos nos demorado, o beijo foi o suficiente para marcar a boca de ambos, deixando nossos lábios avermelhados; como se tivessem sido devorados. E assim seguiu mais um dia no trabalho, normal até o fim do expediente. 

22 horas – Escritório de Joe Jonas.

Talvez eu exagerei nas provocações, mas finalmente havia cansado Joe. Ele descansava no sofá, depois de termos experimentado vários cantinhos daquele cômodo. Também nunca pensei que ia amar o fato de o seu escritório de 
Boss serem um dos únicos a terem cortinas que fechavam completamente o ambiente. Emoção e adrenalina correram sem interrupções da nossa circulação, enquanto encontrávamos devassos saciando a sede diária; e ao mesmo tempo, a poucos metros, ouviam-se digitar de máquinas, chamados de bips e vozes alheias. 

O computador dele estava ligado, e era minha chance de acessar os arquivos da empresa. 
Como se esperasse por mim, o sistema estava logado, o que me salvaria de tentativas como hacker. Encontrei o ‘Pesquisar’ e digitei rapidamente: Emily Summers. 
Quando acabei de ler tudo, havia apenas 
uma palavra querendo escorrer da minha boca. Acordei Joe, chamando-o para sair dali e vestir-se. Ele o fez parecendo estar no nirvana ou algo do tipo, sorria sozinho. Eu o encarava desconfiada depois do que havia lido, meu coração abatido, mas ainda apaixonado por aquele ser. 
Assim que ele acabou de se vestir, dei-lhe o beijo mais carinhoso e calmo que pude proporcionar. Seus lábios movimentaram-se em completa sincronia, e os braços enlaçavam toda a minha cintura, juntando nossos corpos. Minhas mãos agarravam seu pescoço, e dali não queriam sair, pelo menos não por vontade própria. 
- Tenho duas frases a te dizer, mas não farão muito sentido agora. – praticamente sussurrava, enquanto nossas testas se encontravam e os narizes frios se tocavam eventualmente – A primeira é “Resista e não haverá vingança”. A segunda, e mais importante é “Aussi”. 
Então me desvencilhei de seus braços e beijei a palma da sua mão, saindo silenciosa, a não ser pelo toque dos meus saltos no chão duro. E apenas quando me vi segura e dentro de casa, tranquei a porta e finalmente pronunciei aquela 
uma palavra que agoniava as minhas entranhas desde que li quem era Emily Summers: 
-
 Mentirosa.

sábado, 17 de março de 2012

Tag & Selinho

Regras:

1- Cada pessoa deve postar 11 coisas sobre si mesma em seu blog.

2- Responda as questões de quem te deu a tag no seu post e crie 11 novas perguntas diferentes para passar adiante.

3- Você deve escolher 11 pessoas para dar a tag e colocar o link delas no seu post.

4- Ir a página dessas pessoas e dizer que você as indicou.

5- Não indique a tag para quem já te indicou.
Coisas sobre mim

1º Gosto da Saga Twilight.
2º Sou muito chata, as vezes.
3º Amo Deus mais que tudo                                                                                                         4º Demoro um pouco pra postar no blog
5º Tenho ciumes de quem amo 
6º A preguiça é minha melhor amiga 
7º Tenho 3 CD da Demi e 1 do Joe
8º Brigo com minha irmã todo dia 
9º Amo fazer Make Up
10º Gosto de conversa
11º Tenho uma sobrinha

11 perguntas:

1º Ainda assiste desenho animado? sim
2º Tem tumblr? sim ohuntilyouremine.tumblr.com pra quem quizer
3º Tem irmãos? sim
4º Qual seu chocolate preferido? branco
5º Tem amigos do sexo oposto ao seu? sim
6º Ainda mora na cidade onde nasceu? sim
7º Gosta da sua escola? sim
8º Qual o seu sabor de pizza preferido? vishh, portuguesa
9º Qual o seu maior defeito? sou chata
10º Usa óculos ou aparelho? não
11º Qual a cor do seu esmalte hoje? preto com brilho

                                                                  
11 indicados:
 


http://2mundoscolidem.blogspot.com.br/ 

http://jemifan-stories.blogspot.com.br/
http://oursongforever.blogspot.com.br
http://jemirivais.blogspot.com.br/
http://demislifecanchange.blogspot.com.br
jemi-firstkiss.blogspot.com.br
http://historiajemi-oamorsvezessesurpreende.blogspot.com.br/
http://jemi-osomdocoracao.blogspot.com.br
http://jemi-thehouse.blogspot.com.br/

Só esses que estou lendo agora


Selinho
Qual o seu personagem preferido? Demi 
Você se considera uma boa escritora? Não, NEEEEVER.
Qual a inspiração que você teve ao fazer a fic? Tava lendo outras fic's então tive vontade de escreve uma minha e tá ai.

Indico os blogs que passei a cima, obrigada pelo selinho 2mundoscolidem *--* s2.

BigFanfic.Capítulo 14 - Boss


- Há um dez anos... Não havia Tiff, nem você, era apenas nós três. Éramos três adolescentes loucos. Eu tinha dezessete, Ster dezenove, e Joe havia completado vinte naquele mês. Modestamente, éramos realmente lindos. Lindos e loucos. Na verdade, eu e Joe éramos os piores; talvez porque eu seguia os seus passos. Morávamos os três em um pequeno apartamento no subúrbio de Londres, era uma bagunça. Joe vivia trazendo garotas para o quarto dele e, bem, como o cafajeste que era não podia culpá-lo. E eu e Ster...
- Você e Ster tiveram um romance? – perguntei-lhe assustada.
- Eu e Ster nos drogávamos, bebíamos como loucos e depois, bem, acho que eu ficava muito louca para lembrar, mas acabávamos nus na cama dele.
- Ok, ok, pára tudo. Você e o Ster se drogavam na adolescência? 
- Pare de me interromper, merda. – ela reclamou, colocando mais sorvete na boca. – Vou continuar a história. – falou de boca cheia.
- Estou de boca calada.
- Mas assim que entrei na Universidade, e lá tive meu primeiro namorado de verdade, esqueci completamente de Ster e das besteiras que fazíamos. Como eu morava na Universidade também, fiquei completamente sem contato com ele. Joe me ligava vez ou outra, perguntava como eu estava; ele é meu primo, não sei se você sabe. Depois dos três anos de Faculdade de Administração, eu saí da Universidade. Liguei então para o suposto celular de Joe, porém, quem atendeu foi Ster. Nós conversamos horas a fio, contei-lhe que não bebia nem fumava mais enquanto ouvia sua risada alta pelo telefone. Ele dizia que com ele acontecia o mesmo; que estava namorando uma garota, eu lembro o nome dela, Mona Turner. Terrivelmente chata, devo acrescentar. Em comparação, ela era potencialmente mais chata do que Tiff. 
- Credo!
- Nem me fale. A vida seguiu normalmente até... até o ano retrasado. Foi quando eu perdi meu emprego na antiga Empresa em que trabalhava, ela faliu, eu fui junto. Meus meninos não tinham como me contratar como administradora, isso é, com meu currículo em si. Por isso esse trabalho como revisora; é só fachada, eu ajudo na administração por trás de tudo. Juntamente com Ster, que tem pós em Administração. Quando cheguei à London Music, eu a percebi, e como não perceber? A grande Demi, designer maluca e mandona. Cada vez que você chegava de manhã e cumprimentava todo mundo, eu via, da pequena sala no depósito, seu glamour ao responder um simples ‘Bom-dia’. È, Demi, Eu me lembro de você. – Emily sorriu. – Ster era a da vez, enquanto Joe continuava o mesmo. Foi naquele ano que o câncer veio perturbar minha paz. Fui ao médico e me internei durante seis meses para a quimioterapia. Você deve se lembrar dos dias em que você trabalhou dobrado no sábado porque uma funcionária estava doente.
- Ah sim! Claro que lembro. Não sei como não me recordo de forma alguma do seu rosto... Você vivia enfurnada no depósito durante os dias da semana?
- Sim, e enquanto você revisava os desenhos no sábado de manhã, eu chegava logo depois. Acho que sofremos aquela história de Encontros e Desencontros.
Emily havia parado de falar para finalmente finalizar o pote de sorvete. Enquanto isso, eu parecia absorver as informações que me foram dadas. Ster e Emily num romance adolescente, envolvidos com drogas. Os super-heróis e seus passados sujos. Mordi meu lábio inferior com certa força ao chegar a minha conclusão: Nada é o que parece. 
Fato fatídico. Mily deitou-se na cama, e eu a acompanhei. Fiquei em posição fetal enquanto ela mantinha a barriga para cima e o olhar fixo ao teto.
- A quimioterapia não deu resultado. Meu câncer no fígado só daria jeito caso eu fizesse a cirurgia e o removesse, fazendo então um transplante. Fígados são difíceis de achar. O único que me arranjaram não tinha uma boa saúde, mas pelo menos as células não eram cancerígenas. Transplante feito, eu abri um sorriso e esperei que o médico me desse uma boa notícia. – Emily virou seu rosto para mim. – Desculpe o palavreado.
- Que...
- Mas aquele filho da puta nojento, disse-me que eu não tinha muito mais que um ano de vida. Disse-me para tentar outra seção de quimioterapia. Jamais! Jamais! Aquilo era horrível, eu não ia me submeter aqueles vômitos de cinco em cinco minutos, a sensação de derrota! Eu era Emily, a super-mulher. Eu sou super. E não era aquele médico que ia me dizer o contrário. – Ela suspirou – Em dois dias eu saí do hospital. Estava parecendo um pinto com o pouco cabelo que crescia do meu coro cabeludo. Era novembro. Com o dinheiro que me restou, comprei uma peruca ruiva horrível, mas que quebrou o galho, principalmente por ser idêntica ao meu antigo corte. Voltei à minha casinha horrorosa, liguei pros meninos, disse que eu tinha voltado de viagem.
- Você disse a eles que tinha viajado durante todo esse tempo; ou seja, eles não sabem de nada do câncer. Por isso não têm a mínima idéia do porquê do aborto... Não, muito pior. Eles não sabem de nada. Simplesmente nada. E depois vocês se dizem melhores amigos. – eu ri – Super divertido. Então você voltou a trabalhar como uma ruiva.
Emily me lançou um olhar de censura o qual eu ignorei completamente. 
- Pois bem, e o médico foi tomar banho, porque aqui estou eu, viva e linda. – Ela me disse sorrindo largamente.
Uma dor terrível me atingiu o peito e, de repente, meus olhos passaram a arder como a pele do demônio em água benta. Eu solucei. A respiração passou a acelerar e, num súbito, uma água doce caiu dos meus olhos até tocar meus lábios. Choro.
- Demi, por que você está chorando? – Emily perguntou. – Olhe, eu estou bem. Já disse que sou super.
- Emily, minha amiga... Continue a história, e a gravidez? Quem foi? Como aconteceu?
- Foi... Um amigo. Momento de fraqueza, nada demais. Três semanas atrás, como já lhe disse
- Quando o 
amigo lhe viu, sentindo aquela dor, gemendo daquela maneira, eu via o desespero nos olhos dele. A culpa. And I hurt myself, by hurting you
. – cantei com a voz mansa.
- Você tem a terrível mania de associar as coisas a uma música. Isso assusta.
- Assusta principalmente quando o que eu canto é exatamente o que acontece. Ou a música parece encaixar com o momento. – disse-lhe – Agora tudo faz sentido... Mas não foi apenas um deslize, certo? Vocês não conseguiram se segurar, principalmente visto o que aconteceu no passado, na adolescência.
- Foi tão bom. Nós não queríamos parar. Ster é bonito demais para eu deixá-lo com uma chata qualquer. Parei um tempo para pensar.
- Foi... Foi Joe que a colocou na mesma limusine que eu, no dia da festa, lembra?
- Ele tinha me dito que se eu quisesse crescer na empresa, precisava falar com você. Mas aí nós conversamos, tudo mudou.
- Joe sabia da sua relação com Ster, e também sabia que eu tinha queda por bonitões. Com você ao meu lado, ele sabia que eu jamais cogitaria qualquer coisa com o Ster.
- Mas tem algo errado nessa história...
- O quê? – perguntei assustada.
- Ster não deixou de ficar no seu pé por motivo algum. Fosse eu ou Joe.
- Eles estavam brincando comigo. BRINCANDO COMIGO, PORRA! – Levantei da cama com raiva.
- Ei, ei, calma. Você não está sozinha nessa. Estamos no mesmo barco. – falou calmamente, fazendo uma trança no cabelo louro.
- E POR QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ CALMA?
- Ué, eu tenho você no meu time, para que diabos ia me estressar?
Sentei-me na cama novamente, cruzando os braços.
- Eles que me aguardem. – disse-lhe séria. – Agora eu preciso de doces e café, muito café. Você fique aqui quieta que eu vou sair para comprar...
- Aqui tem. No armário, terceira portinha à esquerda. E o café está na estante, você consegue se virar, né?
- Por obséquio. – respondi-lhe. – Emily, parabéns, você vai participar do meu plano anti-chefes-gostosões. 

Joe havia pré-meditado tudo para me conhecer e me manter, o que explicava o porquê de ele ter aturado as provocações do Senhor Ster.
Ster tinha um caso secreto com Emily, eles quase tiveram um filho se não fosse pelo câncer que atacou o útero da jovem Emily.
Se eu achava que tinha algum poder, a verdade é que eu era realmente uma funcionária, namorada do chefe, e não tinha bulhufas; senão um passado misterioso e horroroso.
O inferno vos aguarda.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Oi

Geeeeente voces viu o documentario da Demi Stay Strong ? MANOOOOO MUITO LINDOOOOO ><


A, vou postar amanhã pela noite. Beijos