terça-feira, 10 de janeiro de 2012

BigFanfic.Capítulo 6 - Boss


Já havia acabado o expediente fazia horas, e eu também já havia feito a minha parte. Naquele momento eu só esperava pacientemente até que sobrassem apenas duas únicas pessoas na Redação. Por um pequeno espelho em minha bolsa dourada consegui observar meu rosto, tentando ver alguma imperfeição que ao menos eu pudesse ajustar; não sei exatamente o que estava pretendendo com aquele espelho em mãos. Talvez um instinto feminino - sim - mas apenas talvez. Havia uma séria necessidade de estar arrumada quando estiver perto de Joe; e o mesmo acontecia com Ster, apesar de que nesses dias a única coisa que eu queria mostrar a ele era o meu dedo do meio. 
Quanto à minha aparência, sim, eu parecia acabada. Mas como não ficaria? Se ao menos Ster não fosse tão inconveniente com tanto trabalho ao menos eu poderia ter uma noite de sono, um tempo para mim. O único tempo que tive pra mim, gastei comendo besteira e falando com Emily ao telefone, ou talvez tentando dormir. Havia algum tempo em que eu não me olhava no espelho direito ou cuidava de mim mesma - e não estou falando apenas da aparência. Eu estava meio destruída por dentro, com todos aqueles problemas. Minha mente estava ocupada, mas meu coração parecia estar no ócio. Há tempos ele vive congelado, quieto, silencioso... Triste. Também, quem na face da terra gosta de estar sozinho? Quem, na face da terra, gosta de viver ignorado? Pois então com meu coração acontece o mesmo. Ele já cansou de não ser ouvido. Já cansou de estar sozinho. 
Deixei qualquer coisa que atrapalhasse a minha concentração de lado.
 Eu tinha um objetivo. 
Levantei-me com cuidado da cadeira giratória e abri uma pequena fresta da minha porta. Ele estava lá. A única luz acesa, com exceção da minha, era a do escritório dele.Perfeito.
Digo, não só a situação, mas também a imagem que adquiri quando deixei meus olhos pousarem nele. Estava quase deitado na cadeira, os pés relaxadamente em cima da mesa de vidro cobertos com aquele sapato social negro; a calça que vestia era de um grafite escuro, seu paletó da mesma cor estava pendurado na cadeira. A blusa branca estava com alguns dos botões iniciais abertos, mostrando um pouco do seu peito malhado - que eu fiz questão de ficar encarando por um bom tempo -, a gravata negra estava folgada em seu pescoço e seus cabelos estavam bagunçados, o que dava a ele um ar sexy impossivelmente lindo. A verdade era: Joe era completamente lindo. 

Hot Boss Joe’s POV on. 

Estava impaciente com aquilo. Demi havia se trancado naquela sala e não saiu um minuto sequer. Talvez eu tenha exagerado na brincadeira mais cedo. No entanto, foi tão engraçado vê-la se contorcer de raiva, as narinas se abrindo e fechando, os punhos fechados e os pés nervosos. Tudo que ela não dizia com palavras o corpo dela fazia o favor de nos mostrar. Ela estava muito puta mesmo com Ster, aliás, até eu estaria no lugar dela. A mudança dele foi tão repentina que até eu estranhei; aliás, ele também está meio mudado comigo, apesar de estar disfarçando muito bem. O problema é que talvez a minha diversão não tenha valido a pena, pelo menos não para vê-la sofrer com tanto trabalho, tanta coisa que sequer seria da conta dela. Ainda me impressiono em como ela consegue se virar.
Eu não suportava mais esperar. Já havia passado da meia-noite e Demi não saiu do escritório idiota. A minha raiva já transparecia em meus dedos nervosos, que batiam uns contra os outros, enquanto eu lia aquele formulário - ou fingia que lia, tanto faz -, ela não sairia nunca? Como eu poderia chegar até ela se não me dava chances? Ela pensa que eu não percebi as roupas provocantes que usou essa semana. Aquela mulher está fora de controle. Uma pena que meu sócio resolveu fazê-la se trancar, e não me deixou admirar a visão do paraíso que era o seu corpo. Com a conclusão de que eu estava ficando com raiva do meu amigo por causa de uma mulher tive a máxima certeza: Eu estava apaixonado.
Dando sinal de vida, Demi desligou as luzes do seu escritório. Ouvi barulhos, como se ela estivesse terminando de arrumar as coisas e se aprontando para sair e, em seguida, o silêncio. O que diabos estaria fazendo no escuro? Será que eu não a havia visto sair?
Levantei-me da cadeira num impulso rápido, tinha de conferir se ela estava lá. Se não estivesse, eu iria até a casa dela; mas de hoje a minha designer favorita não escaparia. A redação toda estava um breu, exceto pela pouca luz que vinha das janelas de vidro ou do meu escritório, a alguns passos dali. A porta estava entreaberta, então tomei a liberdade de entrar, batendo de leve por puro costume de incomodá-la. Ali dentro estava muito escuro, aliás, eu não enxergava nada. Parei de dar passos quando cheguei ao meio da sala:
- Demi? - perguntei na esperança de encontrá-la, mas nada ouvi em troca. Quando estava para dar meia-volta, senti duas mãos frias irromperem a região dos meus olhos, mas talvez aquelas mãos não tinham a intenção de me cegar, e sim de me impedir de virar. Num impulso, coloquei as minhas mãos por cima daquelas geladas e notei dedos finos e unhas longas, típicas de mulher. Era 
ela.
- O que você quer cegando seu chefe? - falei com autoridade - Isso é caso de... - Perdi-me em minhas próprias palavras. Ela encostou os lábios em minha orelha, roçando-os. Meu Deus! O que ela estava fazendo afinal? Quando foi que ela resolveu gostar de mim e pior, me seduzir, me tocar... Não seria possível. Então essas mãos não eram dela, devia ser outra garota da revista, mas eu não tinha a mínima idéia de quem seria. Lembro-me de não ter pegado nenhuma delas desde que fiquei com Demi. Pelo menos é disso que eu me lembro...
- 
Why so serious? - perguntou com a voz sussurrada. A teoria da garota errada estava falha, aquela voz era altamente reconhecível, em qualquer tom que usasse. Então ela sabia. Sabia que eu era o Coringa. Virei-me com certa cautela e a senti folgar as mãos que se encontravam em meus olhos, deixando-as caírem frias sobre meus ombros. Eu tinha certeza de que estávamos de frente um pro outro, mas não tinha noção de qualquer coisa à minha frente, se não o escuro. Por isso, foi necessário eu deixar que outros instintos, como o tato, me dessem um pouco desta noção, e não pude deixar de tocá-la. Passei minhas mãos sobre o rosto e, por falta de sensibilidade, não consegui definir quaisquer feições, apenas pude sentir a pele macia de mulher jovem fazendo carinho em minhas mãos que se mexiam aleatoriamente.
- Quando você descobriu? - perguntei em um sussurro, sorrindo bobo, ou abestalhadamente melhor dizendo. Eu me sentia um idiota perto dela. Principalmente porque ela já sabia de algo que eu ainda planejava contar. Era meio estranho que ela ficasse por cima, mas eu não me importava muito; era só me lembrar da última vez que estivemos juntos - ela, naquele momento, não estava nem um pouco por cima -, isso me ajudava a ficar mais calmo, e talvez até rir mentalmente com minhas conclusões. 
- Eu sempre soube. - falou, a voz saindo rouca e até bem sexy. Seu rosto estava próximo do meu. Próximo demais. 
- Mas... Como? - Perguntei sorrindo incrédulo, deixando que minhas mãos descessem até seu pescoço, embrenhando meus dedos em seus cabelos enquanto espalmava a mão naquele pescoço quente. Senti-a deixar sua cabeça pender para o lado, e então tirar uma das mãos de meus ombros para tocar em minha boca, delineando os meus lábios com os dedos leves. Fiquei repentinamente sério, mas não entendi o porquê. Talvez a maior proximidade entre nossas bocas tenha me feito concentrar. 
- Seu sorriso. É inconfundível. - disse me empurrando e fazendo meu corpo esbarrar na janela de vidro onde, na frente, havia persianas. Talvez seja realmente correto o uso do passado nessa afirmação, havia persianas. Assim que houve o impacto, as persianas caíram no chão como se fossem poeira soprada.
Virei-me para encarar o seu rosto, estava com uma expressão assustada e risonha, iluminado pela luz da lua que acabara de invadir o escritório. Espantei-me com sua beleza estonteante tão de repente visível aos meus olhos a pouco cegos. Ela era realmente muito maravilhosa, isso sem nem virar de costas e mostrar a senhora bunda e os contornos do corpo bem feito. Já falei de sinônimos masculinos? Não? Então eu vou explicar uma expressão: Mulher bem-feita de corpo = Mulher gostosa. Sinceramente, eu acho que Demi já havia pulado o ranking de mulheres gostosas, ela era demais. Tudo nela me atraía: o corpo, o rosto, a risada discreta, o jeito dela de ser sempre grossa como porta de igreja, o quão engraçadas ficavam suas feições quando eu a irritava - coisa que havia se tornado praticamente um hobbie meu; ainda havia aquele beijo viciante e o jeito desengonçado quando ficava com raiva. Eu gostava de tudo aquilo e, aos meus olhos, aquilo significava que eu gostava dela tanto quanto.
Eu poderia ter deixado que ela desse os próximos passos de aproximação apenas para vê-la conduzindo, mas já havia perdido a paciência com aquela situação. Não iria perder mais tempo indagando-me como se realmente houvesse algum problema que me impedisse de beijá-la avidamente e, finalmente, saciar o desejo. Peguei seus pulsos e girei-a, invertendo os lugares. Ela me olhou um pouco assustada e eu sorri maroto para ela, vendo-a abrir um pequeno sorrisinho e mexer a cabeça em sinal de reprovação. 
- Reprovando alguma coisa, Demi? - perguntei, levantando uma sobrancelha de forma ameaçadora. 
Demi riu baixinho, e antes que ela pudesse abrir a boca para assentir qualquer resposta, aproximei meu rosto do dela a ponto de roçar nossos lábios. Deixei que minhas mãos descessem por todo o corpo escultural, retirando a blusa fina de dentro da saia social e passando as minhas mãos por sua pele macia, fazendo-a arrepiar-se com o toque. Sorri com o feito. 
- Continua o mesmo mandão de sempre. - Ela disse. À medida que seus lábios abriam e fechavam discretamente para proferir aquelas poucas palavras, nossas bocas roçavam com mais persistência e aquele toco-não-toco já estava me dando nos nervos. 
- E isso importa? - perguntei. 
- Não... - ela disse, deixando que seu rosto se afastasse do meu e nossos lábios se desprendessem. Tocou meu nariz com a ponta do seu dedo indicador e deu um sorriso malicioso que me fez parar de pensar apenas para observá-la - Na verdade... Isso até me excita. 
Aquelas últimas palavras haviam acertado em cheio em minha paciência. Apertei mais uma das mãos que seguravam sua cintura e, com a outra, espalmei a sua nuca e aproximei nossas bocas novamente; desta vez sem qualquer intenção de continuar com brincadeirinhas. Assim que a proximidade foi extrema, beijei-a com tal veracidade que poderia tê-la deixado sem ar - coisa que eu não me importava. O que eu queria era aquilo mesmo, tencionava ver aquela desobediente metida ensandecida sob minhas mãos. Era algo que sempre desejei, tê-la ao meu lado. Isso porque ela me parecia tão difícil, tão inalcançável. E fosse eu que a tratasse daquele jeito 'irritante' ou Ster que a tratava como a melhor profissional que já havíamos visto: Ela sempre pareceu muito longe de nós. E eu poderia gargalhar por dentro naquele momento em que a tinha em meus braços; eu seria capaz de me gabar por aquilo pelo resto da minha vida. 
Fiz questão de acelerar todos os nossos movimentos. As línguas se mexiam em velocidade inacreditável e, mesmo de um jeito desconcertado, ainda havia certa harmonia, algo que nos mantinham sincronizados. Minhas mãos se movimentavam por toda extensão do seu corpo, desfazendo o comportamento de suas roupas. Seu blazer foi o primeiro a sair do meio. Retirei-o tão rapidamente que talvez ela nem se percebeu; aos poucos me livrava daqueles botões da camisa social, fazendo-a gemer entre o beijo pela vagareza em que o fazia. Era realmente delicioso provocá-la. Como a claridade vinda daquela janela já havia feito o seu propósito, agora ela chegava a me atrapalhar; mesmo com os olhos fechados, eu não conseguia me concentrar cem por cento graças à luz da lua. Nunca pensei que ela pudesse ser tão inconveniente. 
Parecendo ler meus pensamentos, Demi retomou o posto de coordenadora de nossos ataques, e passou a me empurrar sem afastar-se, impulsionando passos retardados até um lugar desconhecido. Primeiro, senti meu corpo bater em algo de forma paralalepipeidal e fino, como um vidro. Aproveitei que estávamos parados novamente para exterminar de uma vez aqueles botões, mas não tive tempo de jogar sua blusa social para fora do seu corpo: Ela segurou-me pela gravata e me puxou novamente para outro lugar desconhecido.
Desta vez estava demorando demais para chegarmos ao nosso destino, então abri um pouco os olhos para saber onde diabos ela estava me conduzindo. Não consegui avistar muita coisa, mas consegui distinguir um pequeno corredor, como aqueles que ficavam na redação. Eu reconhecia perfeitamente aquele lugar, mas não conseguia me lembrar de forma algum onde acabaria aquilo ali. 

- Ei, olhe pra mim - Ela pediu, segurando meu queixo, apontando para os próprios olhos. Olhei para ela meio aturdido, mas fiquei feliz com sua imagem descabelada e com aqueles lábios já tomando conseqüências dos beijos selvagens a que foram submetidos. - Sala 1 ou sala 2? 
- Hum... Sala 2. 
- Ok, Senhor Jonas. - Ela disse sorrindo maroto e eu não pude me segurar, voltei a beijá-la no mesmo momento. 
Demi’s POV on.

Ele poderia ter escolhido a sala 1. Com todo o meu poderio vingativo, seria perfeito. Mas eu deixei passar, até que transar com o Joe em seu próprio escritório também poderia despertar alguns outros sentimentos melhores. De certo modo, ainda me veio à mente como seria se ele escolhesse a sala 1, vulgo escritório do 'Senhor Knight'. Poderia rir alto com meus pensamentos, mas algo me fez voltar à realidade: As mãos de Joe acabaram de descer para um dos lugares proibidos, ele não apenas espalmou a minha bunda, mas apertou-a com tamanha força que eu poderia até provocá-lo - parecia que havia tempos que ele não tocava na bunda de uma mulher de verdade. O fato era que eu não queria levar as coisas para esse lado, e causar ciúmes em mim mesma - imaginando que ele já ficou com outras - não era algo sequer viável. Apenas entendi o que ele estava fazendo quando me vi sentada em sua mesa, com ele entre as minhas pernas. A minha saia, coitada, havia subido metros pelo meu tronco, e poderia ser confundida com uma blusa tomara-que-caia que, simplesmente, caiu.
Numa maestria interessante, consegui retirar sua gravata, por mais que minhas mãos estivessem tremendo. Meu corpo liberava uma adrenalina que pulsava tão fortemente em minhas veias que a tremedeira era imprescindível até mesmo para que eu me mantesse inteiramente sã. E era ele, Joe era o responsável pela atividade anormal da hipófise. Joe era o responsável por toda a bagunça em que se encontrava o meu corpo; eu tinha apenas que impedi-lo de chegar a dois lugares: mente e coração. Perder a razão seria um desastre e talvez apaixonar-me por aquele ser lindo e irritante não seria viável. Eu era fraca. Eu não suportava sentimentos fortes; meu coração estava morto. Eu o matei. 
Aquela calça estava incomodando-me de uma maneira irritante. Estava tudo tão escuro e difícil de enxergar, meu tato foi o que conseguira perceber aquele traje idiota que separava a minha pele da dele. Passei as minhas mãos por toda extensão do cós da calça até encontrar o feixe. O beijo então ficou mais difícil, Joesph ofegava em demasiado e aquilo só havia piorado quando ocorreu o toque íntimo entre a minha calcinha que já estava molhada e a sua ereção. Fomos forçados a separar nossas bocas para não morrer por asfixia, e então passamos a tocar o corpo um do outro, como se fossem mundos que acabaram de ser descobertos. Eu traçava os músculos de seu peitoral com a ponta dos dedos, sentindo-os rígidos e volumosos. As mãos dele saíram de minha cintura para então acariciar os seios por cima do sutiã, deslizando-as então até as minhas costas, onde ele encontrou o feixe e abriu-o, fazendo com que um som como um 'tec' liberasse os meus seios de sua prisão.
Encostou nossas testas e eu deixei meus dedos caírem para sua barriga definida, que me dava uma sensação de que meus dedos pulavam colinas em cada gominho.
Ao invés de usar as mãos novamente para fazer as alças do sutiã caírem, Joseph desceu com beijos para minha mandíbula e pescoço. Esse era definitivamente um dos meus pontos fracos, apenas de sua respiração quente encostar ali eu já podia sentir cada célula se manifestando e uma falta de ar prendendo meus pulmões; o diafragma não relaxava de maneira alguma e eu simplesmente havia esquecido como o faria voltar ao normal. Joe depositou um beijo leve no meu pescoço e graças ao bom Deus que prezava pela minha respiração, desceu com aquela boca perigosa para o meu ombro. Tocou a clavícula com mais um beijo leve, e então encostou os lábios por cima da alça do sutiã branco, mordendo-a. Seus dentes arranharam meu ombro e, com muita dificuldade, consegui relaxar os ombros, ajudando-o com o processo. Com um lado caído, ele se voltou ao outro e fez a mesma coisa, novamente passando pelo pescoço e fazendo-me perder o fôlego, por mais que desta eu me encontrasse preparada. 
Meus dedos finalmente haviam chegado ao lugar certo e brincavam com a barra de sua boxer de cor desconhecida. Acho que naquele momento eu poderia dizer que estava ficando com ele por puro prazer. Não conseguia ver o seu rosto para impressionar-me com sua beleza ou até mesmo enxergar o seu corpo seminu para deliciar-me e excitar com a imagem divina. Era tudo instintivo, cada próximo passo diante do nosso aproximamento perigoso e antiético. Por mais comum que fosse, chefes e funcionários não deviam relacionar-se, essa era a ética do negócio. Era a ética em que se baseava para que existisse o lucro; não poderíamos trocar o prazer mútuo pelo trabalho e pela responsabilidade. Eu não queria me importar com aquilo por mais ciente que estivesse do erro, então apenas deixei a pulga atrás da orelha: querendo ou não, não havia freios para um corpo ensandecido como o meu. Não havia freios para Joe. Aquém de responsabilidades havia uma necessidade humana, muito mais importante, não? 
Joe estava realmente entretido com os meus seios e já ia começar com aquela brincadeira de provocações. Foi uma questão de milésimos de segundos para que sua boca descesse a um dos mamilos enrijecidos enquanto a sua mão rude fazia movimentos bruscos e circulares com o outro seio. Ele chupava-o avidamente e chegava a arranhar os dentes ali. Minhas mãos desistiram de provocá-lo por eu simplesmente não ter mais controle sobre elas; deslizaram para as suas costas, espalmaram sua bunda e enfim fizeram-me fincar as unhas naquelas costas maravilhosas.
Joe gemeu um pouco, talvez pela dor sentida quando aquelas unhas afiadas penetraram sua pele. Ele sabia que era apenas ele parar com as carícias que eu simplesmente o soltaria, mas ele continuou, então ele queria que eu arrancasse o seu coro. Quando Joe resolveu alternar entre os seios, eu deixei minha cabeça pender para trás e a boca entreaberta para que o ar pudesse circular melhor. Nunca achei que a climatização da Revista pudesse ser tão ineficiente. Podia sentir as gotículas de suor que caiam pela minha testa, os cabelos que grudavam em minhas costas, e as costas de Joe que pareciam terem sido banhadas a óleo com a facilidade em que as minhas mãos se escorregavam ali.
Minhas unhas saíram arranhando toda a extensão das costas de Joe até chegar novamente às boxers, mas não parar por ali. Desci mais um pouco com os arranhões, diminuindo a intensidade da força, procurando fazer cócegas na região do cóccix; deslizando mais ainda para a frente e, com uma investida final de concentração descendo com aquelas unhas para dentro da boxer, tocando em seu membro duro. No mesmo momento Joe parou de fazer o que estava fazendo: 
- Você é louca, mulher? - perguntou com sua voz falhando. Seus olhos estavam tinindo com um brilho impecável de pura luxúria. 
- Talvez só um pouco. Mas você não fica muito para trás, chefe. - disse, mostrando-lhe o estrago vigente em meu corpo seminu. Dei-lhe um selinho rápido enquanto apenas alisava o seu membro. Mesmo diante da pouca luminosidade eu fui capaz de enxergar a sua expressão confusa e tarada. Meu rosto acabou por cair em seu ombro e eu passei a me deliciar com o cheiro inebriante de suor e perfume masculino que o seu corpo exalava. Antes que pudesse me perder em devaneios com aquele aroma tóxico às minhas células, Joe segurou-me pelos ombros, fazendo meu corpo cair aos poucos até deitar, entrando em contato com a fria mesa de vidro; ao mesmo tempo desceu seus lábios úmidos pelo meu colo e barriga. Apenas após ter se entretido em cada mísero centímetro do meu tronco e colo, Joe finalmente me deixara levantar o corpo e voltar à órbita. Cheguei a sentir certa tontura e o meu corpo parecia estar derretendo, em todos os sentidos. Assim que estava novamente à minha posição inicial, meio que sentada naquela mesa de vidro e eu já clamava por nem mais um segundo mais de tortura, queria-o dentro de mim. Eu sabia que tinha que parar com essa mania de acelerar as coisas, mas ele estava simplesmente me deixando louca e esperar que ainda aturasse brincadeirinhas e provocações? Mesmo diante de tais indagações em minha mente, o orgulho presente em minha personalidade e resolveu dar sinal de vida. Eu iria fazê-lo ansiar pelos 'finalmentes'. 
Capturei seus lábios numa agressividade inevitável e passei a enroscar minhas pernas nas dele, alisando nossas peles. Suas mãos espalmaram-se em minhas coxas e puxaram-me para perto de si. Soltei seus lábios e desci com beijos e mordidas pelas suas bochechas, chegando até perto da sua orelha - onde soltei o ar quente pela boca semiaberta, deixando soar seu nome de forma silenciosa -, e enfim chegando ao seu maravilhoso pescoço. Assim que tomei ar suficiente toquei seu membro com uma das mãos; no segundo seguinte fiz duas coisas ao mesmo tempo. Em movimentos frenéticos e repetitivos, masturbava-o. Com o resto da concentração que me sobrara, distribuía chupões que deixariam marcas em tons arroxeados por toda a semana. E eu poderia ter certeza de que cada vez que ele se olhasse no espelho e visse tais marcas, lembraria de mim. Se minha boca não estivesse tão ocupada eu poderia ter rido da minha própria conclusão. Os gemidos dele atravessavam meus ouvidos como aplicação sonora da satisfação e do prazer. E a sua satisfação era a minha satisfação; fato este que me fez aumentar a velocidade dos movimentos com a mão. Suas mãos apertavam minhas coxas numa força incrivelmente gostosa. De repente, Joe segurou a mão que o masturbava, e eu acabei por parar de chupar seu pescoço. 
- É o bastante - disse ofegante; eu também tentava recuperar o ar, mas uma vontade de rir fez com que minha barriga contraísse e um som abafado e nasalado da minha voz risonha ecoou pelo escritório. 

Hot Boss Joseph’s POV

A risada dela fez cócegas em meu pescoço gostosamente dolorido. Eu já tinha uma necessidade incontrolável de possuí-la o mais rápido possível. Passei o meu braço pela sua cintura, trazendo-a mais para perto. Parecendo conhecer minhas intenções, ela baixou a minha boxer de uma vez, deixando-a cair nos meus pés; levantei-os e joguei aquela peça de roupa para longe, não queria que nada me atrapalhasse. Ela ainda estava com aquela calcinha fina, e para que eu conseguisse tirá-la teria de me separar de Demi e passar sua roupa íntima pelas pernas fechadas. Eu não tinha a mínima vontade de ter que fazer isso. Comecei a tirá-la vagarosamente. 
- Você vai ter que afastar para conseguir tirar, chefe. - disse enquanto embrenhava os dedos nos cabelos da minha nuca. 
- E me separar de você nesse momento? Nem por um segundo. Vamos improvisar. - Se fosse capaz de ver o seu rosto com mais nitidez teria plena certeza de que ela tinha umas das sobrancelhas arqueadas desafiadoramente. Segurei cada lado da calcinha em que havia renda - e não pano -, e puxei-a, rasgando-a agressivamente. Demi soltou um gritinho combinado com uma gargalhada. 
- Animal! - falou entre risos. Sorrindo descarado, joguei os trapos restantes da sua calcinha para longe. Posicionei-me e encostei nossos narizes, tomando ar para os próximos movimentos. Novamente ela manifestou sua voz calma - algo realmente incrível, visto o momento eufórico em que nos encontrávamos. 
- Você vai mesmo quebrar a mesa de vidro? Eu quero sair daqui viva. 
- Merda, fala sério... - disse incrédulo. Detalhe idiota. Por que minha mesa não era resistente? Por que eu nunca pensei que algo assim poderia acontecer? Deveria tê-la feito de mármore ou sei lá. 
- E cadê a camisinha, adulto responsável? - Ela só poderia estar debochando de mim, ou eu realmente estava tão fora de órbita que me esqueci daqueles pequenos detalhes que poderiam fazer uma diferença enorme. Eu sentia que estava fazendo papel de idiota deixando passar tantos detalhes em que eu, o homem da relação, deveria pensar. Melhor dizendo eu, o chefe da relação. Puto da vida, desfiz meu posicionamento e agachei-me, peguei a camisinha que havia reservado no bolso da calça. Levantei-me e antes que começasse a rasgar o pacote, Demi tomou-o das minhas mãos; abrindo-o com os dentes e carinhosamente vestindo meu pênis ereto. Sua atitude me fez esquecer as situações adversas. Ela enlaçou os braços pelo meu pescoço: 
- Dê cinco passos para trás. - sussurrou em meu ouvido - se você for manter aquela performance da limusine, acho que aqui apenas a parede de concreto pode lidar. 

Ri baixinho com o seu comentário. Quaisquer que fossem minhas preocupações com os meus erros pelos detalhes, eu havia esquecido. Estava já na felicidade grau 1 de 3. Demi apertou as pernas contra minha cintura, enroscando-as seguramente, e então segurando-a pelas pernas, passei a carregá-la e dar os passos retardados até a parede. Virei meu corpo em 180º e logo o corpo de Demi estava preso entre a parede e o meu corpo, que fazia pressão para mantê-la ali. Agora ela não tinha saída, e mais nada me impediria de retomar onde parei. Posicionei-me devidamente e não tardei a iniciar a penetração sem dó. 
A primeira investida foi com toda a força que pude reunir naquele momento. Seu gemido ecoou por toda a Redação, e se eu não tivesse plena certeza de que estávamos sozinhos, com certeza passaríamos pela situação mais constrangedora de nossas vidas. Eu impedi que seu gemido proliferasse calando seus lábios com um beijo feroz. Tentei concentrar em um ritmo para ambos os movimentos, tantos os do meu quadril quanto os da minha boca. Não pude deixar de estocar com força nela, aliás, isso não era algo que eu pudesse evitar. Já havia se tornado uma necessidade que eu a tivesse com seus gemidos abafados soando melodias em meu ouvido; ou aquelas unhas que arranhavam suavemente as minhas costas e, até mesmo, meus braços; eu precisava do cheiro delicioso que seus cabelos suados emanavam; e o seu corpo lindo derretendo pelas minhas próprias mãos. 
Sentindo-a chegar ao ápice, apoiei minhas duas mãos na parede para que assim pudesse ter mais impulso nas investidas finais e enfim também pudesse chegar lá. Acelerei loucamente os movimentos de vai-e-vem e Demi manifestou-se, parando de me beijar par morder meu lábio inferior rapidamente e deixando seu rosto cair na curva do meu pescoço com um sorriso de deboche. 
- Eu quero mais. MAIS. 
Seu pedido foi atendido quase que automaticamente. Eu podia sentir seu corpo estremecer sobre o meu durante as investidas cada vez mais animalescas, que aumentavam gradativamente de acordo com minha necessidade de chegar ao orgasmo. Não demorou muito para que acontecesse; seu corpo ainda se via contraído ao redor do meu quando eu senti o ápice do prazer invadir minhas células. Era uma coisa que eu já havia sentido várias vezes, mas eu sentia que dessa vez havia sido diferente; e não foi apenas porque resolvi transar no escritório. 
- Ponha-me no chão, pelo amor de Deus. - Ela pediu suplicante e eu obedeci, estranhando sua reação. Percebi que seus músculos estavam estranhamente contraídos e que ela tinha os olhos fechados. Assim que seus pés tocaram o chão ela largou o meu pescoço e deixou suas mãos nervosas deslizarem pelos meus braços, apertando-os fracamente. 
- Você está bem? - Perguntei visivelmente preocupado. 
- Pensei que não ia acabar nunca! - Exclamou com sua voz falhando. Forçando muito minha visão, consegui enxergar sua silhueta encolhida próxima de mim. O que não ia acabar nunca? Peguei me queimando neurônios, até uns dois súbitos terrivelmente antagônicos me ocorrerem: 1) Ela queria que aquela transa acabasse logo pra ela ir embora e nunca mais olhar na minha cara. Alternativa pessimista e chata, e eu não quero nem imaginar isso. 2) Ela estava com alguma dor. Bem, antes ela com uma dor passageira do que eu com uma dor eterna. 

Repentinamente, Demi me abraçou. Seus braços enlaçaram minha cintura e seu corpo chocou-se com o meu. Assustei-me, estava estranhando aquela ação repentina vinda dela; abraços carinhosos não era bem a cara dela. Sentindo seus pêlos arrepiando-se periodicamente e seu coração batendo tão forte contra o peito que até eu poderia sentir a pulsação acelerada, mais uma alternativa pousou na minha mente. E esta alternativa permaneceu mais forte e mais provável, assim que ouvi um gemido baixo dela e seu corpo enfim relaxando. 
- C-C-Como você fez isso? - perguntei incrédulo. Só podia ser aquilo, tinha de ser. 
- Sei lá como fiz. Mas lhe garanto que foi bom. - riu baixinho e eu a acompanhei. Para mim isso só era possível na televisão, com aquelas mulheres orientais que estudavam minuciosamente o kama sutra e técnicas para manter o orgasmo durante vários minutos. Foi incrível presenciar aquilo pela primeira vez. Ela segurou seu orgasmo até eu atingir o meu; solidariedade, habilidade... No que se resumia aquilo? Talvez eu deva usar das mesmas palavras que ela: Só sei que foi bom. 
Era realmente agradável ficar ali, parado, apenas abraçando-a. O meu ego dava pulos de alegria, resultado do meu mais novo feito: Pegar a funcionária mais gostosa do planeta e ainda tê-la em meus braços, mesmo ela sabendo quem eu era. 
*

Demi’s POV on

Eu já estava acordada há algum tempo, mas não fazia qualquer questão de abrir os olhos. Não precisei apurar os outros sentidos para enfim sentir-me inebriada. Um braço forte prendia o meu corpo e um cheiro másculo e delicioso invadia os meus pulmões; uma pele quente encobria toda a região frontal do meu corpo. Tateei minha região inferior à procura de peças de roupas e acabei tocando onde não devia... 
- OPA! Bom dia, Demi. - ouvi uma voz grossa e brincalhona soar perto do meu ouvido. Dei uma risadinha fraca e o senti se aproximar. 
- Eu estou vestida? - perguntei num sussurro. Seus lábios úmidos passaram a roçar nos meus, secos. Eu mal havia acordado e cogitava ainda estar dormindo, e sonhando. A sensação era extremamente gostosa, era de um êxtase irremediável. Joe respondeu à minha pergunta com um som abafado propagado apenas pela sua garganta. 
- HumHum - balançou a cabeça negativamente, sua boca estava pedindo para ser beijada. Deixei que meus olhos entreabrissem e a primeira imagem que consegui captar foi o seu rosto - geralmente sarcástico e prepotente - completamente angelical. Seus olhos fechados e seus cabelos bagunçados daquela maneira poderiam fazer uma adolescente alegar amor à primeira vista, e com razão. Sorri e passei a entrelaçar meus dedos em seus cabelos, alisando um pouco as extremidades do seu rosto. Logo não consegui mais resistir, iniciamos um beijo gentil e calmo que, por eu não conseguir segurar, logo se tornou mais veloz e agressivo. Virei o meu corpo a ponto de ficar por cima dele; senti-o sorrir durante o beijo e soltei seus lábios aos poucos. 
- Bom dia, chefe. - disse com um sorriso tarado. 
- Meu Deus, ela acorda faminta. - falou brincalhão, enquanto apertava a minha cintura. Segurou-me pelos cabelos e me fez aproximar o rosto do dele novamente, passando a delinear meus lábios com sua língua quente e fosca. Passamos um tempo apenas nos encarando com deslumbre, tentando absorver os últimos acontecimentos. 
- Que estranho... - comentei sem querer, quase me arrependendo pelas minhas palavras. 
- O quê? 
- Sei lá, nós dois. Mesmo depois da festa... Eu nunca imaginei. 
- Bem, eu não posso dizer o mesmo. 
- O que você quer dizer com isso? 
- Eu sempre imaginei. - Joe disse com um sorriso sem graça. Nunca o vi tão vulnerável. Encarei-o com um olhar levemente confuso até mesmo pela certa confissão. Alisei seus lábios com a ponta dos dedos, apenas admirando sua figura calma. 
- Eu gosto deste Joe que estou vendo agora. Ele é diferente. - Claro que é diferente, Demi, ele tá apaixonado por você. 
- Isso é uma maneira 'Demi' de dizer que gosta de mim? - perguntou maroto. - Talvez... - deixei soltar uma risada abafada. 
- Então talvez deva exterminar com essas formalidades certo, Joe? 
- Por obséquio. Mas como você deseja que eu o chame? Joezinho, Joe-xuxu, meu bebê? - Perguntei virando os olhos e fingindo que falava com a minha mão. Ele gargalhou alto e colocou uma das mãos na minha nuca, puxando os meus cabelos rebeldes de um jeito possessivo. 
- Acho que Joe está bom. Apesar de que 'amor' não ficaria tão mal na sua voz. - Falou convicto e eu não pude deixar de soltar uma gargalhada sarcástica. Mudei de assunto antes que o clima pudesse ficar pesado e a gente começasse com uma DR sobre uma relação completamente indeterminada. 
- Preciso ver que horas são... - falei e saindo de cima dele e me sentando na cama, colocando as pernas para fora. Abri os olhos com mais avidez e passei a observar o cômodo desconhecido em que me encontrava. Era tão grande que poderia ser confundido com um salão. No entanto, os móveis eram escassos e espalhavam-se de modo estratégico; vinham em cores escuras pelo quarto que tinhas suas paredes em marfim. Havia logo atrás de mim uma janela de vidro coberta por grossas cortinas em tons acinzentados; também um tapete de pele de urso arrodeando uma pequena mesa de centro logo a frente da cama; havia posters que viraram quadros esplendidos e uma coleção de CDs impressionante. Era tudo tão lindo... 
- Onde eu estou? - perguntei virando o meu rosto para ele, ouvindo sua risada ecoar pelo cômodo. 
- Eu estava esperando que você perguntasse isso. - riu novamente - Ontem você estava insistindo que eu a levasse para casa. 
- Disso eu me lembro. E você é um cara muito chato. - ele me olhou assustado - foi mal, estava travado na minha garganta dizer isso - falei rindo e me aproximando novamente dele para abraçá-lo, enquanto ainda fingia estar atingido. 
- Ok, deixe-me contar o resto da história, Srta Reclamona. - disse rolando os olhos enquanto tentava se desvencilhar do meu abraço sem sucesso - se o acordo era sem formalidades eu vou começar a te chamar de Preguiça, ou Coala. É bem sua cara. 
Soltei um pouco o abraço apenas para fazer com que minha boca tocasse na sua orelha. 
- Eu sempre achei que era algo mais selvagem. - sussurrei em seu ouvido, fazendo-o arrepiar. 
- Hm... Selvagem como? 
- Não sei... - sussurrei novamente, descendo minhas mãos pelo seu tronco e arranhando sua barriga de leve - Provavelmente algo felino. 
Joe virou o jogo, ficando por cima de mim. 
- Eu sempre vou te ver como uma sugadora. Uma Vampira. - falou rapidamente, antes de selar seus lábios nos meus sem qualquer pressa. Perdemos alguns minutos das nossas vidas trocando saliva e carícias, apesar de que na minha sincera opinião aquilo foi um ganho de vida. Não importava o espaço-temporal; nós nos beijávamos e era apenas isso que acontecia na minha mente, sem quaisquer indagações que poderiam me fazer sentir-me mal. 
- Você não acabou de me contar o porquê de eu estar aqui - interrompi o beijo, e ele riu. Empurrei-o espalmando minhas mãos pelo seu peito, enquanto mordia os lábios. - Acabamos fugindo totalmente do rumo da conversa. Garoto levado. - Ah sim... Então... 
- Você não me levou pra casa. 
- Claro, claro... Porque depois do segundo round no carro você simplesmente desabou. Então eu te levei para casa, cuidei de você e agora você está aqui, linda e saudável. 
Quando ele terminou de falar eu já estava novamente saindo da cama, puxando os lençóis finos que se encontravam espalhados ali. 
- Entendo. - disse vagamente, ainda deixando que aquele adjetivo soasse repetidamente em minha mente. 'Linda'. De repente a vida me pareceu tão menos... Insuportável. Sorri de lado para ele e levantei-me com o cobertor enrolando o meu corpo nu, mas não consegui completar a ação: A mão de Joe me prendeu novamente à cama, puxando-me pelo braço. 
- Onde você pensa que vai? 
- Tomar um banho enquanto você prepara algo para nós comermos. - disse arqueando uma sobrancelha ameaçadora. 
- E quem disse que eu vou fazer comida pra você? - apenas de ele voltar com aquele tom de superioridade eu pude me lembrar de que ele era o mesmo Joseph de sempre, tão simplesmente previsível. 
- Então não o faça - dei de ombros, soltando meu braço de sua mão sem muito esforço. Levantei-me sem olhar para trás e dirigi-me a uma porta que me pareceu ser o banheiro. Já a pouco menos de um metro da porta, voltei a encarar aquela cama de casa; onde os olhos de Joe me tinham atentos. Soltei um sorrisinho de canto de boca e deixei o cobertor cair pelos meus pés, explicitando toda a minha nudez. Eu não tinha tanta vergonha do meu corpo e tinha maturidade o suficiente para saber que homens, como Joe, não se importavam com aquelas pequenas imperfeições que só eu e as vadias que me odiavam conseguiam ver. Para ele eu era linda, certo? Certo. Então eu o fiz sem hesitar, sabendo que o ambiente era claro e ele iria me ver por completo. 
Enxerguei seu sorriso maroto - que eu achava encantador - abrir-se e então seu lábio inferior ser esmagado pelos próprios dentes. Os passos seguintes foram aquela porta adentro, e os momentos seguintes bem... foi o experimento de tê-lo na palma de minha mão. Mais uma vez.

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