segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

BigFanfic.Capítulo 9 - Boss


- Aqui tá bom? – perguntou Joe enquanto estacionava o carro em um lugar mais discreto. Olhei para os lados, analisando. Estávamos a poucos metros da praia, mas entre palmeiras mais densas. 
- Aqui está perfeito. – eu disse, sorrindo maliciosa. – Agora vá para o banco de trás. – indiquei.
Joe me olhou confuso, arqueando brilhantemente uma das sobrancelhas.
- Mandona. – reclamou. Eu ri baixinho, com alguma dificuldade, passei para o banco de trás. Sentei-me, vendo-o me olhar com desejo. Minha situação já era bastante crítica, usava apenas o sutiã e o projeto de saia; talvez por isso, consegui a atenção de Joe em tempo integral para cada mísero traço do meu corpo. Passei o dedo indicador em meus lábios, molhando-os com um pouco de saliva e passei a delinear cada traço do meu tronco: clavícula, seios, abdômen, entrada pélvica e enfim chegando ao botão do jeans. Encarei a face de Joe, visivelmente assustada e pervertida. Seu corpo estava torto, virado para o banco de trás; com certeza aquilo lhe traria algumas dores no pescoço depois de um tempo. Tentei abrir o botão do jeans com apenas uma mão, sem qualquer sucesso.
- Acho que preciso de uma ajudinha aqui, chefe. – disse, transbordando a malícia e luxúria a cada abrir e fechar da boca, a cada mudança de entonação na voz. Eu estava sim um pouco nervosa, não tinha como não estar. 
Era Joseph ali. Meu chefe. Eu nunca me acostumaria com isso; nem eu, nem meu corpo. Joe sorriu largo e finalmente saiu do seu transe temporário para vir ao banco de trás. O banco era de couro, e reclamou um pouco da movimentação de dois corpos estranhos ali. Ele selou seus lábios nos meus com intensidade, com fome, e tratou de desabotoar o jeans em segundos, deslizando a saia pelas minhas coxas até os tornozelos, forçando-me a deitar no banco. Largou meus lábios para me encarar, completamente possuído, e então levantar uma das minhas pernas, beijando cada centímetro possível. Quando enfim chegou aos meus calcanhares, Joe retirou a saia jeans e aproveitou para puxar de uma vez a calcinha:
- Dessa vez eu deixarei ela inteira. – disse sorrindo, lembrando da vez em seu escritório. Eu dei uma risada abafada.
- Acho bom mesmo. – Joe forçou uma risada, encostando seu corpo ainda úmido no meu. Seu peitoral, com seus músculos bem definidos, tocou o meu tronco sem dó, retirando qualquer ar ou forma de vida de meus pulmões; o mundo havia parado na suavidade de um toque. Logo sua respiração forte pairou em meus lábios e eu o ouvi sussurrar:
- Mas isso não significa que vou te deixar inteira dessa vez. – Encarei-o aturdida. O que ele estava pretendendo? Que tipo de amortecedores terrestres poderiam suportar sua fúria sexual? Aliás, será mesmo que ele seria capaz disso tudo?
Sorri brincalhona e encostei minha boca em seu ouvido, levantando um pouco o corpo.
- E qual vai ser a primeira parte de mim que você vai arrancar? – perguntei, sentindo Joe relaxar as feições do rosto num sorriso largo.
- Você descobrirá quando sentir. – respondeu convencido, antes de impactar seus lábios nos meus e ativar sua língua bem instruída para brigar com a minha, desafiadora. Beijávamo-nos numa intensidade impossível de se descrever; aliás, se pudesse fazer quaisquer comparações, diria que estávamos preparando uma fissão nuclear. A energia que passávamos um ao outro se tornava uma espécie de aura e sintonia; os gestos vinham como premeditados para nos despir e encaixar nossos corpos. Então, depois de não demorados segundos, já roçávamos nossos corpos nus e fazíamos às palavras selvagens trocadas. Joe parecia realmente o chefe daquela vez e, por incrível que pareça, era exatamente esse papel que eu queria vê-lo exercendo naquele momento.
Meu chefe parou de me beijar, encostando nossos narizes. Minhas pernas já rodeavam sua cintura e seu membro pulsando perto da minha intimidade, arrancando-me o ar e fazendo da minha postura ofegante. Era incrível como há pouco estávamos os dois morrendo de frio sob a chuva e, de repente, juntos, sofríamos de uma perda de água excessiva, o suor tomando conta de nossos corpos e o calor dilacerando nossas células (e também nossa sanidade). Aquele era o momento, a conjuntura iria começar.
- Testando a suspensão do carro, tomada 1. – disse baixinho, meus olhos já fechados e minhas unhas fincadas nas costas dele. Ouvi uma risada baixa de sua parte, sentindo-o aproximar o rosto do meu pescoço e posicionar-se devidamente. Juntei todo o ar que pude e o senti penetrar-me com uma selvageria insanamente gostosa. Não consegui suprimir um gemido alto, aquela sensação era divina e Joe era realmente um cara que conseguia fazer essa sensação ser fora do normal; demais para o intelecto humano. Continuou com as investidas, alternando-as, e o carro movimentava fortemente com o impacto.
Em minha mente, nada de mais se propagava. Eu poderia fechar os olhos e a única coisa que podia ver era ele; o único som que podia ouvir era seu gemido sussurrado perto do meu ouvido; a única sensação do tato era da sua pele amaciando a minha, de seus pêlos eriçando, misturando-se com os meus, da sua respiração ofegante perto do meu rosto e das investidas poderosas do seu sexo no meu. A cada vez que sentia o ápice mais próximo, consegui distinguir outros sons e outros aromas, principalmente. Mas não envolvia quaisquer pessoas, era apenas o nosso cenário: o carro, a praia, as palmeiras, os amortecedores da suspensão, o banco de couro, a falta de ar.
Dotada agora de sentidos mais atentos, senti o cansaço apoderar-se do corpo de Joe, tornando seus músculos rígidos involuntariamente relaxados pelo meu corpo e mãos. Toquei seus lábios num pedido para que parasse como movimento de vai-e-vem, deparando-me com seu rosto confuso e seus olhos desejosos atacando os meus. Levantei meu corpo vagarosamente e, em completa sintonia, Joe fazia o mesmo, retirando seu membro extremamente excitado de dentro de mim. Não foram necessárias palavras para que eu o confortasse pedindo por confiança. Beijei-o numa calma inabalável e fui correspondida por lábios que tremiam – nervosos, talvez. Aos poucos fui ajeitando nossos corpos do jeito que tinha em mente. Logo, Joe estava sentado e eu estava em cima dele, uma perna para cada lado, de joelhos, frente a ele; e beijando-o como se fosse a última coisa que faria em vida. 
Joe deixou seu corpo deslizar sobre o banco, entortando a própria coluna, aperfeiçoando a posição e encaixando nossos corpos perfeitamente. Enrosquei meus cotovelos em seu pescoço, entrelaçando meus dedos em seus cabelos enquanto tocava nossos narizes; eu já estava mais alta que ele.
As respirações ofegantes faziam da Land Rover uma espécie de vulcão em erupção; poderia ser apenas minha insanidade, mas eu podia jurar que havia visto fumaça pairando sobre o ar ao meu redor.
- Hm – gemeu Joe, chamando minha atenção. Impulsionei os joelhos forçando meu corpo a se levantar. As mãos dele espalmaram em minha bunda, permanecendo ali. Toquei seu pênis com uma das mãos, posicionando-o em minha vagina, novamente colocando minhas mãos em seus cabelos. Ele depositou um beijo em meu pescoço, numa espécie de sinal afirmativo, então eu puxei todo o ar para os meus pulmões e dei início ao movimento de descida.
A penetração se fez lenta e deliciosamente torturante para ambos os lados. Cheguei a sorrir quando terminei o primeiro ato. Joe tinha seus lábios semi-abertos, uma expressão insana de prazer. Mordi meu lábio inferior e iniciei movimentos de subida e descida em cima dele, rebolando em movimentos circulares que faziam com que seu membro tocasse em cada canto da parede vaginal, ele estava muito mais do que dentro de mim; assim senti a primeira parte de mim esvair-se: sanidade. Joe arrancou a infeliz sanidade. Eu era louca, só podia ser. E continuava ainda mais louca transando com meu próprio chefe num carro, no meio do nada e pior: ficando por cima. Dessa vez, se o desempenho do sexo não fosse tão bom, a culpa seria inteiramente minha: Eu estava no controle. Um momento de reflexão: Eu estava no controle?
Podia sentir minhas células gargalharem maquiavelicamente. Que tal uma pequena ‘vingançazinha’ sexual? Não foi ele o cara que me deu o meu primeiro orgasmo de quase um minuto? Que tal se eu proporcionasse a ele o melhor de mim? Talvez agora não estivéssemos mais testando os amortecedores da Land Rover, os amortecedores seriam meus joelhos. Preparei meus músculos das pernas para o máximo desempenho e então joguei minha cabeça para trás, segurando o cabelo da nuca do chefe com mais força e acelerei os movimentos em velocidade máxima. Seu membro saía quase que completamente e entrava por inteiro; seus gemidos já eram silenciosos, não havia mais forças para propagar quaisquer sons. Ambos estávamos demasiados concentrados, eu, em lhe proporcionar o máximo do prazer e ele, em senti-lo em sua latência.
Fechei meus olhos a fim de concentrar-me mais ainda naqueles movimentos, como uma tentativa de descansar, ao menos, minha pobre retina. Fui surpreendida por lábios úmidos que deslizavam em meu colo aleatoriamente, esfomeados. Suas mãos então subiram às minhas costas e sua língua quente passou a tocar um dos mamilos enrijecidos. O som rouco da minha voz ecoou num gemido prolongado, porém interrompido por espasmos cada vez mais intensos e constantes do meu interior. Era incrível o poder que ele exercia sobre mim, parecia uma força de gravitação; temia que chegássemos a anular tal força e nos fundir de uma vez. Aliás, era exatamente essa fusão que os românticos apelidavam de amor, não é? Cedo demais para chegar a qualquer conclusão.
Joe alternava entre meus seios – talvez um dos seus hobbies – em chupões e sugadas, vez ou outra parando para respirar ou gemer alto devido à uma boa investida vinda de mim e dos meus amortecedores naturais. Eu sentia meu corpo se alterar com mais espasmos, cada vez mais potentes, fazendo-me fechar os olhos com mais força. Joe parou de chupar meus seios para segurar-me pelos cabelos, puxando-me, e selando nossos lábios. Subi o máximo que pude com minhas últimas forças, os músculos das pernas já reclamando em desfalque, e desci tudo de vez, sem dó.Senti o líquido dele jorrar dentro de mim sem pudor, forçando uma segunda reação: meu orgasmo. Ficamos em choque por um tempo, procurando sentir mais minuciosamente cada sensação proporcionada pelos corpos dotados do gozo. Pequenos choques elétricos alimentavam o pulsar das minhas artérias e um campo magnético de atração aproximava meu corpo ao toque dele, era inevitável. Meu corpo clamava por Joe. Abracei-o em meio à sensação latente, talvez um pouco desesperada, e fui devidamente retribuída por aquelas mãos quentes, que deslizaram pelas minhas costas suadas, juntando com mais força os nossos corpos. Eu ouvia sua respiração diminuir aos poucos e deliciava-me com o cheiro másculo que seu pescoço exalava.
- Isso foi... – a voz dele irrompeu o silêncio - incrível.
Deixei que minha risada brincalhona ecoasse, afastando-me de seu pescoço ainda com um pouco de reluta. Sua expressão risonha me atacou, fazendo-me imprimir nos lábios um sorriso maroto.
- Eu sei. – disse, dando-lhe um selinho demorado. Quando tentei me afastar da sua boca, ele se aproximou de mim ainda mais, mordendo o meu lábio inferior como se me chamasse de volta para ele. O canto da minha boca coçou com mais um sorriso, este de satisfação. Beijou-me com mais intensidade, pedindo espaço para sua língua me invadir, porém os movimentos eram calmos, como quem descansa beijando. Realmente eu precisava descansar, Joe me deixava extremamente exausta. Além de sono, eu tinha fome e certa necessidade de uma cama quente e uma noite bem dormida com minha cabeça deitada no peito dele.
Afastei-me vagarosamente e finalmente saí de cima dele, para o alívio da minha intimidade e dos meus joelhos. Nus em pêlo, estávamos sentados no banco de trás da Land Rover, um ao lado do outro, as cabeças erguidas para o teto. Os sons eram distinguíveis, tinha o mar que batia nas pedras, a chuva fraca que alisava os vidros, as nossas respirações que tentavam se acalmar e os nossos corações que batiam em descompasso, fortes e potentes.
- Acho que essa última, foi a tomada dois, não é? – perguntei com um sorriso malicioso.
- Um ponto para a Land Rover. Excelente suspensão. – disse Joe rindo enquanto eu o acompanhava.Nossas risadas esgotaram e logo entramos no transe momentâneo novamente. Olhei para o lado da janela, vendo as gotas de água doce escorrerem pelo vidro. Cada detalhe ao meu redor era facilmente notado por mim, principalmente detalhes vindo daquele ser ao meu lado, que tocava a pele quente do seu braço no meu; os pêlos da sua perna na minha, o suor do seu corpo misturando-se ao o meu.
- 
Heaven.... – cantei baixinho, virando meu rosto para ele, que já me encarava confuso. – I’m in heaven. And...
- My heart beats so that I can hardly breath.
 – ele continuou a música perfeitamente. Sorrimos cúmplices. Joe colocou sua mão em minha coxa, a palma para cima; deixei que minha mão também descansasse ali e entrelacei nossos dedos. Um sentimento bom me invadiu, suspirei fundo e deixei minha cabeça encostar-se ao seu ombro, cantarolando a música com a boca fechada enquanto ele alisava meu polegar distraidamente.

Ficamos um tempo ali, apenas admirando a presença um do outro. Talvez estivéssemos trocando informações telepaticamente; o que eu sei é que, vez ou outra, ríamos sem motivo, era como se ele tivesse contado uma piada, nessa nossa conversa telepática. Os sorrisos e olhares eram cúmplices, os carinhos eram dotados de uma extrema cautela, um carinho que ninguém nunca saberá de onde surgiu ou como surgiu. Eu revia algumas cenas do passado, do Joe rígido, do chefe em si, do galinha que ele costumava ser. Duvidava na possibilidade de aqueles olhos pudessem ter saído da máscara de carrasco, por isso toquei diversas vezes em seu rosto, precisava me certificar de que aquilo tudo era verdade, era realidade. Era com certeza verdade e também com certeza o paraíso: Heaven.
- Estou com fome. – reclamei finalmente, sentindo meu estômago revirar pela terceira vez.
- Pra variar. – ele disse num tom brincalhão. Fuzilei-o com o olhar e ele fez cara de inocente, colocando as duas mãos para o alto. – Juro que também estou com fome, por favor, não me mate, eu sou jovem!
- Jovem? – perguntei. – E eu sou feia. – disse irônica.
- Bem que eu achei algo estranho no seu nariz... – ele disse rindo, logo se desculpando com um beijo no meu nariz. - Eu sou velho e você é linda. – sussurrou no meu ouvido. Sorri largo e depositei um beijo carinhoso em sua bochecha.
Procurei com os olhos a minha calcinha, a saia e o sutiã. Achei algumas roupas emboladas e supus que algum daqueles trajes poderia pertencer a mim. Passei por cima das pernas de Joe para pegá-los e separei-os. Encontrei a saia e o sutiã juntos e a boxer dele. Joguei a boxer no colo dele e passei a me vestir, impressionantemente rápida. Eu sentia os olhos dele acompanharem meus movimentos rápidos para me vestir naquele lugar um tanto quanto pequeno. Quando acabei, olhei para ele que ainda me encarava.
- Não vai se vestir, velhinho? – perguntei com um sorriso sapeca.
- Não sei... Estou decidindo ainda. – ele disse, completamente disperso nas curvas do meu corpo feminino. Aproximei-me dele e toquei o seu pescoço, encarando algumas velhas marcas feitas por mim. Escolhi a mais fraca e ali calei meus lábios, sugando com destreza e finalizando com uma leve mordida.
- Me alimente e eu deixo você ficar nu. – eu disse indo para o banco da frente e catando minha blusa, começando a abotoá-la. Puxei o retrovisor melhorando minha visão e assisti Joe tocar o próprio pescoço e sorrir maroto, procurando o resto das suas roupas e vestindo-as devagar. Quando ele acabou, virei-me para olhá-lo, encarando minha visão de Deus Apolo encarnado.
- Velhinho gostoso, você viu minha calcinha? Não a acho em lugar algum... – disse, deixando meus olhos caírem para o chão do carro à procura daquela calcinha idiota.
- Agora eu sou gostoso? – perguntou desconfiado, fazendo-me gargalhar alto.
- Não, sempre foi. – eu disse e antes que pudesse abrir a boca pra falar qualquer coisa, interrompi-o – Não é pra ficar convencido, senhor Joseph. Agora vamos, me ajude a encontrar a calcinha.
- Você é mandona demais, sabia? – perguntou, segurando meu queixo e me forçando a encará-lo.
- Você se incomoda? – perguntei.
- Não... Na verdade isso até me excita. – sorriu, beijando-me no canto dos lábios. Sorri de volta. – E sinceramente, esqueça essa calcinha, facilite meu trabalho. Você não quer ver mais outra calcinha rasgada, não é mesmo?
Um pico de perversão subiu ao meu cérebro e deitou em minha língua, que não se segurou.
- E se eu sentir frio?
- Eu te aqueço. – ele disse tão pervertido quanto eu, com um pouco de vergonha, voltei ao meu assento, endireitando-me e prendendo o cabelo de qualquer jeito.

Foram precisos alguns minutos de persuasão para que ele me forçasse a aceitar cinco mudas de roupa numa loja qualquer, dentro daquela cidade pequena. Eu não conhecia aquele lugar, mas ele me era extremamente aconchegante. As casas de madeira compunham o cenário perfeito para um filme de Natal; aliás, lembravam-me de um seriado: Men in trees.
Fomos à tal loja que ele mencionara e eu tive que escolher as tais roupas. A loja era de departamento, então consegui arranjar pijamas, calcinhas, sutiãs, blusas de frio, segundas-peles, jeans e um vestido de gala. Para que diabos um vestido de gala? Eu perguntei o mesmo a Joe e ele apenas mencionou que sempre foi seu sonho me ver num daqueles. Eu concordei, tendo a plena certeza de que realmente havia arrancado a minha sanidade.
- Satisfeito, senhor Jonas? – perguntei enquanto ele assinava o papel do cartão de crédito.
- Agora sim, senhorita Lovato. Venha, quero que conheça meu refúgio. – disse ele, pegando as sacolas com uma mão e com a outra puxando a minha, arrastando-me para o lugar ao qual se referia.
Eu já preferia guardar minhas belas interrogações. Era de fato bastante curiosa, mas o que faria? Enchê-lo-ia de perguntas até ele dizer que não iria me responder e desse a língua? Poupei-me disso. Respirei fundo e segui Joe até a Land Rover, apenas obedecendo suas indicações.

- É aqui. – ele disse, sorrindo de orelha a orelha. Desligou o motor maravilhoso da Land Rover e saiu do carro, pegando as sacolas que estavam no fundo. A chuva já havia acabado, mas seus estragos ainda estavam presentes. Dali eu podia ouvir o som e sentir o cheiro do mar forte. A casa que ele me levara era pequena, de madeira, iguais àquelas que eu havia visto na cidade, só que muito menor e mais bonita. Parecia ter saído de um conto de fadas. Joe vinha apressado com as sacolas e abriu a casa enquanto eu ainda estava em transe, meus movimentos lentos como de uma lesma. Ainda fechava a porta do carro enquanto ele já acendia as luzes da pequena casa rapidamente; eu apenas via seu vulto se movimentando com pressa.
- Demi! – gritou de dentro da casa. Logo o vi na frente da porta, fazendo sinal para que eu fosse lá mais rápido. Apressei um pouco meus passos, sentindo um frio tremendo, principalmente nas partes de baixo. Não estou me referindo apenas à minha intimidade, mas minhas pernas estavam completamente descobertas; e ainda por cima, os saltos urbanos faziam doer o peito do pé.
Assim que cheguei perto dele, Joe envolveu seu braço em meu pescoço, por cima dos meus ombros e me levou para dentro de casa, fechando a porta.
Era tudo lindo e minimalista. A casa era realmente pequena, mas os móveis pareciam ter sido feitos para aquele lugar, encaixavam-se deixando o espaço perfeito para a circulação de pessoas. O cheirinho de madeira, sal me fazia inspirar o ar com mais força, procurando sentir aquele cheiro maravilhoso dentro de mim. Havia um pequeno sofá de veludo, num estilo de namoradeira, vermelho-sangue. Ao lado, estendiam-se algumas poltronas reclináveis e à frente uma pequena mesa de centro, com alguns porta-retratos e objetos de decoração em cima. Quadros prendiam-se ao lado de lindos alabastros dourados. Era tudo realmente belo. Uma escadinha de não mais do que três degraus levava-nos à cozinha e à sala de jantar, que se fundiam em um só. Os balcões da cozinha formavam um 
L e eram de uma madeira escura que parecia ter sido banhada a bronze. Dessa mesma cor também vinha a mesa quadrada a poucos metros, apenas quatro lugares e cadeiras com almofadas que, de longe, pareciam extremamente fofas. Eu tocava quase tudo que via completamente boquiaberta. Para um conquistador como ele, eu esperava algo, no mínimo, parecido com sua casa. Majestoso, moderno. Aquilo parecia ter sido construído há muitos anos e que apenas fora levemente modernizado com os aparelhos eletrônicos; como a televisão de plasma que fazia um contraste imenso com o resto da casa.
- À direita – ele apontou – o banheiro e a dispensa. À esquerda – apontou para o outro lado – Nosso quarto e o quarto de hóspedes. Momento de reflexão: Nosso quarto?
- É tudo lindo demais, Joe. Eu estou impressionada, tem certeza de que isso aqui é seu? – perguntei divertida. Ele riu.
- É claro que é meu. Eu sou velho, lembra? – disse rindo. Era engraçado que ele dissesse que era velho, eu sabia que ainda nem tinha completado seus trinta anos. Eu ri e me afastei de seu braço, indo até uma das cadeiras da mesa de jantar e sentando.
- O que vai ter pra jantar, chefe? – perguntei sorrindo.
- Eu estava pensando em... – pôs-se a pensar - gosta de fondue?
- Amo.
- Então acho que temos o nosso cardápio, minha jovem.

Era meia noite quando finalmente olhei para o relógio. Saí do banheiro com meu mais novo pijama, mais ridículo impossível. Era uma camiseta gigante e tinha o Bob Esponja na frente, brincando de caçar água-vivas. Saí do banheiro com a cara amarrada, os braços cruzados.
- Estou me amaldiçoando por ter deixado um VELHO escolher meus pijamas. Você foi um pedófilo na última encarnação, eu tenho certeza. – disse resmungando e sentando na macia cama.
- Você ficou uma gracinha nesse pijama. – Ele disse sorrindo, saindo de sua antiga posição, deitado e olhando pro teto, para me abraçar por trás.
- Gracinha, gracinha... – resmunguei – era só o que me faltava.
Joe ria, dizendo que quanto mais nervosa eu ficava mais gracinha eu parecia. Depositou beijos em meu pescoço que me faziam arrepiar, mas ainda não consegui ceder à ridicularidade daquele pijama. Parecia que eu tinha voltado aos meus doze anos. Infernais doze anos. Infernal passado. Merda. Levantei-me da cama num impulso rápido, fazendo com que Joe tomasse um susto.
- Demi... – tentou dizer, mas eu o interrompi colocando um dedo em seus lábios. Coloquei as duas mãos na barra do pijama e levantei-o de vez, deixando-me vestida apenas com uma calcinha preta normal – isso porque fui eu quem a escolhi.
- Pijama idiota. – disse, jogando aquele Bob Esponja para longe. – Chega pra lá. – falei com a voz autoritária. Tirei os edredons, deitando-me na cama e me cobrindo. Contei exatos seis segundos para que Joe fizesse o mesmo, esperando que eu virasse meu corpo para ele. Sentia sua respiração tocar na minha nuca e seu cheiro me intoxicava cada vez mais. Ele se mexeu um pouco na cama para desligar as luzes, deixando um breu naquele quarto. Sua risada fraca fora ouvida por mim, fazendo-me sorrir também e virar para ele. - Chefe... – chamei-o em um sussurro.
- Hum. – respondeu num murmúrio.
- Você prometeu me aquecer, certo?
- Sim.
- É que eu estou com frio – sussurrei com uma tentativa de voz sexy. Não demorados segundos, já estávamos completamente enroscados, beijando-nos com ardência, rolando pela cama. - Chefe? – interrompi o beijo. Joe estava em cima de mim, tinha um braço em cada lado da minha cabeça, eu estava praticamente enquadrada naquela posição.
- Sim?
- Será que a cama também tem bons amortecedores? – perguntei, fazendo-o rir baixinho perto do meu ouvido. Mordeu o lóbulo da minha orelha.
- Vamos testar... – sussurrou. Se continuasse daquele jeito, eu já não sabia lhe dizer o que poderia acontecer; previsões para romance ardente, romance amoroso, sexo sem compromisso, sexo com compromisso, troca de favores, amizade colorida... Infinidade de futuros para nós dois. No entanto, não havia nada melhor a fazer senão aproveitar o momento e o momento agora é de, bem, melhor não comentar...

SOOOOOOORRY PELA DEMORA BEM DEMORADA KK ;X

3 comentários:

  1. *-------------------------------------*
    Que perfeeeeeeito!
    Posta logoo bb!
    Beijoos!

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  2. ahhhhhhhh muito legal eu adoro eles juntos e essa história também quase me desesperei aqui pq vc não postava, mas enfim vc postou e espero q poste logo, to super a ansiosa... Beijos Flor :)

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  3. Nova seguidoraaaa..
    Ameii o seu blog e já tô te seguindo..
    Você pode divulgar, seguir e ler o meu blog?
    http://jemi4rever.blogspot.com/
    Beijos

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