domingo, 8 de janeiro de 2012

BigFanfic.Capítulo 5 - Boss


- Emily... - Eu tentava calmamente acordar Emily do sofá da minha casa, balançando o seu corpo com a pouca força que meu braço tinha matinalmente. Só não diria que ela era uma pobre coitada naquela posição porque eu havia simplesmente dormido no tapete da sala, destroçando minha coluna. Aos poucos minha amiga acordava e abria os olhos, ainda sem mexer nenhum músculo do corpo. 
- Trabalhar. - disse apenas e me afastei do sofá, alongando os membros. A sala estava uma completa bagunça, de caixas de pizza a papéis referentes ao trabalho, além de pipoca, refrigerante e uma montanha de DVDs que havia desabado. Não foi previsto que passássemos o sábado e o domingo juntas e, muito menos, que Emily dormisse na minha casa. Mas simplesmente havia muito para se conversar, muito para se discutir e o tempo passava muito rápido, tanto que mal percebemos quando, durante o último filme, fechamos os olhos e dormimos. Estávamos exaustas. Principalmente porque no domingo tivemos de providenciar a impressão da revista sozinhas, visto que os dois chefes folgados estavam afogados numa ressaca impossível desde que souberam das más notícias. Quando finalmente Emily moveu um músculo para se levantar, segurei-a pelos braços e a ajudei a ficar de pé. 
- Estou com dor de cabeça. - disse com as mãos sobre a testa. 
- Vou te arranjar um analgésico. Pode ir tomando um banho, tem toalha extra no banheiro. 
- Obrigada, Demi. - ela disse, dando passos tortos pelo corredor até o banheiro, onde se trancou. Eu olhava para a bagunça da sala e pedia com todas as minhas forças que a empregada resolvesse vir e fazer a arrumação daquilo sem reclamar. Passei as mãos pelo cabelo embaraçado e segurei-o em um coque até achar algo para prender. Assim feito, fui ao quarto, separar roupas para mim e para Emily. Sabia que seria difícil encontrar roupas minhas que dessem nela, afinal, Emily era muito magrinha e mais baixa que eu. Escolhi então uma roupa que não parecesse grande nela, que não ficasse tocando no chão, e separei em cima da cama. Também separei a minha roupa e sapatos para ambas; alguns acessórios, dois sobretudos não muito quentes e disponibilizei maquiagem básica caso Emily precisasse. Eu não sei ela, mas eu precisava estar bem hoje. Tinha planos para a noite. 
- Você tem carro? - Emily me perguntou. Estava simplesmente esplêndida com a roupa escolhida, os cabelos haviam sido presos pela primeira vez desde que a conheci. Eu respondi à sua pergunta negativamente. Eu ainda não tinha condições de ter carro, já bastasse o apartamento que havia me custado anos de trabalho, um carro na capital inglesa me custaria mais um financiamento que eu temia não ser capaz de arcar. Além do mais, eu nunca me importei em pegar metrô para chegar até o prédio da revista. 
- Demi Lovato, chefe do departamento de design não tem carro? - Ela perguntou incrédula. - Não consigo acreditar. Pensei que tínhamos saído de táxi ontem porque você estava com preguiça de dirigir ou sei lá. 
- Nossa... Não sei por que essa incredulidade. Por acaso a senhorita tem carro? 
- Não... mas aí é porque meu salário não deixa. Eu ainda nem consegui sair da casa de minha mãe! Nós rimos, até sermos interrompidas pelo meu estômago, que roncou como um urso que acabou de sair do período de hibernação. 
- Vamos ter que comer fora. Aqui não tem comida. - eu disse, pegando minha bolsa e abrindo a porta de casa. 
- É o jeito, né? - Mily disse - Você é uma ótima anfitriã, mas péssima dona de casa. - Falou e eu ri baixinho com a conclusão dela. 
Pegamos o metrô até o prédio em que trabalhávamos e comemos algo na Starbucks da esquina, sem se importar com o horário; ainda era cedo. Apenas nesse momento eu percebi que meu relógio biológico havia funcionado pela primeira vez em tempos. Havia acordado sozinha e na hora certa. Mesmo agora tendo a certeza de que null não encheria meu saco por ter chegado minimamente atrasada. Eu perguntava-me qual seria a reação dele diante do que acontecera entre nós dois; ele sabia quem ele havia ficado naquele dia, não imaginava que eu soubesse que o Coringa era ele, apenas isso. Será que mesmo assim ele me trataria daquele mesmo modo grosseiro e superior? Eu apenas sanaria minhas dúvidas caso entrasse no escritório da revista pós-festa-fracasso, em mais um dia de trabalho. 

Adentrei o escritório rindo baixinho com Emily, ela havia contado algo engraçado sobre a festa, falava do príncipe épico que estava com ela quando eu a vi pela primeira vez. 
- Qual é, Demi? Eu tenho vergonha, sabia? Ao contrário de certas pessoas... 
- Eu sei que você tem vergonha, Emily. Eu lembro o modo em que você dançava até o chão CHEIA de vergonha - Ironizei entre risos. Os funcionários nos encaravam com caras sonolentas e assustadas diante da nossa disposição. Ou talvez fosse porque eu resolvi descobrir as pernas descaradamente. Who cares? 
Fui direto ao meu escritório e o encontrei limpo e arrumado. Despedi-me de Emily com um aceno, vendo-a entrar no escritório do Joe com um sorriso de canto de boca para mim; fiz sinal para que se calasse com o dedo e entrei em meu cafofo. Liguei o computador, joguei minha bolsa sobre a mesa e larguei o próprio peso sobre a cadeira giratória. Assim que o computador iniciou, abri todos os programas de que ia precisa, além do Outlook, para checar meu e-mail. Havia 40 mensagens não lidas, e eu passava meus olhos sobre elas sem a menor vontade de lê-las, apenas vendo se talvez houvesse algo interessante: Um lembrete de Tiff, sobre a nossa reunião na quarta-feira para discutir sobre o logo. Melody, uma das editoras, com uma matéria sobre bandas novas e o novo conceito do rock, me pedindo para ler, dar opinião e ainda por cima criar o design da matéria de forma inovadora. Nem me pediu tanta coisa. 
Fui interrompida de minha leitura quando um Ster emburrado abriu a minha porta sem nem ao menos bater educadamente - coisa que até o Joe fazia - e jogar um bolo de papéis e desenhos sobre meu colo. Apressei-me em segurar aquela pilha de coisas para que não caísse e o encarei logo depois, o cenho franzido. - Uau. Acumulou muita coisa, né? 
- Não. Esse é o seu trabalho do dia. - Eu olhei novamente para a pilha, abismada. - Quero tudo pronto ao final do dia. Se você passar do expediente, não é problema meu, também não irei pagar extra pra você fazer sua obrigação, Lovato. - O que significa isso, Ster? - me apressei em perguntar. Por que ele estava tão rude assim, de repente? Não me chamava de Lovato desde... muito tempo. Será que havia brigado com Tiff? Compreensiva, coloquei a pilha de papéis sobre o móvel e voltei a olhá-lo. Levantei-me da cadeira e toquei seu ombro. - Está tudo bem com você, querido? 
Suas feições foram indecifráveis. Ele retirou minha mão de seu ombro e me encarou com os olhos rachados. 
- Você é a minha empregada. Coloque-se em seu lugar. Agora faça o que eu mandei. - disse ríspido. O brilho dos seus olhos nunca me fora tão repelente. Mesmo assim, continuei em sua frente, observando seu rosto - que mesmo com raiva, permanecia lindo - e esperando que ele me dissesse que aquilo tudo era brincadeira. Mas ele não fez nada mais do que virar as costas largas e sair do meu escritório num vulto que fez os meus cabelos arrepiarem-se. Não iria chorar como uma garota, ou ficar triste com aquilo. Se ele quisesse ser rude, que fosse. Do mesmo jeito ele se agarrava com a namorada na minha frente e nem por isso eu conseguia ser tão ignorante com ele. Se Ster realmente me conhecesse, saberia que com aquela reação dele eu ia passar a tratá-lo exatamente como tratava o Joe: curta e grossa. A raiva, obviamente, não sumiu com lógica mais-do-que-óbvia presente em meus pensamentos teimosos. Sentei na cadeira sem conseguir segurar minhas pernas direito e cruzei os braços num ato infantil, mas perfeitamente combinável com a situação recente. Abri os vários projetos que me foram postos e suspirei fundo: Teria um bom trabalho pela frente. 

Quando saí do escritório a fim de tomar café, os funcionários me encaravam com uma cara estranha, mas que eu não fiz questão de decifrar. Sabia que tinha acabado de sair da Starbucks, mas apenas mais uma dosezinha com certeza não me fará mal. Eu sabia que aquilo estava se tornando um vício, mas me parecia completamente inevitável reativar os ânimos, principalmente depois do trabalho extra que me foi enviado sem mais nem menos. Café era o meu álcool. Enchi o copo descartável com café preto e forte, pouco açúcar. Entornei como se fosse água. 
- Devagar aí, Demi. Andou sem comer de novo? - ouvi a voz de Joe tão perto de mim que preferi não me virar para não acabar causando um desastre. 
- Oi, Joe. - disse, fingindo ser a eu de sempre. Claro que eu tinha coisas em mente, aquilo fazia parte do plano... - E não, hoje eu comi bem. Só preciso de um pouco mais de energia. 
- Sei. Como foi de festa? - virei-me num impulso para encará-lo. Assisti seus olhos adentrando cada célula óptica, informando aos meus neurônios de que existia algo perigoso por vir, um sinal para que eu me afastasse. Aqueles olhos estavam pura malícia. Eu bem queria saber o que ele pretendia fazer naquele momento, mas me recusei a deixar que ele controlasse algo. EU queria controlar, queria abordá-lo e deixá-lo confuso. Era uma necessidade de que as coisas funcionassem assim, um desejo do meu interior. 
- Foi boa. 
- Só boa? 
- A sua foi maravilhosa? 
- Não respondeu a minha pergunta. 
- Você também não. - falei rispidamente porém com um sorriso nos lábios. - Até mais tarde, Jonas. Tenho trabalho a fazer... 
- Onde está o resto da saia? - ele perguntou, olhando descaradamente para as pernas descobertas. Não me importei, era essa a intenção mesmo. 
- Comprei em liquidação, vem pela metade. - Disse rindo - Você gostou? 
Não dei espaço para que ele respondesse, apenas assisti seu rosto espantado com a minha petulância temporária. Apressei meus passos para o escritório e lá me tranquei, esquecendo de tudo e de todos, e fazendo apenas o que me era obrigação: Trabalho. 
Era a última matéria a ser passada pelo Photoshop. Eu tinha apenas que ajeitar as fotos e adicionar o layout que, graças a deus, já estava pronto. Feito isso eu poderia colocar meu plano em prática. Isso, obviamente, se Joe ainda estivesse na Redação. Ajeitei rapidamente o que precisava ser feito, não passando de 15 minutos. Fechei a última pasta que me foi entregue por Ster na manhã e suspirei de alívio. 
Levantei-me e andei em passos discretos até a porta, abrindo uma pequena fresta e observando a Redação completamente vazia; luzes apagadas e silêncio instalado - se não fosse pela climatização e pelo som da minha respiração um pouco ofegante. Virei meus olhos para a diretoria, mas não havia qualquer luz acesa em nenhum dos escritórios; melhor dizendo, Joe não estava lá. Minha primeira reação foi amaldiçoar a porta, o dia, a caneta que estava no chão e eu tropecei, a formiga que fez cócegas em minha perna e o computador por simplesmente existir. Mas logo retirei todas essas maldições e as joguei em Ster. Que merda ele estava fazendo com aquela arrogância que sequer combinava com ele? E me entupindo de trabalho, como uma escrava remunerada? Eu não ganhava o suficiente para trabalhar 24h mas, se ao menos ele fosse menos estúpido, quem sabe eu não reclamaria do dinheiro. 
Fui atirando minhas coisas à bolsa sem me importar se ia caber ou não. Eu era a última naquele inferno de redação e também não me importei quando comecei a resmungar baixo ao fazer minhas coisas. Desliguei o computador puxando o cabo de energia e desliguei a luz quase quebrando o inferno do interruptor. Odiava planejar coisas, e quando planejo, não dá certo. Coisa boa ser impulsiva, péssima apenas para o interruptor, para o computador, para o chão que eu esmagava, enfim. 
Quando me lembrei que ainda tinha de pegar o metrô tive vontade de me jogar do último andar do prédio. Suspirei fundo e peguei a bolsa lotada de coisas - também com trabalho de casa -, peguei um sobretudo que guardava num armário reservado aos funcionários devido ao frio que poderia encontrar lá fora, minha pele estava demasiada descoberta, saindo porta afora da redação, trancando portas e desligando lâmpadas remanescentes. 

A cidade de Londres sempre fora uma coisa impressionante à noite. Já havia se passado da meia-noite quando atravessei a rua para pegar o metrô. A beleza da cidade simplesmente sucumbia aos rostos sérios que, principalmente àquela hora, se mantinham quietos e calados. O metrô, por algum milagre, não demorou a chegar, ou talvez aquilo fosse resultado da primeira vez que cheguei na hora certa para pegá-lo. Havia poucas pessoas sentadas naquelas cadeiras. Eu não gostava de ter que ir embora àquela hora de metrô, me parecia extremamente perigoso por mais que eu soubesse me defender muito bem devido ao meu passado. Assim que minha linha de pensamento parou no passado, eu rapidamente desviei, e me pus a pensar no presente, já que o passado apenas me traria coisas desagradáveis: em todo e qualquer sentido. O que me deixava mais louca era que o meu presente se resumia a dois nomes: Joe e Ster. Não que eu não me importasse com o trabalho em si, dos desenhos e tudo mais, mas aquilo era algo que eu fazia tão naturalmente quanto comer e dormir. Eles dois não. Com eles era diferente.
Sentei em uma das cadeiras perto de uma barra de metal, era meio desastrada quando o metrô estava em movimento, então permiti assegurar que não levaria uma queda ou saíria me batendo pelos vagões. Deixei minha bolsa descansar no meu colo e encostei a cabeça na parede. Por puro vício, puxei os fones do ipod de dentro da bolsa, liguei-o e apertei play esperando que uma lista qualquer tocasse. Não me importei diretamente com que música estava tocando, mas consegui deixar tocar por simplesmente me agradar. 
My hopes of being stolen
Might just ring true
Depends who you prefer


Depende de quem eu prefiro. 
Quem eu prefiro? 

Eu prefiro quem me complete. O problema é que eu acho que os dois conseguem fazer o mesmo... Apesar de que Joe tem pontos na frente. Eu gostei da performance dele, ah, se gostei. A música entrava nos meus ouvidos com mais potência, e eu passei a pensar com um plano de fundo musical. No entanto, não conseguia me distrair. Havia um instinto aguçado e desconhecido que queria me deixar com os olhos bem abertos. Talvez fosse a insegurança pelo horário tardio em que eu estava voltando para casa. Senti meu celular tremer na bolsa e então me concertei na cadeira para ver a tela: 1 mensagem recebida. 
"Girl, aonde hells você se meteu? Ninguém atende em sua casa, estou preocupada! Quero saber o que aconteceu... do seu plano.
xx Emily"
Suspirei fundo. Queria responder-lhe que o louco varrido do Ster era quem havia me feito tanta desgraça ao mesmo tempo, destruindo meu plano e arruinando a minha noite. 
"Plan Failed. Trabalho demais, e ainda estou levando coisa pra casa. Emily me salve. 
xxx Demi"
Mensagem enviada. A próxima estação já era a que eu desceria, então joguei minhas coisas na mochila e escondi os fones de ouvido por debaixo da roupa. Senti o telefone vibrar mais umas duas vezes no caminho andando até meu apartamento, mas preferi ignorar, apenas desejava dormir, descansar. 

Os dias seguintes na revista foram piores do que aquela segunda-feira. Eu não conseguia coragem para pedir socorro na sala de Joe ou reclamar com Ster por estar jogando tudo em mim, descontando de algo que eu não havia feito. Aliás, o que mesmo levou-o a tomar tais atitudes ainda se formara com mistério, e não foi apenas pela falta de tempo que eu não cheguei a dar uma de Sherlok Holmes, mas porque quando a minha mente de repente se tornava desocupada, não era em Ster que eu estava pensando. 
Na quarta-feira, como combinado, resolvi o problema com Tiff. Não - eu não briguei com ela. Apenas tive que ajustar seu logo e ajudá-la a fazer uma seleção de imagens para compor sua matéria. Aliás, por acaso, Tiff andou sendo promovida. Se antes ela tinha uma folha e meia para sua matéria, agora ela tinha três completas; exatamente o dobro do anterior. O engraçado é que foi Ster quem a promoveu, o que é meio suspeito já que eles são namoradinhos. Quanto a mim, acabei por ganhar um peso a mais no departamento, já que por decisão dos chefes, alguns web designers e editores da minha seção foram demitidos, visto o nosso problema financeiro pós-fracasso-de-festa. Andei pensando diversas vezes em idéias para reassumir a posição gloriosa da Music London, mas de nada adiantou. Talvez isso fosse problema decorrente da minha ocupação tremenda em outros trabalhos de prioridade maior, trabalhos esses vindos sempre das mãos de null. 
- Preciso do conteúdo desses envelopes impressos até o horário do almoço. - Disse Ster naquele dia de sexta-feira. Estava decidida a, desta vez, comentar com ele sobre meu 'overbook' de trabalho árduo, cansativo, e que estava ocupando todo o meu tempo, livre ou não. Então coloquei os envelopes sobre a escrivaninha, e virei a cadeira giratória para que pudesse falar com ele diretamente. Estava vestido tão impecavelmente que cheguei a perder um pouco meu fôlego quando o encarei; uma calça social e smoking negros, a camisa era de cetim ou seda - eu não sabia diferenciar devido à distância - e estava colocada para dentro da calça apenas pela metade, enfeitada com uma gravata vermelho-sangue - esta com certeza de seda - que brilhava como se fosse veludo. Seus cabelos estavam penteados para trás, molhados como se tivesse acabado de tomar banho e penteado para trás. 
- Senhor Knight - sim, agora ele me obrigava a chamá-lo de senhor, dizendo que eu era sua empregada e não sua melhor amiga. Não que eu fosse ligar pra isso, algo muito maior me dizia que aquilo era apenas algo como uma máscara, e que aquele tratamento rudimentar e ignorante fazia parte do teatro em que Ster se submetia. O motivo, este sim, completamente desconhecido. 
- Sim, Lovato? - Perguntou arqueando uma sobrancelha de forma desafiadora, e seriamente sexy. Tentei inspirar o máximo de ar possível para proferir as palavras corretas, mas algo estranho aconteceu. Eu não reclamei com ele. Não consegui. 
- Por que você mudou tão repentinamente comigo? O que eu fiz pra merecer isso? - Perguntei instintivamente. Ster me observou com suas sobrancelhas agora quase juntando-se no meio da testa, numa expressão de confusão, talvez. 
- Você trabalha pra mim. Trabalho para trabalhadores. Se não consegue dar conta... - Não admiti que ele fosse manter aquela postura ridícula. 
- Eu não estou reclamando, Ster. Estou perguntando o porquê dessa mudança repentina! Essa semana você me encheu o saco exatamente como o Joe faria. Trocaram os papéis, então? 
A pele de marfim do meu chefe ficou mais branca ainda, pálida em demasiado. Qualquer resquício de sangue que pudesse estar presente em suas bochechas havia simplesmente sumido. Esperei uma resposta admirando até mesmo a sua cara de assustado, e feliz por ele ter finalmente tomado impacto com algo que eu dissesse. - Eu vi você com o Coringa na festa. 
- E eu vi você com sua namorada na festa. O que eu ainda não vi é o real problema com isso. - E finalmente, a discussão estava aberta. Os funcionários que estava perto da minha sala logo estavam jogados no vidro que separava a minha sala do resto da redação, e eu pude observar isso pelas pequenas frestas entre as persianas acinzentadas. Meu tom de voz já começava a se alterar, assim como o dele. 
- Qual é, Demi, como é que você fica com um total estranho? Aposto como você sequer sabe o nome dele. - Ster disse de uma vez, indignado. Aquela era a primeira vez que ele falava comigo, se direcionado a mim, e não à designer da revista. Mas eu tinha rancor, e mesmo com a sua figura divina em minha frente, fui capaz de rebater. 
- Se eu fosse você não me importaria com a vida pessoal da designer da revista. 
- Eu sou seu amigo também. 
- Há uma semana você não me trata como amiga. - elevei suavemente meu tom de voz, mas que, devido à voz aguda - presente da minha feminilidade - acabou por parecer que eu aumentei muito mais do que um oitavo na minha freqüência. O silêncio estava nos separando de chegar a um acordo com palavras, então nossos olhos trocaram palavras, gestos, sentimentos; tudo aquilo que apenas os olhos são capazes de informar. Eu estava com raiva, e ele me parecia levemente arrependido. Foi apenas impressão. Seus olhos tomaram aquela pose de chefe, subindo ao pedestal, enquanto eu permanecia como uma simples empregada. Eu odeio relações de negócios. Odeio. 
- Tenho muito trabalho a fazer. - Desculpei-me e levantei da cadeira, passando por seu lado e abrindo a porta da saída. - Melhor você ir embora. - pedi. 
Nunca pensei que ia pedir a um Deus Grego que se afastasse de mim, mas eu tinha entendido o recado. Ele sentiu ciúmes. O problema é que ele tem namorada, e eu não tinha nada com ele que se aplicasse a uma relação conjugal ou amorosa. Eu não devia nada a ele. E por mais que gostasse dele, não iria admitir ser pisada daquela maneira e muito menos iria admitir que ele viesse a me dizer que estava com ciúmes e me manipulasse como sua amante. Eu tinha Joe. Eu queria Joe. Eu estava feliz por tê-lo. 
Ster me olhou realmente assustado com minha reação. Não deixei transparecer mais nada em minhas feições, apenas queria que ele saísse dali. Eu me recusava a enlouquecer por causa dele. Virou-se em silêncio, dando as costas para mim. 
- O conteúdo dos envelopes, meio-dia. - Repetiu e andou em seus passos arrastados de volta á sua sala, fazendo o pequeno motim ao redor da minha sala rapidamente voltasse aos seus postos. Senti olhares sobre mim, mas não tinha paciência sequer para me importar com aquilo. Sentei em minha cadeira e abri os envelopes que me foram dados com a perfeita intenção de exterminá-los o mais cedo possível e hoje era o dia do meu plano dar certo. 
Abri a porta com certa cautela. Era o escritório da diretoria, o lugar onde eu encontraria Joe e Ster. Ainda era 11:30 e eu já havia terminado o que me fora pedido. Com um pen-drive em mãos que ainda teimavam em tremer, adentrei a sala, ainda dando leves batidas na porta - como um pedido de licença para entrar. 
- Entre. - Ouvi a voz de Ster dizer, e então eu entrei de vez, encostando a porta. Virei-me para onde eles estavam. Naquela espaçosa sala,Ster estava completamente estendido em sua poltrona macia, enquanto Joe conversava com ele sentado em cima da mesa de vidro e mármore, despreocupado - ou pelo menos estava despreocupado - até seus olhos cruzarem com os meus. 
As feições antes calmas prenderam-se, esconderam-se, e logo aquela face linda me veio repelir. Que viesse. Também não vim amistosa, estava séria e concentrada nos meus próximos passos, nas minhas próximas falas. Ajeitei roupa do dia, com certeza a menos provocante de toda a semana, e fui andando em direção à mesa. Coloquei o pen-drive vermelho no meio da mesa com uma frieza que eu não sabia de onde tinha tirado, mas que estava me ajudando bastante. 
- Aqui está o que o Senhor Knight me pediu. Mais alguma coisa? - perguntei ríspida. Deixei que meus pés pendessem para trás, dando alguns passos retardados, e assim meus olhos puderam alcançar os dois rostos que me encaravam sérios. Na verdade, eu podia perceber na feição de Joe algo mais. Algo que eu não sabia definir, mas que podia entreter minha atenção por bastante tempo.
Joe parecia pensar enquanto analisava o meu rosto; obviamente me deixando um pouco envergonhada e eu tive de lutar contra mim mesma para abstrair. De certa forma, com aqueles dois pares de olhos me encarando tão minuciosamente, fazia minha pele arder, queimar - e não era apenas nas bochechas -, vindo pelo lado de Joe, minha vontade era de tocá-lo, e começar algo que poderia não terminar tão cedo...
E quanto a Ster, minha raiva dele talvez já era o bastante, o bastante para que meu corpo pedisse para repudiá-lo. Ele merecia. 
- Não, Demi, acho que... 
- Fale com Leah, ela pediu ajuda para a edição de uma história de ficção sobre os Strokes. Ajude-a. - Interrompeu Ster numa superioridade invencível. 
- Mas, Ster... - Joe tentou falar novamente - a Demi é... 
- Ela está livre, Joe. Ela está livre e nós estamos precisando de assistentes. Ela tem competência para isso. Ou ao menos era isso que dizia seu currículo, certo, Lovato? 
- Sim - concordei monossilábica. - Só isso? 
- E finalize o layout para a impressão amanhã. - Disse Joe com um sorriso tarado nos lábios. Encarei-o com os olhos semi-cerrados; Ele estava brincando comigo, né? Arranquei toda a calma que tinha nos meus pulmões, talvez a calma da minha próxima encarnação também, e consegui suspirar fundo antes de responder. - Sim, chefe. - Disse, e virei as costas para eles - Com sua licença. 
Não esperei respostas, mesmo tendo plena consciência de que estava fingindo em cada mínima ação, aquele ambiente estava me deixando louca. E até mesmo parte da minha dissimulação teimava em esvair-se. Saí do escritório dos chefes ouvindo-os me chamarem de volta; ignorei completamente. Em passos rápidos fui ao meu escritório e peguei minha bolsa, já estava quase na hora do almoço mesmo. Não encontrei Emily no caminho, e estava sem paciência demais para tentar encontrá-la. Deixei todos a me observarem sumir pela porta transparente que dava entrada à revista, enquanto os retardados ainda gritavam: 
- Lovato! Demi! Volte aqui! - a voz de Ster ecoava. 
- É, isso aí, volte aqui... - E Joe ajudava. Estava me provocando. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Selinho

Selinho que ganhei geeeeeente *-*, depois indico 5 ><'

BigFanfic.Capítulo 4 - Boss



Acordei com o despertador do meu celular. Abri os olhos com dificuldade, eles pareciam estar grudados, e me voltei ao visor do celular: 5 chamadas não atendidas, 3 mensagens recebidas e um lembrete: 'impressão da revista'.
As chamadas eram de Emily, quatro delas. A outra foi de Jen. Estranhei essa preocupação dos meus colegas de trabalho e resolvi checar o horário. Eu não estava atrasada, chegaria a tempo sem problemas. Abri as mensagens: 

Cadê você? Estou te ligando há horas, Demi! Sua presença está sendo solicitada.
Ster. 

Legal, legal. Ele vai me matar. 
Demi, reunião de emergência! Liguei-te ontem pro outro celular, mas você não atendeu, Ster vai pirar aqui. 
Xx, Jen

Ah, óbvio, marcaram uma reunião e não me avisaram. Pergunto-me se alguém ali sabe o que é marcar com antecedência. Merda. 

Why so serious? Obrigado pela noite, desejaria que ela se repetisse infinitamente. Obrigado pelo despertador, não sei o que seria da minha reputação sem ele. HAHA. 
Anonymous. 

E nem precisava ser anônimo, Joe. Respondi mentalmente à mensagem. Levantei de uma vez da cama, jogando o celular lá e indo ao banheiro, precisava de uma ducha gelada e rápida. Assim feito, me vesti, passei um pó compacto no rosto, a fim de disfarçar a noite mal dormida; coloquei um rímel só porque o vi fácil em cima da pia. Fui à cozinha, colocando minhas botas e mancando, apressada. A minha geladeira estava praticamente vazia, a não ser por algumas verduras, jarros de água e restos mortais de refrigerante. Ótimo, agora eu teria de ir ao mercado. Abri a dispensa e encontrei o mesmo vazio. Então eu peguei o que havia de mais calórico: uma barra de cereal. Não existe nesse mundo coisa mais broxante do que uma barra de cereal, sinceramente. Comi às pressas e saí de casa correndo, pegando um táxi e chegando finalmente ao trabalho. 
 Jen me recepcionou afobada, dizendo que era para a reunião ter começado há uma hora e que todos estavam apenas à minha espera. Quando cheguei na sala de reuniões, ainda meio tonta por causa do sono, percebi que quase todos os chefes estavam lá sentados; 
O Ster tinha uma cara de ressaca misturada com uma preocupação tremenda, e batucava em cima do laptop algum ritmo estranho.
Joe estava lá e a única cadeira vazia era do lado dele. Cumprimentei meus colegas de trabalho categoricamente, me desculpando por não ter chegado antes já que não fui avisada com antecedência. Eles pareceram meio irritados, mas acho que acabaram me desculpando. Sentei ao lado do Joe e cruzei pernas e braços. 
- E então, o que aconteceu? – perguntei simplesmente. 
- Failed. - Ster suspirou, finalmente olhando nos meus olhos. - A festa foi um fracasso. 
- Mas como? - Alguém que eu não consegui identificar perguntou. Voltei os meus olhos para os dois chefes. 
- Chamaram o Perez Hilton de gay na frente dele. Digamos que ele tenha bons contatos e a mídia tacou em cima da gente. - Joe respondeu sério. 
- Legal, e quem fez essa proeza? - perguntei, levantando uma das sobrancelhas em tom de desafio. 
- Ninguém - Ster respondeu. 
- Ninguém? - eu perguntei. 
- Ele. - Joe respondeu - foi ele quem o chamou assim. 
- Eu estava bêbado. 
- Não precisa se explicar, Ster. - eu disse, acalmando-o. 
- Não mesmo? 
- Óbvio que não, agora a gente precisa de uma solução. - Todos olharam pra mim, assustados por eu não ter xingado nada nem ninguém no processo. Sempre era eu que saía rebaixando as pessoas que faziam alguma besteira naquela revista. Dentre os olhares, encontrei o de Emily. Sim, Emily, minha mais nova amiga, a revisadora. Cumprimentei-lhe com um sorriso e ela retribuiu. 
- Demi está certa. A gente precisa de uma solução urgentemente. Alguma coisa que possa promover a revista de um modo que nem Perez Hilton possa nos colocar pra baixo. - Emily disse. 
- Ou iremos falir, ou despedir muita gente. O setor financeiro não está essas maravilhas, principalmente depois dessa festa-fracasso. - Phil, o nosso contador, falou. 
- Eu espero que vocês se esforcem para achar uma solução conveniente, de acordo principalmente com os nossos cofres. Além disso, preciso que cada setor se esforce também para produzir boas matérias, a revista precisa ser vendida a qualquer custo. - Joe falou agora na sua pose (sexy) de chefe. 
- Era só isso. - Ster disse. - Agora vocês podem ir pra casa. Pensem no que Joe disse, estamos um por todos e todos por um. 
 O murmúrio invadiu a sala antes silenciosa de uma forma devastadora. As pessoas estavam preocupadas, aquilo havia sido um problema para todos nós. Permaneci sentada na minha cadeira, apenas cruzei as minhas pernas em posição indígena. Coloquei meus cotovelos sob a mesa e as mãos segurando a mandíbula. E agora? Eu precisava arranjar um jeito de não só salvar meu emprego como a revista inteira. Não ia conseguir apenas o emprego de volta, mas com certeza um certo prestígio. Um aumento salarial realmente não me faria mal. As pessoas saiam da sala enfileiradas, permaneciam apenas os chefes e eu ali. Eu não prestava atenção neles e não percebi quando o tempo passou e todos foram embora. Quando alguém falava comigo, eu apenas assentia com a cabeça, perdida em meus pensamentos. 
 Horas deveriam ter se passado e nenhuma idéia saia da minha cabeça. Eu estava ficando agoniada e a fome também já estava me tomando. Fui até a velha máquina de café, sentindo minhas pernas um pouco dormentes, devido ao tempo em que passei na mesma posição. Optei por um capuccino simples e peguei o copinho de plástico com cuidado pra não me queimar. Ouvi vozes ecoarem. Eram masculinas, e eu as conhecia. 
Os dois chefes conversavam no escritório. Eu sei que não devia ficar bisbilhotando assim a vida alheia, mas foi mais forte do que eu, principalmente depois de ouvir: 
- Demi?! - A voz de Ster ecoou. Eu fiquei atrás da porta entreaberta, ouvindo e observando tudo pelo pequeno feixe. 
- Sim. Ela mesma. - Joe respondeu sorrindo. 
- Eu duvido. Demi nunca lhe deu ousadia e vocês vivem brigando. 
- É, cara, mas ela não sabe que fui eu. 
- Não sabe? 
- Claro que não, meu rosto estava maquiado. Não dava pra me reconhecer naquela fantasia. 
- Ela transou com um estranho... 
- Sim. Você nunca transou com estranhas? - .
- Foi mal. 
- Mas e daí? Agora você acabou de conseguir uma proeza e tanto. Demi é funcionária mais desejada de toda a Redação. 
- Legal. No entanto, algo muito pior me incomoda. - Joe adquiriu uma expressão pensativa, focando seus olhos extremamente na grande janela do escritório. Belos olhos, pensei. Há tempos venho observando que a beleza daquele homem estava nos detalhes, e isso me excitava, não há nada que me excite mais do que detalhes. 
- Joe? - Ster o interrompeu de sua forma pensativa. 
- Sim? 
- Você ia dizendo... 
- Ah! - Joe sorriu - Acho que estou, você sabe, pela nossa Demi.
- O QUÊ? - Sem perceber Ster elevou seu tom de voz, consertando-o automaticamente - Quero dizer você está apaixonado por ela? 
- Sim. Apaixonado. 
- Joe, ela nem sabe que você era o Coringa. 
- Ster, eu lhe disse que estava num dilema, certo? 
 Eu realmente não precisava ouvir mais do que aquilo. Então quer dizer que Joe Jonas estava apaixonado por mim? 
Sim, e daria para tirar bons proveitos daquele belo chefe. Eu não me importaria de ficar com ele por uns tempos, e, aliás, o que ele havia me feito sentir na noite anterior deveria ser repetida sempre. Eu ia pensar sobre esse caso também.
Fui para a casa com minha cabeça funcionando a 300 por segundo, os pensamentos e idéias sendo analisadas com destreza. Em casa, percebi que era horário de almoço, então pedi uma pizza e liguei para Emily. A Summers é uma garota inteligente e eu acredito no ditado que diz que duas cabeças pensam melhor do que uma. 
- Demi! Mulher, eu tentei te acordar do seu transe, mas você parecia estar em outro mundo. 
- E estava no mundo da minha imaginação não tão fértil. - Eu ri - Mas eu não te liguei pra isso. Você topa vir aqui em casa pra gente discutir umas idéias? 
- Trabalho? 
- Sim, um pouco. Mas depois a gente pode fazer alguma coisa juntas. Ir à Starbucks, por exemplo. 
- VICIADA! – Emily disse, rindo. Eu ri também. 
- Eu topo, já estou indo para aí. 
- Ok. Pedi uma pizza pra gente não morrer de fome, tudo bem? 
- OBA! Nem se preocupe com os sabores, eu gosto da maioria! 
- Tá bom, gordinha. Vem logo, estou te esperando. Beijos. 
- Beijos, fui! 
Desliguei o celular ainda dando risada. Eu acho que tudo que precisava era de alguém que pudesse me ouvir e entender. E para mim, Emily era a melhor pessoa pra isso. 
- VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO! – Emily falava, digo, gritava, enquanto comia o último pedaço de pizza. A sua boca ainda estava cheia. Eu ria descontroladamente. 
- É verdade, amore mio. - disse entre risadas. 
- C-como você conseguiu essa façanha? Tipo, é o Joe, o cara mais... 
- Galinha da face terrestre. Sim, eu sei disso. – a interrompi. 
- Ster ficou bem puto com você hoje. 
- É, ele ficou meio estranho comigo, mas não sei se isso é realmente porque eu me atrasei hoje. Ele mal olha nos meus olhos! 
- Estranho... – ela concordou. 
- Estranho – repeti. 
- Mas e agora, o que você vai fazer? – Ela perguntou, limpando a boca com um guardanapo e tomando um gole da Coca. Essa menininha COMIA, viu? 
- Bem, eu acho que vou fazer algo amanhã. Eu espero que dê certo. 

Divulgando + Respostas.


Divulgando o blog novohttp://thepriceoftreasonjemi.blogspot.com/      - Dão uma passadinha lá é mt bom !

Respondendo o anony: AAA que bom qe tá gostando,voce smp comenta *-* <3
Respondendo a Samara: Divulguei amor,amei seu blog ><'  .. e sim,era o Joe safadinho KK'


Gente avisando sobre a Big Fanfic, ela é BEEEEM HOT ! SUHSUHUSH' bjs.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

BigFanfic.Capítulo 3 - Boss


Frente ao espelho, eu parei para pensar, vestida apenas com as roupas íntimas e pantufas de urso polar; Vi-me comparando a moça de hoje com a garota de alguns anos atrás. Eu podia não deixar transparecer, mas a ingenuidade ainda estava presente no brilho dos meus olhos, desses olhos confusos. Minha vida agora se resumia ao trabalho, afinal, até os caras que eu me interessaria, estavam sentados em uma salinha perto do meu escritório. Meu trabalho me parecia tão terrível quanto, porém não me entediava mais. E como alguém se entediaria com alguém como o Sterling rondando os corredores da revista que trabalha? Não dá. Mas aí entra aquela namorada dele. Eu andei conversando com ela, pra ver se eu me deparava com o amor deles dois e acabava perdendo as esperanças de beijar aqueles lábios finos e sedutores dele. Antes não o tivesse feito. Tiff parece amá-lo de uma forma que, para mim, chega a ser irritante. Ela o ama como eu amava Hugo, amor cego e sem fronteiras. Mas Hugo era um canalha, todos sabiam disso, menos eu, enquanto Sterling é maravilhoso, e todos sabem disso incluindo a própria Tiff. Eu poderia jurar que sabendo disso eu ficaria desmotivada de uma vez, mas, não sei se felizmente ou infelizmente, não fiquei. Consciente disso, eu estou mantendo a maior distância possível de Sterling, para não cair à tentação, e com isso acabei tendo que me aproximar do meu outro chefe, Joseph. 
Eu suspirei a ponto de embaçar o vidro do espelho ao deixar meus pensamentos pararem em Joseph. Eu podia tratá-lo mal como quisesse, mas ele sempre acabava gargalhando e me fazendo rir. Ele me pareceu bem atraente esses dias, seriamente e perigosamente atraente, no entanto, outro problema: Joe é o cara mais galinha da face terrestre. Ele é galinha do tipo que não desperdiça, e tem poucos requisitos: 1)Tem que ser gostosa 2)Tem que ser cheirosa 3)Tem que dar mole. Pronto, preenchendo esses pré-requisitos, pode se considerar dentro da rede do Joe! Uhu! Eu não gosto dessa mentalidade, é repulsiva! E daí pronto, me afastei também do Joseph. E agora, como fico? 
- Sozinha. - repeti para mim a mesma a resposta que invadiu meus pensamentos. Varri toda a melancolia da minha mente e me pus a pensar sobre outra coisa: A festa à fantasia. O que iria vestir? Tinha de decidir logo, passaria o dia todo costurando a roupa que escolhesse. Olhei bem pra minha cara e pensei sobre com quem eu parecia, tinha que ser um personagem... sexy. Dei uma gargalhada que podia ser ouvida por todo o prédio. null sexy, ui! Vamos ver, que tal a Betty Boop? Olhei para o meu corpo e imaginei o célebre vestido vermelho da Betty em mim. Costas nuas, pernas descobertas, decote... - Não. Definitivamente não. - Vai parecer que eu errei o lugar para rodar a bolsinha. 
Tentei analisar melhor o meu rosto, com quem eu me parecia? Demônio da Tazmânia? Monstro do lago ness? 
Lembrei das linhas roxas que rodeavam os meus olhos. Deixavam-me com um ar... vampiresco. 
- VAMPIRA! É ISSO! - Eu gritei para o espelho. Olhei para os livros da minha estante e vi a série de Stephanie Meyer, vampiros estão ainda muito recentes, clichês. Ainda olhando para a estante, enxerguei a minha coleção de HQ's dos X-men. Acho que já sei como vou para a festa. Abri meu armário à procura de couro negro... restos de couro, tinha aqui em algum lugar... 
Passei a tarde costurando a minha fantasia para a festa à noite. Ficou fascinante, digo, ficou do jeito que eu queria. Deixei a roupa recém-feita em cima da cama, tomei um banho rápido e fui pra o salão que é perto daqui de casa. Eu odeio ir ao salão, mas não conseguiria descolorir minha franja sozinha. Depois da seção chata, porém importante no salão, eu voltei pra casa afobada. Tinha apenas duas horas para me arrumar e chegar lá, contando com o engarrafamento, restava-me apenas uma hora. Corri para o banheiro e tomei um banho frio e relaxante, me arrumei o mais rápido que pude, maquiando-me entre uma secada de cabelo e outra. Como previsto, terminei de me arrumar exatamente em uma hora. Olhei-me ao espelho e vi minha imagem refletida de um modo diferente, a franja descolorida caia em parte no meu rosto e o couro colava ao meu corpo com gosto, mostrando cada forma, qualquer traço que o definisse. Bom saber que dias tediosos de academia sempre tem um retorno. Os meus olhos estavam mais fundos, por causa do sombreado roxo e preto que eu o contornei. Estava bom, agora eu realmente estava parecida com a Vampira do X-Men. Peguei um sobretudo preto e longo e joguei por cima dos meus ombros, coloquei algum dinheiro para o táxi e o celular no bolso e fui á cozinha me alimentar. Eu não sou a senhora prendada, não sei fazer mais do que macarrão e ovos, então optei por alguma coisa que fosse energética e rápida de se fazer: Chocolate e Morangos. Comi meia barra de chocolate intercalando com morangos vermelhos que a empregada havia comprado um dia antes. Guardei o que havia sobrado na geladeira e corri em direção ao banheiro novamente, desta vez para escovar os dentes e colocar o batom roxo. Feito isso, desci as escadas acelerada e acabei me impressionando com o que encontrei estacionado na frente do meu prédio. Um homem de cabelos grisalhos estava encostado numa limusine preta e dava sinal para que eu entrasse ali. 
- Hey garota, não se preocupe, eu trabalho para a Music Journal! 
- Essa limusine é pra mim? - eu perguntei confusa. 
- Sim, sim. Todos os chefes de seções têm que ir comigo pra lá, você não é a Srta.Lovato? 
- Sou eu. - eu falei com um sorriso, sempre quis entrar numa limusine dessas. Aproximei-me do carro e cumprimentei o senhor de cabelos grisalhos com um aperto de mão. - Como você soube que eu era eu? - fiz a pergunta confusa. 
- Me deram uma foto sua. 
- Nossa, estou tão fácil de se reconhecer com essa fantasia? 
- Na verdade, eu só vi a foto uma vez e acabei associando você como uma moça bonita. - o senhor deu um meio sorriso e eu fiz o mesmo. 
- Obrigada. 
- Não há de quê, Mademoseille. - Ele falou abrindo a porta da Limusine para mim. Lá dentro estava Jen acompanhada de Dominic, um dos chefes de seção da revista, e também uma outra moça que, se a memória não me falha, chama-se Emily. Eu sentei ao lado de Emily para não ficar muito perto do casal e acabar segurando vela. Cumprimentei de leve os presentes enquanto o senhor de cabelos grisalhos já tinha começado a costurar pelo engarrafamento da cidade grande. Percebi que Emily estava tão quieta quanto eu, e que ambas estávamos sem graça por causa do entrosamento excessivo entre Dominic e Jen, então puxei conversa com ela. Descobri que ela era a revisadora, e revisava a revista diretamente com os dois chefes, dando opiniões. Emily parecia ser uma boa garota, aliás, ela admitiu também não ir muito com a cara da Tiff aguada namorada do Sterling. 
Chegamos, queridos, preparem-se para descer. 
- Obrigada... - Eu procurava o nome do motorista sem sucesso. 
- Jared, Srta Lovato. - ele me respondeu. 
- Obrigada, Jared. - Eu sorri. 
- É, obrigada. - Emily também agradeceu. -Vamos, Demi? 
- Sim. Juntas no já. 
- 1, 2, 3 e já. - Fizemos a contagem e descemos do carro juntas. Os flashes disparavam sem parar a ponto de me deixar cega e, sem ao menos saber onde estava. Senti alguém tirando meu sobretudo e apenas pedi para ter cuidado pois haviam algumas coisas minhas dentro do bolso, eu só não esperava ouvir uma voz em resposta ao meu pedido de cuidado: 
- Não se preocupe, Demi, suas coisas estão em boas mãos. - A voz respondeu ao meu ouvido, e por mais que eu virasse para ver quem era, não via nada mais do que vultos ou mais flashes me cegando. Eu conhecia aquela voz, mas não conseguia lembrar a quem ela pertencia. O autor da voz segurou minha mão e me guiou até a entrada da festa onde o som estava tão alto que o meu coração palpitava e o chão tremia. Eu já havia perdido as esperanças de ver o rosto daquele indivíduo e também não pretendia ficar muito tempo naquela festa, tentei achar Emily, a única pessoa que poderia conversar sobre coisas alternativas comigo sem que eu babasse, afinal, Ster seria a outra pessoa capaz de conversar coisas alternativas comigo. 
Lá estava Emily, vestida de Super-Girl, com as pernas descobertas e uma capa vermelha que ela tentava colar mais ao corpo por causa do frio. Tirei a minha capa e dei a ela em silêncio. 
- Essa supergirl sente até frio! - Eu ri. 
- HaHa, engraçadinha. E aí, quem era o bonitão Coringa que estava ao seu lado? 
- Sei lá! A cara tava meio coberta e eu estava meio tonta por causa dos flashes, não consegui reconhecer. 
- Sei... 
- Sério! Mas parece que ele me conhece, porque me chamou pelo apelido. 
- Trate de descobrir quem é, minha querida, porque ele parecia ser bem... nhamnham. - Emily ria e eu fiz o mesmo. 
- Ok, ok. Vem cá, você já viu o Ster ? 
- Ster ? Aquele gostosão vestido de Batman vindo em nossa direção nesse exato momento? 
- O que... - Me virei para ver onde estava o tal Batman. E lá estava ele, o Batman mais gostoso que eu já vi em toda a minha vida. 
- Hey, Vampira, hey, super-girl! 
- Nossa, todo mundo está me reconhecendo. - Eu falei, fingindo desânimo. - Esse corpo a gente reconhece em qualquer lugar, Demi. - Ster disse, fazendo-me corar de leve. 
- Sabia que vocês iam se dar bem, o Joe não queria por vocês na mesma limusine porque achava que vocês iam acabar brigando por ele.
Eu e Emily nos entreolhamos sérias e gargalhamos depois.
- Essa foi ótima. - Emily riu sarcástica. 
- Não, Emily, essa foi podre. - Eu comentei. Nós estávamos nos divertido conversando ali; Ster falava sobre as entrevistas que havia dado e as perguntas idiotas que haviam sido feitas, principalmente no que se diziam à fantasia dele. Mas então acabamos interrompidos por uma certa loira aguada, quem poderia ser? Ah sim. Tiff. 
- Ster, amor, vamos entrar na festa, você já está a bastante tempo aqui fora. - A Tiff se aproximou do meu, digo, do Ster e lhe deu um beijo estralado na bochecha. Ele a puxou e lhe deu um selinho demorado, tipo, NA MINHA FRENTE! Tudo bem, eu sei me controlar, sou a melhor atriz do mundo: só preciso de um incentivo. Eu me despedi do casal apenas com um sorriso de boca fechada e um aceno com a cabeça, puxei Emily comigo lá pra dentro e me sentei na frente do bar com ela. Primeiro, um Coringa desconhecido me paquera, e depois o Batman que eu tanto queria já tem uma vítima, e pior, ela é duradoura. Merda. - Meu querido! Dá-me um dose de Red Label, sem gelo, por favor. - Eu pedi sem dó. Precisava de um pouco de incentivo pra ser a melhor atriz do mundo e fingir não me incomodar com null e a namorada; e de outro incentivo, este para dançar na pista cheia de gente. 
- Demi, você vai beber? - Emily perguntou preocupada. - Eu pensei que você não bebia. 
- Mas eu não bebo, amor. Odeio beber. Só que agora isso é uma necessidade. - Falei, pegando o copo e virando de uma vez, franzindo a testa ao sentir o gosto amargo e forte da bebida descer goela a baixo. 
- Espero que saiba o que está fazendo.- Ela me advertiu. 
- Eu sempre sei. - Lhe disse - Mas agora é hora de dançar. 
Eu acho que ela entendeu porque eu bebi nesse momento, Emily havia me dito no carro que adorava dançar e eu havia reprovado esse gosto dela.
Nós dançávamos uma música qualquer empolgadas, Emily dava um show e eu parecia estar entrando no ritmo. De repente, um príncipe épico apareceu atrás dela e começou a dançar. Ela não parou de dançar, virou-se para ele e os dois dançaram juntos, sincronizados. Presumi que já se conheciam e deixei que minha nova amiga continuasse com a dança quente dela, acenando de leve pra ela com uma das mãos e me esbarrando pela multidão, tentando encontrar a saída da pista de dança, ou talvez a saída daquela festa que, para mim, já havia dado no que falar. No caminho, encontrei alguns colegas de trabalho os quais eu fiz questão de passar direto, estava ficando cada vez mais impaciente. Quando finalmente consegui sair da multidão, me deparei com uma cena estridente: Ster e Tiff, se amassando, digo, se comendo em um sofá, novamente NA MINHA FRENTE! Mas que merda, eu precisava de um porre urgentemente. 
Para chegar ao bar eu teria que novamente encarar aquela multidão da pista de dança. Merda novamente. Eu entrei naquele bolo de gente, sem querer saber quem ou o que eu estava empurrando, até que algo me parou, segurando meus braços e me fazendo encará-lo: Era ele, o Coringa do começo da festa. O rosto estava pintado e borrado, como no último filme do Batman, o qual Ledger interpretou. Eu pude ver que seus olhos e me passavam uma segurança estranha e boa ao mesmo tempo. Acho que nunca vi este homem na minha vida, sendo ele um desconhecido, o que fazia neste momento segurando os meus braços de tal forma? 
- Calma, Demi, você está bem? - O Coringa me perguntou. 
- Por que todo mundo me reconhece? - eu falei brincando, tentando disfarçar minha aflição. 
- Eu perguntei primeiro. - Ele disse apenas sorrindo de leve. Ok, não deu certo, plano B! 
- Eu tô ótima. Agora eu vou pra lá, pode ser? - Perguntei indicando com o olhar os meus pulsos que ainda estavam imobilizados. 
- Desculpe, pode ir. - Ele falou meio desanimado. Eu parei para observá-lo melhor, e Emily estava certa, ele era bem sexy. Mas agora era hora de encher a cara ou ir pra casa, sair daquele lugar, as imagens de Ster e Tiff, estavam me deixando mais aflita que antes. 
- Todo mundo te reconhece... - Ele falou e eu parei para saber o final da frase encarando suas íris, me acalmando. - Porque sua beleza não pode ser confundida, nem que você se vista de alienígena. 
Eu sorri com esse comentário. Talvez não fosse de bebida que eu precisasse, nem de casa, talvez eu precisasse apenas daquelas íris me encarando, me acalmando. Talvez eu só precisasse de um Coringa. 
Aproximei-me devagar do homem e coloquei minhas mãos cobertas com a luva por seus ombros. Olhei fundo nos seus olhos: 
- Quem é você? Por que sabe o meu nome? 
- Eu sempre estive ao seu lado. É uma boa dica. - Ele sorriu. 
E com esse sorriso eu pude reconhecê-lo. 
- Tudo bem, eu não quero mesmo saber quem você é. Mas o que você tem a me oferecer? 
- Uma dança. 
- Só? - Eu perguntei e ele não respondeu, apenas voltou a sorrir aquele sorriso que eu conhecia bem, de longe e raramente dado para mim a não ser que fosse por escárnio. Ele colocou as duas mãos na minha cintura, e eu entrelacei os meus braços pelo seu pescoço, com o cotovelo apoiado pelos seus ombros e o olhar fixo naquelas íris. A música que tocava era de batidas fortes, um rap estranho e desconhecido pela minha pessoa. Nós dançávamos lentamente, como se houvesse uma outra melodia ecoando em nossos ouvidos, num ritmo próprio. Eu examinava o rosto do Coringa, lembrando de suas expressões duras no trabalho agora tão leves e reconfortantes. Seus olhos agora me puxavam mais pra perto, numa linha invisível, e eu me aproximava de seu rosto involuntariamente, aproximei a ponto de encostar nossas testas. Senti sua respiração perto de mim, o ar saia de sua boca acelerado e soprava na minha; um hálito bom, distinto, refrigério, invadia meus pulmões. 
- Você cheira a chocolate e morango - Ele falou com um sorriso. 
- Você já provou essa combinação? - Eu o provoquei e ele acabou dando uma risadinha, assim como eu. A boca dele se aproximou da minha e então ele deu uma mordida em meu lábio inferior que me fez gemer baixinho, o seu toque havia me trazido calafrios dos mais poderosos, que se movimentavam em avanço frenético da cabeça aos pés. Ele passou a língua pelo meu lábio e voltou a separar nossas bocas. Eu quis protestar, mas me contive. 
- Parece ser gostosa. 
Eu sei que ele queria brincar, mas eu queria muito mais daquela boca. Eu ri de seu comentário e lhe beijei os lábios com vontade. Meu braço escorreu pelo seu ombro e eu segurei seus cabelos com força, o guiando e ele fazia o mesmo. Era incrível o quão sincronizados estávamos. Extraordinário como fazíamos os movimentos certos na hora certa, era como se fôssemos encaixes de um quebra-cabeça. Nossos corpos estavam colados e eu pude sentir a excitação dele quando sua região pélvica se encostou na minha coxa. Meu Deus, o que era aquilo? O volume era indescritivelmente grande. Não que eu já tenha sentido muitos, mas esse cara com certeza tem algo a mais, consideremo-lo bem dotado, para não usar de super.
Eu tinha desejo dele, eu o queria para mim e queria agora. Necessidade de luxúria, tão simplesmente humana. Quebrei o beijo e pedi: 
- Banheiro. 
- Você leu meus pensamentos. - Ele me disse sorrindo e me dando um selinho, logo depois segurando a minha mão e me guiando pela multidão até o banheiro. 

Chegando lá, estavam todos ocupados. Eu quis me desesperar, mas o Coringa parecia ter outros planos já formados em sua mente. Ele voltou a me puxar e nós acabamos num estacionamento escuro, onde eu vi a limusine do Jared estacionada no final do estacionamento, pelo que parecia, nós iríamos pra lá. 
- Uai Chefe, a gente vai pra lá? Mas será que não vamos ter problemas com Ster ou Joe depois? - Eu o provoquei, ounvindo-o dar uma risada abafada. 
- Confie em mim, Vampira, - Ele disse apenas, frizando bem a minha fantasia e não mais o meu apelido. 
Ele tinha as chaves da limusine, abriu a porta e fez menção para que eu entrasse. Eu sorri e entrei. O Coringa entrou e sentou-se ao meu lado, fechando a porta. Eu olhei para ele com um sorriso malicioso e ele fez o mesmo, nós caímos na gargalhada por nada, e só paramos de rir quando ele de repente virou o meu rosto para ele e me beijou. Ele estava com uma das mãos na minha cintura e a outra no meu pescoço, puxando um pouco do meu cabelo enquanto eu já passava a mão pelo seu tronco, por debaixo do paletó roxo berrante. Aproveitando o lugar onde minhas mãos já exploravam, retirei seu paletó e joguei-o no chão, ainda sem partir o beijo. O Coringa abria o zíper do meu macacão de couro com agressividade e agora se deparava com meu tronco já nu. Parecia satisfeito com o que via quando esboçou um leve sorriso ao observar meus seios. 
Seguiu por beijos pelo meu colo e passou sua língua quente pelos meus seios, um de cada vez, me fazendo arrepiar. Malditos calafrios. Estilhaça insanidade e células nervosas. 
Mal-intencionado, desceu com mais beijos, retirando o resto do macacão até chegar a tirar minhas botas e beijar meus tornozelos de uma maneira que eu julguei extremamente sexy. Eu já estava apenas de calcinha em sua frente e ele ainda estava com a roupa quase toda vestida, exceto pelo paletó que jazia embolado no chão da limusine. 
- Vamos dar um jeito nessas roupas - Eu sussurrei, levantando meu tronco e tirando seus trajes na maior velocidade possível. Em pouco tempo, ele também só estava de boxers e então voltou a me prensar no banco, deitando seu corpo sobre o meu e beijando minha boca com vontade. Mordi seu lábio inferior, apenas de sentir seu corpo sobre o meu já me sentia extremamente excitada e eu não via a hora de sentir todo aquele volume dentro de mim, não aturaria quaisquer provocações, queria sexo bruto.
Ele pareceu perceber minha inquietação e também parecia querer o mesmo. Eu tomei a iniciativa, e tirei suas boxers com a ponta dos pés, jogando-as para baixo. Sua ereção era incrível, e o meu tato aguçado não deixou aquele volume passar despercebido; meu corpo tremeu ao sentir o seu membro roçar na parte interior da minha coxa. 
 O Coringa interrompeu o beijo, encostando nossas testas. Eu deixei meus olhos fechados, sentindo a respiração ofegante dele se chocar fortemente com a minha; suas mãos tirando minha calcinha cautelosamente. Ajudei-o, levantando um pouco o meu corpo, nossas testas se desencostaram e ele parou para tentar observar o meu corpo nu e suado mesmo com a pouca claridade que invadia aquele carro. Eu abri os olhos, deixando-os baixos e encarando apenas o sorriso pervertido do Coringa antes de ele se posicionar em cima de mim.
Com a camisinha já vestida, deixou seu membro devidamente colocado na entrada da minha vagina. Aos poucos senti a glande penetrar e minha respiração simplesmente parou, até que ele o fez completamente - vagarosa e torturantemente - investia com força e velocidade. A sensação era simplesmente indescritível, nunca havia sentido nada como isso antes, e eu devia admitir que esse cara era realmente muito bom. Eu gostava de sua agressividade - indelével - e parecia que o meu corpo também. O Coringa mantinha a velocidade incrível e ás vezes não dava pra ocultar o prazer que eu sentia com gemidos sussurrados, minha voz se manifestava involuntariamente; todavia eu ainda conseguia me controlar para não dizer o nome dele. Ele teve que dar o melhor de si, tenho certeza que sim, mas o resultado foi gratificante: ambos tivemos o orgasmo, e ao mesmo tempo. 
Não é fácil levar uma mulher ao orgasmo, principalmente sem antes provocá-la insistentemente, apenas com a penetração. Meu orgasmo durou alguns segundos, meus órgãos se reviravam dentro de mim, um pandemônio interior, e a sensação era de prazer extremo misturado com dor, um pouco masoquista sim, admito. 

O Coringa caiu cansado sobre o meu corpo, dando-me um selinho demorado antes de se aconchegar ao meu lado, seus olhos fechados e seus cabelos suados grudando na testa. O banco era pequeno para nós dois, no entanto eu me enrosquei nele de modo que coubemos os dois de ladinho. Eu observava seus belos traços escondidos na maquiagem de Coringa. Peguei um guardanapo que estava atrás de mim e perto de umas garrafas de champagne e me pus a limpar o rosto dele, que agora jazia angelical em sono profundo. Eu estava cansada e poderia dormir naquele exato momento, mas não o fiz, precisava voltar para casa, pois ainda teria de trabalhar amanhã; afinal, mesmo sendo um domingo, era nos domingos que a revista era impressa e eu tinha que reexaminá-la antes. Além do mais, ainda tinha que preservar aquela de que não sabia quem era ele. 
Fiquei algum tempo a observá-lo dormir calmamente, esperando que meu corpo voltasse ao estado normal e eu pudesse sair daquele carro sem que parecesse uma desequilibrada, literalmente. Assim feito, vesti-me com dificuldade; mesmo aquele carro sendo grande, era baixo, e eu ainda era um pouco desastrada. 
Peguei o celular do Coringa do bolso de seu paletó e coloquei um despertador para daqui a meia hora, e um lembrete para que ele se vestisse. Dobrei suas roupas e coloquei sobre o outro banco, logo após, finalmente saí do carro. 
Eu andava pelas ruas geladas e escuras de Londres à procura de um táxi, relembrando o que havia acontecido naquela festa, sorrindo satisfeita. Eu havia transado com um Coringa, e vamos admitir logo, um coringa gostoso e metido, mais conhecido como Joseph, o meu chefe. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

BigFanfic.Capítulo 2 - Boss

Eu já havia terminado a capa e a contracapa antes do almoço, só faltavam 10 minutos para que fosse liberada para o horário do almoço. Então eu acessei meu e-mail para perguntar a tal Tiffany o que ela tinha em mente. 

De: Demetria Lovato (lovatodesign@musiclondon.com)
Para: Tiffany thornton (celotiffany@musiclondon.com)
Assunto: Logo da sua coluna.
Oi thornton,
sou Demetria, chefe do departamento de Design da revista e gostaria que a Srta. me falasse sobre suas idéias para o Logo da sua Coluna, além das cores e ilustrações que pretende utilizar. x
 

Pronto, provavelmente depois do almoço eu obteria resposta, faria logo esse treco e sairia voando para casa, na intenção de dormir profundamente. Bem, talvez não dormir tanto porque eu não consigo, mas pelo menos me livrar desse trabalhozinho miserável. 
Demetria, horário de almoço. - Jen me informou sorrindo. 
- Legal, vamos comer! Por que essa cara feliz, Jen? 
- Você não sabe ainda? 
- Sei?  
-Joe e Sterling se juntaram pra fazer um baile a fantasia, pra promover a revista, sabe? 
- Emocionante, adoro festas. - Falei sarcasticamente. Acho que todos que me conheciam minimamente sabiam que eu não gostava de festas. Só prestam quando você bebe, e quando você bebe acaba fazendo coisas que não prestam. Resumo: São inúteis. 
- Ah, Dona Demetria, vou logo cortar sua onda! 
- O que você quer dizer com isso? - falei, levantando-me, ficando frente a frente com ela. 
- Todos os funcionários devem ir. - frisou, sorrindo vitoriosa.
- Emocionante, emocionante... - eu me pus a reclamar. Jen saiu de frente da porta rindo da minha cara e eu ria apenas por não ter nada melhor pra fazer. Fui em direção à máquina de café e me deliciei com várias xícaras, sentada sozinha olhando pro nada, pensando em como seria minha vida se ao invés de um canalha como o Hugo, eu tivesse o Knight. Como seria minha vida com aqueles olhos azuis cintilantes tão perto de mim... 
- Hey, Demetria! - Ster saiu dos meus sonhos e apareceu na minha frente. - E aí, como você tá? 
- Bem. E você? - Respondi. Eu tenho medo de dirigir muitas palavras a esse homem, medo de falar besteira. 
- Também. Pra que tanto café, sua viciada? Vai acabar ficando louca. 
- Você fala isso como se eu já não fosse louca. - Eu disse sorrindo e tentando não babar, porque ele riu. Eu já comentei sobre o sorriso do Knight? É a coisa mais sexy vista na face terrestre. 
- Não tão louca. - Ele deu mais uma risadinha e eu o acompanhei, olhando para baixo para disfarçar a leve tontura que me bateu quando o perfume dele me invadiu sem piedade. 
- Mas então, você vai pra festa à fantasia? - Ele perguntou, finalmente parando de rir. 
- Sim. É o jeito. 
- Qual é, Demi, vai ser legal! - Ele sabia que chamar-me pelo apelido era um diferencial; precisamente vindo dos lábios dele. 
- Ah, Knight, você sabe que eu não sou muito chegada a festas. 
- Quem não sabe disso? Você só falta escrever na sua testa: "Odeio festas”. 
- Ué, então porque quer me arrastar pra uma festa? Você bem devia falar com Joseph para que ele me liberasse dessa. 
Demi, você é a atração da festa. Uma modelo que modela, se é que você entende. Além do mais, é uma festa a fantasia, pelo menos você se diverte se vestindo, coisa que eu sei que você gosta de fazer. 
Olha, os argumentos dele não eram assim tão convincentes, mas aqueles olhos azuis poderiam fazer eu me vestir de coelhinha da playboy e ir pra essa tal festa.
- Relaxa, eu vou estar lá. - Soltei um sorriso fraco.
- Ok. - ele se levantou da cadeira e colocou uma das mãos sob meu ombro - Dê um tempo no café e coma alguma coisa, você está pálida. 
- Tá, pai, tchau. - Eu respondi com um sorriso e ele saiu. Era verdade o que ele havia comentado, eu não comia desde... desde... eu não me lembro quando eu comi de verdade. Só me lembro de ter comido uma maçã hoje de manhã. Minha barriga roncava forte e eu percebi que a tontura já não era mais pela beleza do Sterling. Respirei fundo e me levantei, virei o copo de café e apertei os olhos. Minha visão estava embaçada. 
Lovato! O que está fazendo aí? Já acabou o horário de almoço, está na hora do expediente. - Eu não conseguia ver quem estava falando comigo, mas era uma voz conhecida. De repente, tudo ficou preto de uma vez e minhas pernas tremeram, senti que ia cair de vez no chão, mas alguma coisa me segurou. Lovato! Demetria! Heeey, acorda! - A mesma voz que havia reclamado comigo estava voltando a falar, eu abri os olhos devagar e minha visão ainda estava meio embaçada. 
- Espera, Jonas, ela tá acordando. - Reconheci a voz de Sterling - Demi, você está bem? 
- Eu acho que um pouco cansada. - Respondi. 
- Cansada, mulher? Você desmaiou! - Joseph falou, os olhos levemente arregalados, sua expressão afoita. Olhei para onde eu estava, era um escritório... estava meio bagunçado. Talvez fosse de Joseph, ele não tem senso de organização, e o pior é que eu não posso falar nada, também sofro com a desorganização. Mas aqui era realmente bagunçado. 
- Bagunça. - Eu falei baixinho e ouvi Sterling gargalhar. 
- Eu falei, cara! Ela ia notar a bagunça, era melhor a gente colocar as coisas mais ou menos em ordem. - Sterling falava e eu apenas sorria, havia percebido que só estavam eu e eles dois naquela sala. Minha mente sobrevoava os terrenos da malícia e eu a forçava a se concentrar em outra coisa que não fosse a presença daqueles dois na minha frente, tão perto de mim. Eles são meus chefes, eu repetia para mim mesma, não pode. 
Levantei-me com alguma dificuldade, tirei o elástico do meu pulso e prendi o cabelo. Arrepiei-me ao sentir frio quando deixei meu pescoço tão exposto. Percebi que estava sem meus sapatos, estudei a sala e acabei achando-os empilhados perto da escrivaninha. Sentei na cadeira do meu chefe e calcei-os rapidamente, voltando a ficar em pé e encarando o olhar do Joseph e do Sterling. 
- Desculpem-me por isso, eu simplesmente me esqueci de comer. Prometo que não vai mais acontecer. - Falei piscando e fazendo um 'legal' com o polegar. - Tudo bem. -Sterling disse em sua pose acolhedora.- Acho bom que não aconteça mesmo. As nossas funcionárias têm que estar sempre saudáveis, e você, como chefe de equipe, não deveria ficar se 'esquecendo de comer' e desmaiando pelos cantos. - Joseph falou e eu dei um olhar cerrado pra ele. Sterling apenas deu um meio sorriso balançando a cabeça, como se aquilo fosse típico doJonas. Realmente, aquilo era típico do Jonas, e ignorá-lo era típico de mim. 
- Obrigada por não me deixarem estirada aos ratos. – disse, por último, e saí daquela sala. 

BigFanfic.Capítulo 1 - Boss



A luz invadiu o quarto devagar, acordando-me, clareando cada ponto do quarto antes escuro. Abri os olhos e encarei o teto, que dia é hoje? Espreguicei-me e bocejei, indo em direção ao banheiro. Lavei meu rosto e encarei meu próprio reflexo no espelho. Quando eu ia voltar a dormir direito? Meus olhos estavam contornados com uma fina linha roxa, vermelhos e inchados; íris ficando escuras, estranhas e sem vida. Meu rosto pálido e cansado. Suspirei. Despi-me e tomei um banho gelado, finalmente desperta. Saindo do banheiro, minha cama não estava vazia. Quem era aquele garoto ali deitado? Eu não me lembrava dele. 
Analisei melhor o cômodo, e percebi que as roupas daquele rapaz estavam no chão, assim como aquelas as quais eu havia usado na noite passada, e não foi preciso mais do que essa observação para que eu lembrasse o que havia acontecido. Ontem à noite eu fui novamente a um pub desconhecido e voltei pra casa com esse bonitinho, acho que o nome dele é Salsicha, Scooby... Fred! Esse é o nome dele, Fred. Eu fiquei meio sem graça para acordá-lo, mas não podia deixar que ele ficasse dormindo em minha casa enquanto teria de ir para o trabalho. 
- Hey - Eu tentei acordar o garoto ruivo, coloquei minhas mãos sob suas bochechas brancas. - Querido, acorde, eu tenho que ir para o trabalho. 
- Hum? - Ele abriu os olhos devagar e sorriu ao me ver. 
- Tome banho, se vista. Eu vou pedir para que Lissa prepare alguma coisa pra você, tá? Tenho que ir pro trabalho. 
- Tá bom, minha linda. - Ele falou segurando o meu queixo. Eu tirei a sua mão e sorri fraco, fui para o closet me arrumar. Decidi vestir uma saia roxa de cintura alta, cinto preto, blusa social e meia calça preta. Calcei sapatos sociais com um pequeno salto e me olhei no espelho. Resolvi dobrar as mangas da blusa e esconder minhas olheiras com um pouco de base, não gosto de parecer fraca, coisa que eu definitivamente devo ser. Depois do que aconteceu entre mim e Hugo, meu... ex-alguma-coisa-que-durou-quatro-anos, eu fiquei tão arrasada que acabei num pub bêbada, me agarrando com o primeiro 'broto' que vejo em minha frente. Pelo menos o cara era realmente um broto, e pelo menos eu lembrei o nome dele no outro dia. Fundamentalmente, era apenas mais uma recaída de forças diante da minha pose, e da minha verdadeira fraqueza. De um modo ou de outro, eu fui fraca, fraca e otária, pra variar. Acabando de passar a base, pus um rímel à prova d'água e fiquei pronta. 
Pedi à Lissa, a empregada, que fizesse um bom café-da-manhã pro tal Fred e comi uma maçã na velocidade da luz, com a intenção de não me esbarrar novamente com o tal Fred; afinal, eu mal lembrava o que havia acontecido entre eu e ele na noite passada e não queria lidar com uma conversa estranha a essa hora da manhã. Aliás, eu não queria lidar com conversas estranhas nunca, obrigada.
Em pouco tempo, eu estava no trabalho. Sou design de uma revista com uma relativa fama, toda e qualquer ilustração que aparece na revista passa por minhas mãos, isso quando não é feita por mim. Minha exaustão era tremenda que eu não consegui sequer responder aos cumprimentos de meus colegas. Eu sei que eles perceberam minha indisposição, e eu aposto como o Jonas vai bater na minha porta daqui a 5, 4, 3, 2, 1... 
- Srta Lovato? - Pode entrar, Jonas. 
- Chegou cedo, qual o milagre? - Ele comentou com aquela cara descarada de sempre. Joseph Jonas é o meu chefe, os chefe dos chefes eram ele e Sterling; aliás, a revista é deles. Joseph é um pedaço de mal caminho, devo admitir, e acho que ele já dormiu com metade da redação mas ninguém sabe disso ou, pelo menos, todos omitem. 
- Eu não lhe diria o que realmente seria um milagre, meu caro. - Falei revirando os olhos e esvaziando a minha pasta - O Senhor está precisando de alguma coisa ou veio me incomodar como sempre? 
- Calma, Lovato! Não precisa ser tão grossa. Eu só vim saber se você está bem, o pessoal disse que você entrou com uma cara estranha. 
- Hum... Eu tô bem, só um pouco cansada. 
- Também, deve ter passado horas pra escolher as roupas. - Eu arqueei uma sobrancelha 
- Era só isso que você queria me dizer? - eu perguntei, com escárnio.  - Sim. Agora vá trabalhar e tire essa cara enfezada. 
- Que...? - Eu ia xingar, mas me segurei. Jonas entra na minha sala, fala coisas inúteis baseadas em fofoquinhas e espera que eu tenha algum agrado por ele? Faça-me o favor. Eu observei meu chefe passar pelas mesas das secretárias e as vi suspirar. Eu o pegaria se não fosse tão idiota, rabugento e metido. Eu o pegaria se não fosse pelo vazio dentro de mim a cada homem que eu beijava ou me interessava, se não fosse por um coração perdido e cansado. Eu o pegaria se... não existisse Ster Knight. 
Knight estava de costas para a minha porta, conversando com a Jen, minha secretária. Eu sei que se ele me desse um pouquinho só de ousadia, eu não pensaria duas vezes antes de arrancar alguns suspiros pesados dele ou de inalar aquele perfume forte do seu pescoço maravilhosamente cheiroso. Eu tinha aquela estranha fúria, insensata e possivelmente insaciável, de tê-lo; só por uma noite. Definitivamente, ele realmente merece tudo isso. Ster também era famoso pela redação, famoso por ser lindo e intocável e por... ter uma namorada loura insuportável. Isso é broxante. Muito broxante. Broxante o suficiente para me fazer tirar os olhos daquele deus e me concentrar no trabalho. Hoje não seria um longo dia, eu só precisava organizar a capa e a contracapa e fazer um logo novo para a coluna da loura insuportavél do Knight,Tiffany thornton. 

Continua ..
Gente não é minha a historia,ela é incrivel então descidi posta .. a We Found Love vai continua também. Big Fanfic porque ela é grande KKKKKK ok (: