Os dias seguiram e eu fingia que nada havia acontecido. Lissa parecia menos assustada desde que mudei o número do telefone da minha casa, e também ficou mais aliviada quando contei-lhe que poderia ser apenas o passado infernizando; e disso, Melissa era a pessoa mais indicada para entender do que se tratava. É claro, para minha sorte, não precisei entrar em detalhes.
Dispensei todos e quaisquer convites para o meu sábado à noite. Dessa vez, o Saturday Night não seria para diversão, a não ser que houvesse palhaços no circo armado entre aqueles três.
Emily’s POV
Era sábado, dia de fazer biscoitos, exatamente como mamãe fazia. Convidei os meus meninos para uma pequena reunião entre amigos, haviam tantos novos assuntos ruins atrasando nossas vidas, eu precisava levantar o astral deles. Demi também deveria estar mal, mas dela eu tinha que cuidar depois. Aliás... Acho que o envolvimento dos três era realmente aquilo que me deixava triste.
Com a massa dos biscoitos pronta e nas formas, coloquei-os no forno já quente. Estariam deliciosos assim que os meninos chegassem, isso é, às 7. Eles eram sempre pontuais.
Deixei a cozinha e sentei-me em um dos sofás da sala, que eram cobertos de desenhos feitos com lã. Eu gostava de tecer. Com um controle remoto, liguei o som, e o agradável som de Aerosmith encheu o ar de inspiração, e eu me senti flexível a uma meditação sobre o caso dos Três. E então os pensamentos fluíram rápidos...
Demi tinha que escolher um deles, de uma vez. Se ela escolhesse, eu acho que seria o Joe, mas isso deixaria Ster triste. Porém, se ela escolhesse Ster, Joe, que já estava apaixonado, poderia até mesmo perder a razão e virar um Tiozão, como George Clooney. Ah... George Clooney... Joe triste me magoaria. Ster triste me magoaria. Demi tinha de ir embora. Ela com certeza faria isso, se estivesse muito confusa, e ela os culparia por deixá-la louca...
Emily’s POV
Era sábado, dia de fazer biscoitos, exatamente como mamãe fazia. Convidei os meus meninos para uma pequena reunião entre amigos, haviam tantos novos assuntos ruins atrasando nossas vidas, eu precisava levantar o astral deles. Demi também deveria estar mal, mas dela eu tinha que cuidar depois. Aliás... Acho que o envolvimento dos três era realmente aquilo que me deixava triste.
Com a massa dos biscoitos pronta e nas formas, coloquei-os no forno já quente. Estariam deliciosos assim que os meninos chegassem, isso é, às 7. Eles eram sempre pontuais.
Deixei a cozinha e sentei-me em um dos sofás da sala, que eram cobertos de desenhos feitos com lã. Eu gostava de tecer. Com um controle remoto, liguei o som, e o agradável som de Aerosmith encheu o ar de inspiração, e eu me senti flexível a uma meditação sobre o caso dos Três. E então os pensamentos fluíram rápidos...
Demi tinha que escolher um deles, de uma vez. Se ela escolhesse, eu acho que seria o Joe, mas isso deixaria Ster triste. Porém, se ela escolhesse Ster, Joe, que já estava apaixonado, poderia até mesmo perder a razão e virar um Tiozão, como George Clooney. Ah... George Clooney... Joe triste me magoaria. Ster triste me magoaria. Demi tinha de ir embora. Ela com certeza faria isso, se estivesse muito confusa, e ela os culparia por deixá-la louca...
Um estalo na minha cabeça retirou-me da meditação para colocar as bebidas no refrigerador. Minhas ações eram automáticas, e naquela linha de pensamento, eu percebi que mesmo sem nunca ter pensado puramente no assunto, eu já havia manipulado para que tudo isso acontecesse. Um sorriso iluminou o canto da minha boca. Eu tinha o feito sem sequer perceber, porque era esse meu destino: proteger os três. Eles tinham de estar separados, não havia outro jeito racional de mantê-los em suas sanidades e personalidades. E eu, eu tinha que ser amada também. Eu morreria logo, sabia disso, então por que eles não podiam simplesmente fazer o favor de manterem-se afastados? Era... para o bem deles.
Ouvi o toque da campainha. Olhei para o meu relógio pregado no topo da parede: 18:50 h. Será que eles haviam chegado mais cedo? Arrumei meu vestido e dei uma rápida conferida no visual, apenas apalpando-me. Passei as mãos pelos cabelos e atendi a porta:
- Emily. – sorriu-me não um dos meus meninos, mas Demi, com aquele potencial incrível de ser impossivelmente linda e... assustadora. Os cabelos bem presos num coque baixo, nenhum fio se atrevia a sair do lugar; seu rosto estava pintado com uma maquiagem negra, e nem mesmos os lábios escaparam da conduta obscura. Vestia um sobretudo bege – na altura dos joelhos - minimamente mais curto que algum vestido negro e rendado que usava por baixo. Os saltos altos, os quais eu jamais imaginaria me equilibrar, ela parecia estar montada em pantufas com a facilidade em que se mantinha em pé, eram brancos como a neve.
- Oi. – disse balbuciando um pouco. Não esperava a sua presença.
- Emily, a mentirosa. – Demi sorriu, e por mais bonito que fosse o seu sorriso, eu nunca tive tanto medo de suas feições. Eram sarcásticas, duras, más. O que ela estava dizendo? O que estava fazendo?
Sequer retirou o sobretudo para sentar-se em meu sofá com aquele mesmo sorriso que se fundia entre o escárnio e a boa educação. Colocou a bolsa pesada sobre as pernas e olhou para mim.
- O que deu em você? – perguntei rindo, disfarçando a tensão, e fechando a porta de casa. Sentei-me ao seu lado, sentindo-a exalar uma corrente de ódio tremenda.
- Você mentiu para mim. – disse-me olhando profundamente nos meus olhos, a ponto de fazer ferver a espinha. – Entrou na London Music na semana da festa e, de repente se torna minha melhor amiga. Com todo aquele semblante de anjo, tão comportada, uma amiga perfeita, tudo que eu precisava. E agora eu me pergunto: O que afinal você quer de mim? São eles, não é? São eles que você não consegue dividir, porque eles têm de ser seus e de mais ninguém; e seu maior medo é que eles me amem mais do que a amam. – finalmente parou para respirar. – Pior do que qualquer decepção amorosa é saber que alguém em quem você confiava cegamente, mente por puro deleite do próprio ego.
Não havia palavras ou gestos ou quaisquer ações para respondê-la. Eu me sentia inútil, ruim, mau, uma verdadeira bruxa; mesmo sabendo que, no fundo, havia feito tudo de propósito. Abaixei a cabeça com desgosto de mim mesma, e deixei-me levar pelo remorso, que agora, vendo a fúria de uma mulher como ela – ela que sentava ao meu lado -, parecia realmente existir.
Ainda assim via-me na mesma encruzilhada, sem querer magoar os meus meninos, sem querer deixá-los à mercê da escolha de Demi. Escolha de uma mulher que poderia definir a felicidade de um ou de outro, era assim que funcionava, e como esperariam que eu me impusesse? Que ficasse silenciada, vendo-os sentenciados ao sofrimento? Mentir, grande coisa.
- Você fala como se fosse a Santa maravilhosa. – deixei-me levar pela raiva que voltou a me consumir. Demi arqueou uma sobrancelha desafiadora, apenas meu medo evaporou como água em chapa quente. – Só que você esconde o seu passado indefinidamente, e fica nessa de misteriosa indecisa. Espera o quê com isso? E por que antes de me julgar, você não se julga, e percebe que fez o mesmo que eu!?
Ela gargalhou.
- Ah, vamos lá, Emily, eu esperava uma melhor defesa do que me atacar. Meu passado é omitido, devia ser enterrado, e eu jamais enganei ninguém por causa disso. – Disse-me com a voz calma, mas ainda assim transtornada.
Ouvimos o silêncio e a briga entre nossos olhares. Estávamos demasiadas concentradas naquela discussão; eu já havia perdido completamente minha paciência. Ouvi o som de uma porta se batendo, só que nesse exato momento o argumento que eu precisava assolou a minha mente, e não pude impedir-me de ralhar:
- E como descobriu que eu tinha câncer apenas de examinar-me a olho nu? E como soube diagnosticar quando eu perdi meu filho? Por que você sabe tanto sobre tantas coisas? Por que esse medo, essa fúria... Como você pode ser tão rápida nessas respostas sobre a vida? Afinal, Demi, quem é você?
- Reabilitação numa clínica em Cambridge aos 19, nunca cursou uma universidade. Sua verdadeira idade, 25 anos. Seus cabelos nunca foram raspados porque você nunca tentou uma quimioterapia, e é isso que te mantém viva, se você quer saber. E é isso que vai te matar logo, se também for de seu interesse, Summers. Loira e para sempre loira, linda e para sempre linda, meiga e para sempre meiga; mentirosa e para sempre mentirosa. – Demi respondeu. – Essa é você.
- E minha pergunta não foi respondida. – repliquei.
- E eu não estou entendo porra nenhuma. – ouvi uma voz masculina ecoar pelo recinto. Era Joe, com a chave da casa na mão e a porta escancarada, revelando Ster, ali encostado em um traje Armani e mãos nos bolsos. Ambos com os rostos tristes e furiosos. – Aliás, acho que estou entendendo sim, depois de ouvir a conversa das duas, ou seria uma briga?
- Cala a boca, Joe. Cala a boca e senta aí. – ordenou Demi, voltando então seu olhar para Joe. Joe estava... bem, eu não sabia definir sua expressão diante daquela Demi ali sentada. Ajeitou suas vestes, retirando o sobretudo e colocando-o no cabideiro ao lado da porta e simplesmente sentou em uma das poltronas existentes na sala. – Demi...
- Demi. Eu... – Joe queria falar alguma coisa, mas a outra fora ágil em correr ao seu encontro e calar-lhe os lábios com o dedo indicador.
- Venha, eu já estou de saída. – segurou a mão dele e guiou-o até o sofá, fazendo-o sentar ao meu lado.
Demi retirou a bolsa do meio entre eu e Joe e colocou-a sobre um dos ombros. Afastou-se de nós e manteve-se em pé, apenas a observar.
- Antes de deixar-lhe a sós em sua reunião secreta, tenho mais a dizer. – Ela falou, deixando a pesada bolsa cair, arranhando seus braços até a mão, onde ali ela capturou o objeto com agilidade e pressa, colocando-o cuidadosamente no chão. Ster, Joe e eu a encaramos perplexos. – Não sou intrusa, eu faço parte da reunião. Sob efeito de mentiras – olhou-me em culpa – ou verdades, vocês me convidaram, e não pediram o currículo do meu passado para me fazer entrar nisso.
- Demi, por favor, tente entender! Eu não quis mentir para você, mas como posso comparar uma amizade de tantos anos com os poucos meses que tivemos juntas? – tentei redimir. – Eu só preciso que você faça a escolha. Preciso que pare com essa indecisão que os dilacera. É só isso... É meu... – respirei fundo, deixando o ar morno alisar meus pulmões doentes. – último pedido.
O silêncio tocou até mesmo as nossas respirações, apenas o natural era ouvido. Demi traçou expressões as quais jamais conseguiria decifrar e retirou os botões do sobretudo, parecendo apenas sentir calor; mas então jogou o couro pesado no chão e deixou o vestido de tecido fino e renda impressionar. Sussurrou palavras para si mesma e virou-se, indo para dentro da pequena casa sem proferir qualquer palavra audível.
Primeiramente encarei Joe, e seu olhar ainda seguia os passos largos de Demi e seus saltos altos; esperei até encontrar os globos de Joe e agradáveis os quais precisavam me dar um mínimo sinal de vida, qualquer coisa sensível. Eu estava doente, eu precisava dele. Então Joe finalmente se virou:
- Você está morrendo? – ele me perguntou quase num sussurro, a testa franzida o suficiente para revelar algumas marcas de expressão.
- Todo mundo está morrendo, Joe... – desconversei, sentindo-me desconfortável, triste novamente. – A morte é o destino de todo mundo... – disse em um sussurro medroso.
- Como você pôde nos esconder uma coisa dessas, Emily? – perguntou-me Ster, colocando uma das mãos sobre a minha. Eu não sabia responder.
- Medo. Do que vocês poderiam pensar, fazer... Eu realmente não sei.
- Eu sei. – disse a outra possível voz feminina do recinto, a mulher Demi; aquela que eu enganei. Viramos todos os três para ela, que segurava um pote com os biscoitos recém-feitos, ainda exalando a fumaça quente. Deixou o pote no meio da mesa e descansou os braços cruzados, mantendo-se em pé. – Eles iam queimar. – Disse ela, referindo-se aos biscoitos. – Estou de saída.
Demi começou a catar as suas coisas do chão, vestindo o sobretudo enquanto eu ainda via os meus dois meninos a olhar, nada discretamente, o seu objeto de desejo. Objeto. Objeto. Era nisso que ela se resumia, não era? De maneira alguma. Olhei de soslaio para Joe e vi os pêlos do seu antebraço arrepiarem-se apenas de vê-la. Não era o tipo de coisa que objetos faziam com humanos, esse ato de apaixonar-se, não daquele jeito.
Ela abriu a porta e olhou para trás, mas seu olhar não se cruzou com o meu, apenas com o deles. Apenas eles.
- Até segunda, chefes.
Hot Boss Joe's POV
Eu vi. Ster também viu; mas Emily ainda estava sucumbida em suas tristezas para reter-se aos outros. A expressão de Demi era de choro, a lamúria implacável das lágrimas que queriam descer do seu belo rosto. Tão orgulhosa...
A verdade era fina como uma linha e dura como diamante: Eu não sabia o que fazer. Correr atrás daquela que eu achava ser amor ou cuidar de uma amizade que estava para ser finalizada a qualquer momento; e qualquer que fosse a minha escolha, parecia-me eterna. A morte é irreversível; a fuga de Demi, inevitável. Quantas vezes alarmaram de sua instabilidade, e então valeria a pena a sedução do seu mistério, da beleza e... minha resposta era a mesma: Não tinha como evitar. Evitaria eu, um pobre mortal, aquilo que me atingia na histeria de um furacão?
Emily, por mais problemática que fosse, era minha irmã; e iria deixá-la à beira da morte?
Senti minha cabeça baixar enquanto mantive-me estático naquele sofá, e não mexi um músculo para seguir Demi, ou para contatá-la.
- Desculpem. – ouvi Emily dizer com sua voz fraquejada. – Eu...
- Uma bebida forte. – Ster pediu.
- Dois copos. – a minha voz foi proferida, e eu sequer levantei a cabeça, apenas baguncei os cabelos e abracei Emily ao meu lado. – Estamos com você, Em. Até o fim. – disse-lhe, e ela se enroscou em meus braços, abraçando-me fortemente.
- Sim, meu querido. Até que a morte nos separe.
Calma gente, ainda tem o epilogo que vou postar amanhã kk ah, parceria estão abertas quem quiser é só manda o nome da fic e a URL do blog no comentario e pronto ><.
Primeira~dança~
ResponderExcluirMuito liindo... A Demi arrasa... Posta logo o epilogo, tô muitto curiosa.
Beijão
Stay Strong...
Lindo, Lindo, Lindo....Perfeito
ResponderExcluirPosta logo, bjs #curiosidadea1000