- Alô? - perguntei com uma voz arrastada.
- Garota, onde você está? Ster está para ter um freak out! Você nunca se atrasa para a impressão...
- Nossa, eu estou realmente tão atrasada? Que horas são, pelo amor de Deus? - perguntei enquanto tentava me enxugar, prendendo o celular ao meu ouvido com o ombro.
- São 11 horas, Demi. - ouvi a voz de Emily dizer com desdém. Merda, havia me atrasado demais. Era para estar lá há uma hora, dessa vez havia motivos para que Ster quisesse cortar minha cabeça e jogar fora. Pensei bem, talvez aquela fosse o escape que eu tinha para esfregar na cara dele que eu sou humana e preciso dormir, descansar e comer; coisa que estava difícil de ser feita com ele me entupindo de trabalho.
- Damn. Ok, eu vou passar em ca...
- Nem pense nisso. Eu nem quero imaginar onde você está, venha já pra cá! - Emily exclamou - AGORA, Demi. Estou sofrendo aqui, pelo amor de Deus.
- Tudo bem, tudo bem... Em quinze minutos eu chego. Beijos. - Cuspi as palavras e desliguei, passando a prestar atenção no que estava fazendo. De repente, duas mãos envolveram a minha toalha, e passaram a comandar o tecido fofo sobre meu corpo.
- Se enxuga direito, Demi. - ouvi a voz dele soar rouca em meu ouvido. Dei uma risadinha meio desesperada.
- Que susto, chefe! - exclamei sorrindo e em seguida virando o meu corpo para ele. - Joe fez com que suas mãos deslizassem pelo meu corpo, por cima da toalha, cobrindo-me numa cautela indigna de sua fama. Ou talvez fosse digna, já que sendo tão galinha e metido a 'putão', deveria tratar mulheres muito bem. Eu só precisava pensar nisso para cair na desilusão, a terrível e inevitável desilusão. Demorei um pouco para levantar meu olhar para ele e me arrependi de ter demorado; a visão que adquiri era a própria encarnação do doce e maravilhoso Deus Apolo. Dei de cara com um sorriso torto e olhos que brilhavam, ofuscantes; cabelos molhados que caiam em sua testa e lábios vermelhos, pelo contato com a água quente do chuveiro. Um sorriso involuntário fez meus lábios contraírem, e eu passei a enlaçar meus braços em volta do seu pescoço.
- Quem foi que ligou? - ele perguntou, encostando nossas testas e roçando nossos narizes.
- Hum... Foi Emily. Parece que eu vou levar uma boa bronca hoje, e com razão.
- Bronca? De quem? Por quê? - senti sua testa teimarem enrugar. Dei-lhe um selinho rápido e separei-me um pouco, passando meus dedos pela sua pele enrugada, tentando relaxar aquelas feições.
- Primeiro, relaxe. Quem devia estar estressada sou eu. - Ele sorriu - Assim está melhor. Bronca de seu sócio, Ster, por ter me atrasado em mais de uma hora para comparecer à impressão da revista hoje. Suspirei fundo e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, voltei a falar.
- Preciso que você me arranje roupas decentes. Uma calça jeans que eu possa cortar e uma blusa social que eu possa dobrar.
- Demi... Minhas roupas não vão darem você. Vão ficar folgadas e grandes, suponho.
- Eu vou tentar fazer uma mágica. - disse, me desvencilhando de uma vez de seus braços, com um pouco de resistência. - Aproveite e me arranje uma tesoura.
Joe me olhou assustado e começou a dar passos para trás em direção à um enorme armário.
- A maior calça que você tiver! Jeans escuro! - Pedi vendo-o se abaixar para abrir as gavetas, resmungando baixo enquanto buscava o que eu pedia. Dirigi-me e sentei em sua cama maravilhosamente fofa, alisando o lençol fino com a ponta dos dedos, procurando não me preocupar com o que me aconteceria assim que chegasse ao trabalho naquele dia.
10 minutos depois...
Encarava minha imagem ao espelho. A calça masculina havia sido cortada a ponto de formar um mini-saia; a blusa xadrez, vermelha e preta, foi dobrada, formando um blusão estilo country. Meus cabelos molhados haviam sido penteados para trás - paciência nunca fora meu forte -, e meu rosto estava limpo e estranhamente claro: sem orelhas, marcas de expressão, linhas que pudessem entristecê-lo. Meus pés estavam com os mesmo scarpins do dia anterior, negros e sujos.
Quando me virei de costas para o espelho, dei de cara com Joe já vestido, parado, estático à minha frente com uma expressão boquiaberta. Vestido daquele modo sexy de sempre: calça, sapatos e blusa sociais - a blusa com os primeiros botões abertos. Aproximou-se de mim com um sorriso tarado nos lábios e sussurrou um 'uau' perto do meu ouvido, fazendo-me estremecer com o sopro do seu hálito quente. Beijei-lhe a bochecha, deixando escapar um risinho.
- Você vai me deixar lá? - perguntei me afastando e pegando minha bolsa, colocando-a sobre o ombro.
- Vou com você.
- M-mas não é necessário... É rapidinho que a gente faz a impressão e... - passei a me embolar com as palavras. Imaginei como seria quando Ster, digo, Senhor Knight nos visse de mãos dadas. As imagens eram catastróficas, principalmente aquelas que indicavam o Ster mais rude, arrogante e exigente. Meu corpo reclamou com essa conclusão. Eu estava cansada demais, não suportaria mais aquela jornada estúpida de trabalho.
- Não vou atrapalhar, juro. Além do mais, se eu tiver lá, Ster será menos chato com você. - Joe disse dando de ombros.
- Isso se você não ajudar ele a ser insuportável.
- Bem... Desculpe-me por aquilo. É que você irritada fica uma... - aproximou-se e apertou minhas bochechas - gracinha!
Não controlei uma risada debochada.
- Ah, ótimo, que divertido encher o meu saco. WOW! - falei transbordando ironia, gesticulando com um sorriso sarcástico. Ele riu, e eu o fulminei com o olhar.
- Calma, Demi, agora eu já encontrei outro jeito de achar você uma gracinha. - arqueei uma sobrancelha - Quando você sorri por minha causa. Quando seus olhos brilham de malícia e, principalmente, quando você está com vergonha... - abaixei a cabeça, sorrindo sem graça - como agora.
Joe levantou o meu rosto pelo queixo, aproximando nossos rostos enquanto eu ainda tinha um sorriso bobo nos lábios. Beijou-me logo em seguida; lentamente, deliciosamente. Minhas mãos seguravam seu rosto e as dele dançavam pela minha cintura, subindo e descendo, apertando; logo aquelas mãos fizeram um trajeto malicioso, e meus braços apressaram-se em contornar seu pescoço, puxando-o mais para perto e fazendo-nos ofegar com um beijo mais rápido e selvagem. As coisas estavam começando a esquentar novamente quando algo tremeu entre nossos corpos.
- Merda. - Resmunguei, pegando o celular do bolso da frente da saia. Assim que o tive em mãos, ele parou de tocar. Uma mensagem recebida. Visto que a remetente era Emily, já imaginava o que estava escrito na mensagem, então simplesmente ignorei, colocando o celular dentro da bolsa. Levantei um olhar significativo para Joe, inspirei o ar para reanimar meus pulmões ainda enfraquecidos com o beijo, e então murmurei:
- Precisamos ser rápidos. Joe puxou-me pela mão, guiando-me para fora da sua grandiosa casa. Sentia-me perdida vendo tantos cômodos passarem por mim, tantas portas, tão indiscriminadamente. Poupei elogios e até mesmo comentários, fazendo com que chegássemos à garagemem silêncio. O eflúvio incômodo de dióxido de carbono não me impediu de suspirar quando avistei uma Land Rover LRX branca, reluzente por entre a pouca iluminação da garagem.
- Wow. - deixei escapar; completamente insana para alisar o capô daquele carro majestoso - É linda - Acrescentei, saindo do estado de choque e me aproximando vagarosamente do carro. Consegui tirar os olhos da Land Rover para reparar mais duas luzes que ofuscavam meus olhos: Um jaguar XF negro e uma Mercedes prata dignas de um executivo prepotente e um rapper milionário, respectivamente. Estava completamente confusa: Como assim ele tem três carros divinos e eu ando de metrô? Que mundo injusto, pensei.
Virei-me para Joe com meus olhos brilhantes e percebi que os seus estavam da mesma forma, e não era pelos carros. Não, o mundo não é tão injusto. Sorri para ele e ele retribuiu largamente, murmurando um 'obrigado' e passando ao meu lado, abrindo a porta da Land Rover. Com meus olhos dividindo atenção entre olhos tentadores e carros reluzentes, dirigi-me ao carro e sentei-me no confortável banco de couro. Joe fechou a porta e correu, dando a volta pelo carro e entrando, fechando a porta e rapidamente colocando a chave na ignição, ligando o motor daquela maravilha terrena.
O ronco do motor soou como adorável melodia aos meus ouvidos, eu adorava a potência das máquinas. De todas elas. Inclusive de Joe.
Suspirei e vi o meu chefe ligar o rádio e, com um controle remoto, abrir o portão da garagem; deu de ré e logo estávamos a caminho da Revista Music London.
O trajeto foi praticamente silencioso. Além do som do motor do carro, eu só ouvia outros dois sons: o rádio, que tocava novos hits; e o som da respiração calma de Joe, que eu fazia questão de me concentrar para ouvir.
De repente, enquanto esperávamos uma das últimas sinaleiras até o grande prédio da Revista, Joerompeu o silêncio, sua voz um pouco afobada. - Do que você tem medo, afinal?
Olhei para ele, que tinha os olhos fixos no horizonte. Seu perfil explicitava a seriedade de sua expressão, e também a intenção sincera daquela pergunta.
- Eu... Não tenho medo de nada. - respondi veemente.
- Mas você hesitou que eu viesse. Se você não quiser mais a gente... - suspirou - a gente simplesmente esquece o que aconteceu. Eu...
- Cala a boca, Joseph. Não fala merda. - disse franzindo a testa. Joe virou o rosto para mim, relaxando seus olhos abundantes nos meus. - Eu não quero terminar com isso.
Minha frase pareceu um pouco infantil depois que a analisei novamente. Mas aquela era a verdade. Não queria me separar dele. Gostava dele, ele me fazia um bem imensurável; eu tinha criado uma dependência pelo meu próprio chefe. Que tipo de funcionária sou eu, relacionando-se de tal maneira com seu próprio chefe, envolvendo-se inconseqüente, como uma adolescente? Poderia ser ridículo, mas eu não iria abrir mão dele. E como uma criança birrenta, repetiria: Não quero, não vou, daqui ninguém me tira. Consciência, você não é minha mãe.Os olhos dele ainda estavam confusos, as sobrancelhas juntando-se no meio da testa.
- Então o quê? - perguntou.
- Então o sinal abriu e tem gente buzinando. - interrompi a tensão da conversa, deixando que a realidade fora do ambiente me impedisse de falar algo impensado.
Talvez o momento mais tenso foi a guerra de palavras que se fazia na minha mente; eu tinha que saber falar as coisas sem que ele sequer cogitasse qualquer paixonite aguda pelo Senhor Knight por mim (e vice-versa).
Assim que o carro estacionou, tomei ar; Joe tirou a chave da ignição e antes que ele saísse do carro bruscamente - talvez batendo os pés - segurei seu braço com força, chamando sua atenção.
- Você se lembra do que o seu sócio fez comigo durante essa semana?
- Então ele é o problema? - interrompeu.
- Shhh... - coloquei o dedo indicador sobre seus lábios macios - Apenas diga 'sim' ou 'não'. - soltei seus lábios.
- Sim.
- Então você sabe que não foi fácil. Minhas energias estão esgotadas. Eu fiz o meu trabalho e o dos outros, entrava sete horas da manhã e só saia depois da meia-noite. Eu não dormi e nem comi direito. - suspirei - Do jeito que as coisas andam, se Ster me vir arranjando tempo para namorar, vai usar o argumento de que também tenho tempo para trabalhar com mais eficiência. Não quero ser forçada a me demitir, por isso hesitei. Perderia não só o melhor emprego da minha vida, mas também a convivência com... - sorri - meu chefe favorito.
Tentei decifrar suas feições com o término do meu mini-monólogo; ele parecia entender, eu acho.
- Você... entende?
- Eu... - concordou com a cabeça - me desculpe, Demi. Eu não sabia que as coisas andavam assim, não prestei atenção; não tive noção da seriedade. Desculpe-me. - disse com um olhar de clemência.
- Não sinta pena. Isso só foi o porquê de eu ter hesitado, só isso. Joe alisou meu rosto com o polegar, visivelmente preocupado.
- Entendo, claro. - murmurou enquanto se aproximava, beijando todo o meu rosto; bochechas, queixo, testa, olhos, ponta do nariz e, enfim, minha boca. Separamo-nos apenas pelo desconforto das posições. (n/a: Alguém está atrasada para uma certa reunião...)
- Não vou deixar que ele faça isso com você, Srta.Lovato. Não se preocupe.
Ele sorriu torto, fazendo-me relaxar completamente. Podia sentir meu corpo arrepiar-se, provocando um espasmo estranho, uma contração de meus músculos involuntariamente. Nunca vi sorrisos como aquele, capazes de mover músculos alheios, de relaxar, descontrair, apaixonar...
Perguntava-me durante todo esse tempo onde aquele Joe se escondia. Por que ele não apareceu antes? Eu realmente precisava dele; aquilo tudo era bom demais para ser verdade.
- Nossa, eu estou realmente tão atrasada? Que horas são, pelo amor de Deus? - perguntei enquanto tentava me enxugar, prendendo o celular ao meu ouvido com o ombro.
- São 11 horas, Demi. - ouvi a voz de Emily dizer com desdém. Merda, havia me atrasado demais. Era para estar lá há uma hora, dessa vez havia motivos para que Ster quisesse cortar minha cabeça e jogar fora. Pensei bem, talvez aquela fosse o escape que eu tinha para esfregar na cara dele que eu sou humana e preciso dormir, descansar e comer; coisa que estava difícil de ser feita com ele me entupindo de trabalho.
- Damn. Ok, eu vou passar em ca...
- Nem pense nisso. Eu nem quero imaginar onde você está, venha já pra cá! - Emily exclamou - AGORA, Demi. Estou sofrendo aqui, pelo amor de Deus.
- Tudo bem, tudo bem... Em quinze minutos eu chego. Beijos. - Cuspi as palavras e desliguei, passando a prestar atenção no que estava fazendo. De repente, duas mãos envolveram a minha toalha, e passaram a comandar o tecido fofo sobre meu corpo.
- Se enxuga direito, Demi. - ouvi a voz dele soar rouca em meu ouvido. Dei uma risadinha meio desesperada.
- Que susto, chefe! - exclamei sorrindo e em seguida virando o meu corpo para ele. - Joe fez com que suas mãos deslizassem pelo meu corpo, por cima da toalha, cobrindo-me numa cautela indigna de sua fama. Ou talvez fosse digna, já que sendo tão galinha e metido a 'putão', deveria tratar mulheres muito bem. Eu só precisava pensar nisso para cair na desilusão, a terrível e inevitável desilusão. Demorei um pouco para levantar meu olhar para ele e me arrependi de ter demorado; a visão que adquiri era a própria encarnação do doce e maravilhoso Deus Apolo. Dei de cara com um sorriso torto e olhos que brilhavam, ofuscantes; cabelos molhados que caiam em sua testa e lábios vermelhos, pelo contato com a água quente do chuveiro. Um sorriso involuntário fez meus lábios contraírem, e eu passei a enlaçar meus braços em volta do seu pescoço.
- Quem foi que ligou? - ele perguntou, encostando nossas testas e roçando nossos narizes.
- Hum... Foi Emily. Parece que eu vou levar uma boa bronca hoje, e com razão.
- Bronca? De quem? Por quê? - senti sua testa teimar
- Primeiro, relaxe. Quem devia estar estressada sou eu. - Ele sorriu - Assim está melhor. Bronca de seu sócio, Ster, por ter me atrasado em mais de uma hora para comparecer à impressão da revista hoje. Suspirei fundo e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, voltei a falar.
- Preciso que você me arranje roupas decentes. Uma calça jeans que eu possa cortar e uma blusa social que eu possa dobrar.
- Demi... Minhas roupas não vão dar
- Eu vou tentar fazer uma mágica. - disse, me desvencilhando de uma vez de seus braços, com um pouco de resistência. - Aproveite e me arranje uma tesoura.
Joe me olhou assustado e começou a dar passos para trás em direção à um enorme armário.
- A maior calça que você tiver! Jeans escuro! - Pedi vendo-o se abaixar para abrir as gavetas, resmungando baixo enquanto buscava o que eu pedia. Dirigi-me e sentei em sua cama maravilhosamente fofa, alisando o lençol fino com a ponta dos dedos, procurando não me preocupar com o que me aconteceria assim que chegasse ao trabalho naquele dia.
10 minutos depois...
Encarava minha imagem ao espelho. A calça masculina havia sido cortada a ponto de formar um mini-saia; a blusa xadrez, vermelha e preta, foi dobrada, formando um blusão estilo country. Meus cabelos molhados haviam sido penteados para trás - paciência nunca fora meu forte -, e meu rosto estava limpo e estranhamente claro: sem orelhas, marcas de expressão, linhas que pudessem entristecê-lo. Meus pés estavam com os mesmo scarpins do dia anterior, negros e sujos.
Quando me virei de costas para o espelho, dei de cara com Joe já vestido, parado, estático à minha frente com uma expressão boquiaberta. Vestido daquele modo sexy de sempre: calça, sapatos e blusa sociais - a blusa com os primeiros botões abertos. Aproximou-se de mim com um sorriso tarado nos lábios e sussurrou um 'uau' perto do meu ouvido, fazendo-me estremecer com o sopro do seu hálito quente. Beijei-lhe a bochecha, deixando escapar um risinho.
- Você vai me deixar lá? - perguntei me afastando e pegando minha bolsa, colocando-a sobre o ombro.
- Vou com você.
- M-mas não é necessário... É rapidinho que a gente faz a impressão e... - passei a me embolar com as palavras. Imaginei como seria quando Ster, digo, Senhor Knight nos visse de mãos dadas. As imagens eram catastróficas, principalmente aquelas que indicavam o Ster mais rude, arrogante e exigente. Meu corpo reclamou com essa conclusão. Eu estava cansada demais, não suportaria mais aquela jornada estúpida de trabalho.
- Não vou atrapalhar, juro. Além do mais, se eu tiver lá, Ster será menos chato com você. - Joe disse dando de ombros.
- Isso se você não ajudar ele a ser insuportável.
- Bem... Desculpe-me por aquilo. É que você irritada fica uma... - aproximou-se e apertou minhas bochechas - gracinha!
Não controlei uma risada debochada.
- Ah, ótimo, que divertido encher o meu saco. WOW! - falei transbordando ironia, gesticulando com um sorriso sarcástico. Ele riu, e eu o fulminei com o olhar.
- Calma, Demi, agora eu já encontrei outro jeito de achar você uma gracinha. - arqueei uma sobrancelha - Quando você sorri por minha causa. Quando seus olhos brilham de malícia e, principalmente, quando você está com vergonha... - abaixei a cabeça, sorrindo sem graça - como agora.
Joe levantou o meu rosto pelo queixo, aproximando nossos rostos enquanto eu ainda tinha um sorriso bobo nos lábios. Beijou-me logo em seguida; lentamente, deliciosamente. Minhas mãos seguravam seu rosto e as dele dançavam pela minha cintura, subindo e descendo, apertando; logo aquelas mãos fizeram um trajeto malicioso, e meus braços apressaram-se em contornar seu pescoço, puxando-o mais para perto e fazendo-nos ofegar com um beijo mais rápido e selvagem. As coisas estavam começando a esquentar novamente quando algo tremeu entre nossos corpos.
- Merda. - Resmunguei, pegando o celular do bolso da frente da saia. Assim que o tive em mãos, ele parou de tocar. Uma mensagem recebida. Visto que a remetente era Emily, já imaginava o que estava escrito na mensagem, então simplesmente ignorei, colocando o celular dentro da bolsa. Levantei um olhar significativo para Joe, inspirei o ar para reanimar meus pulmões ainda enfraquecidos com o beijo, e então murmurei:
- Precisamos ser rápidos. Joe puxou-me pela mão, guiando-me para fora da sua grandiosa casa. Sentia-me perdida vendo tantos cômodos passarem por mim, tantas portas, tão indiscriminadamente. Poupei elogios e até mesmo comentários, fazendo com que chegássemos à garagem
- Wow. - deixei escapar; completamente insana para alisar o capô daquele carro majestoso - É linda - Acrescentei, saindo do estado de choque e me aproximando vagarosamente do carro. Consegui tirar os olhos da Land Rover para reparar mais duas luzes que ofuscavam meus olhos: Um jaguar XF negro e uma Mercedes prata dignas de um executivo prepotente e um rapper milionário, respectivamente. Estava completamente confusa: Como assim ele tem três carros divinos e eu ando de metrô? Que mundo injusto, pensei.
Virei-me para Joe com meus olhos brilhantes e percebi que os seus estavam da mesma forma, e não era pelos carros. Não, o mundo não é tão injusto. Sorri para ele e ele retribuiu largamente, murmurando um 'obrigado' e passando ao meu lado, abrindo a porta da Land Rover. Com meus olhos dividindo atenção entre olhos tentadores e carros reluzentes, dirigi-me ao carro e sentei-me no confortável banco de couro. Joe fechou a porta e correu, dando a volta pelo carro e entrando, fechando a porta e rapidamente colocando a chave na ignição, ligando o motor daquela maravilha terrena.
O ronco do motor soou como adorável melodia aos meus ouvidos, eu adorava a potência das máquinas. De todas elas. Inclusive de Joe.
Suspirei e vi o meu chefe ligar o rádio e, com um controle remoto, abrir o portão da garagem; deu de ré e logo estávamos a caminho da Revista Music London.
O trajeto foi praticamente silencioso. Além do som do motor do carro, eu só ouvia outros dois sons: o rádio, que tocava novos hits; e o som da respiração calma de Joe, que eu fazia questão de me concentrar para ouvir.
De repente, enquanto esperávamos uma das últimas sinaleiras até o grande prédio da Revista, Joerompeu o silêncio, sua voz um pouco afobada. - Do que você tem medo, afinal?
Olhei para ele, que tinha os olhos fixos no horizonte. Seu perfil explicitava a seriedade de sua expressão, e também a intenção sincera daquela pergunta.
- Eu... Não tenho medo de nada. - respondi veemente.
- Mas você hesitou que eu viesse. Se você não quiser mais a gente... - suspirou - a gente simplesmente esquece o que aconteceu. Eu...
- Cala a boca, Joseph. Não fala merda. - disse franzindo a testa. Joe virou o rosto para mim, relaxando seus olhos abundantes nos meus. - Eu não quero terminar com isso.
Minha frase pareceu um pouco infantil depois que a analisei novamente. Mas aquela era a verdade. Não queria me separar dele. Gostava dele, ele me fazia um bem imensurável; eu tinha criado uma dependência pelo meu próprio chefe. Que tipo de funcionária sou eu, relacionando-se de tal maneira com seu próprio chefe, envolvendo-se inconseqüente, como uma adolescente? Poderia ser ridículo, mas eu não iria abrir mão dele. E como uma criança birrenta, repetiria: Não quero, não vou, daqui ninguém me tira. Consciência, você não é minha mãe.Os olhos dele ainda estavam confusos, as sobrancelhas juntando-se no meio da testa.
- Então o quê? - perguntou.
- Então o sinal abriu e tem gente buzinando. - interrompi a tensão da conversa, deixando que a realidade fora do ambiente me impedisse de falar algo impensado.
Talvez o momento mais tenso foi a guerra de palavras que se fazia na minha mente; eu tinha que saber falar as coisas sem que ele sequer cogitasse qualquer paixonite aguda pelo Senhor Knight por mim (e vice-versa).
Assim que o carro estacionou, tomei ar; Joe tirou a chave da ignição e antes que ele saísse do carro bruscamente - talvez batendo os pés - segurei seu braço com força, chamando sua atenção.
- Você se lembra do que o seu sócio fez comigo durante essa semana?
- Então ele é o problema? - interrompeu.
- Shhh... - coloquei o dedo indicador sobre seus lábios macios - Apenas diga 'sim' ou 'não'. - soltei seus lábios.
- Sim.
- Então você sabe que não foi fácil. Minhas energias estão esgotadas. Eu fiz o meu trabalho e o dos outros, entrava sete horas da manhã e só saia depois da meia-noite. Eu não dormi e nem comi direito. - suspirei - Do jeito que as coisas andam, se Ster me vir arranjando tempo para namorar, vai usar o argumento de que também tenho tempo para trabalhar com mais eficiência. Não quero ser forçada a me demitir, por isso hesitei. Perderia não só o melhor emprego da minha vida, mas também a convivência com... - sorri - meu chefe favorito.
Tentei decifrar suas feições com o término do meu mini-monólogo; ele parecia entender, eu acho.
- Você... entende?
- Eu... - concordou com a cabeça - me desculpe, Demi. Eu não sabia que as coisas andavam assim, não prestei atenção; não tive noção da seriedade. Desculpe-me. - disse com um olhar de clemência.
- Não sinta pena. Isso só foi o porquê de eu ter hesitado, só isso. Joe alisou meu rosto com o polegar, visivelmente preocupado.
- Entendo, claro. - murmurou enquanto se aproximava, beijando todo o meu rosto; bochechas, queixo, testa, olhos, ponta do nariz e, enfim, minha boca. Separamo-nos apenas pelo desconforto das posições. (n/a: Alguém está atrasada para uma certa reunião...)
- Não vou deixar que ele faça isso com você, Srta.Lovato. Não se preocupe.
Ele sorriu torto, fazendo-me relaxar completamente. Podia sentir meu corpo arrepiar-se, provocando um espasmo estranho, uma contração de meus músculos involuntariamente. Nunca vi sorrisos como aquele, capazes de mover músculos alheios, de relaxar, descontrair, apaixonar...
Perguntava-me durante todo esse tempo onde aquele Joe se escondia. Por que ele não apareceu antes? Eu realmente precisava dele; aquilo tudo era bom demais para ser verdade.
*
- ALELUIA! - exclamou Emily ao me ver, logo arregalando os olhos por dois motivos: a minha roupa e a minha companhia. - Jesus Cristinho - ela murmurou perto do meu ouvido, entrelaçando seu braço no meu e me puxando para a sala de impressão. Joe havia ficado para trás quando seu celular tocou; mandei-lhe uma piscada de olho e ele sorriu, mordendo o lábio inferior, enquando parecia não se importar nem um pouco com a voz do outro lado do telefone celular. Fui forçada a tirar meus olhos dele quando precisei medir meus passos, ou acabaria tomando uma queda daquelas.
Imperceptível à minha mente que ainda tinha imagens do sorriso do meu chefe favorito, meu mais novo arquiinimigo materializou-se à minha frente, com uma cara enfezada. Assim que os olhos de Ster desceram minha roupa - às minhas pernas descobertas -, seu rosto pareceu iluminar-se num sorriso discreto e perverso. Logo aqueles olhos subiram aos meus, completamente sedutores e armados; quando ele comprou aqueles olhos, no rótulo com certeza tinha alguma coisa do tipo: "Olhos assassinos. Exterminam até a sanidade feminina." ou uma marca do Snoop Dog "Sensual seduction"; POR QUE ME OLHAR DESSE JEITO?
Graças a Emily, que havia jogado a revista em meus braços despreparados, voltei à órbita, folheando cada página, tentando - com todas as minhas forças restantes - prestar atenção no que lia.
- Bom dia, Lovato. - ouvi a voz de Ster ecoar. As máquinas de impressão já estavam ligadas, e faziam um som importúno a quaisquer tipo de conversas.
- Dia, Knight. - respondi - vou dar uma olhada nisso num lugar mais silencioso. - disse, dando as costas. Obviamente no mundo da lua, percebi que tanto Ster como Emily me seguiam e eu andava meio sem rumo, apenas fugindo do barulho. Emily correu para o meu lado.
- Puta merda, você não recebeu a minha mensagem? - sussurrou, segurando meu braço e guiando meus passos.
- Recebi. - sussurrei de volta.
- E por que está aqui? - olhei confusa para ela. Seus olhos vinham fulminantes, preocupadíssimos.
- Não entendi.
- Ster está prestes a...
- Hey, vocês duas, aqui no meu escritório. - disse Ster, abrindo a sua sala e entrando.
Voltamos em alguns passos, entrando lá também. Sentei-me num sofá que encontrei e cruzei as pernas, finalmente me concentrando no que fazia. Sentia os olhares de Ster fixados em mim - e o ignorava avidamente -, também ouvindo resmungos preocupados de Emily. Foco, foco...
- Bom dia, trabalhadores! - ouvi a voz de Joe e apenas sorri, em completo desespero, sem tirar meus olhos das páginas da Revista, conferindo rapidamente as imagens.
Poucos segundos, e um peso surgiu no sofá de dois lugares; o peso beijou minha bochecha, sussurrou 'oi' no meu ouvido e eu não conseguia me segurar: Precisava ver a cara de Ster.
Mesmo diante de um visual belíssimo, Ster estava pasmo. Boquiaberto, olhos levemente arregalados, as mãos segurando mais fortemente a ponta da mesa de vidro em que encostava seu corpo másculo - a mesa de vidro gêmea a da noite passada. Levei meu olhar rapidamente a Emily, que tentava segurar seu riso com a mão e virava-se de costas rapidamente, para não ser descoberta. Eu via as narinas de Ster inflarem como as de um dragão e seus lábios estavam crispados.
- Qual é o problema, Ster? - Joe apressou-se em perguntar.
Eu tentava inspirar o ar, mas tudo que sentia era o cheiro entorpecente do perfume de Joe e aroma hilariante que vinha da reação - não sei se esperada ou inesperada - do Ster. E agora, o que ele faria? Se tentasse colocar mais trabalho em mim, Joe impediria, como prometido. Se falasse alguma coisa sobre relações intra-pessoais dentro da empresa, eu faria questão de jogar na cara dele que ele namora com uma redatora, conhecida como Tiff. Ele não tinha chances se não aceitar, e ficar calado, quieto, NA DELE.
Voltei meus olhos para a revista, esperando ouvir a voz de Ster responder, fingindo-me de desentendida.
- Lembrei de alguns problemas, depois discutimos isso. - disse Ster. O som das máquinas era o único ouvido por mim; o silêncio era claro e constrangedor naquela sala. Eu apenas levantei o olhar para trocar palavras inaudíveis com Emily, que solamente mexia a cabeça negativamente. Senti o braço de Joe envolver o sofá por cima da minha cabeça, e virei a última página, finalmente terminando.
- Pronto, tudo O.K. - disse, soltando o ar de vez.
Ster se aproximou e pegou a revista da minha mão, procurando não me olhar.
- Então, Lovato, qual é a sua histórinha sobre o seu atraso de hoje? - perguntou. Vi Joe tomar ar para responder, então toquei a sua coxa de leve, chamando sua atenção e sussurrando um 'deixe comigo'.
- Eu estava dormindo, comendo, vivendo. Essas coisas que todo humano faz e você me impediu de fazer durante a semana. - Respondi com certa petulância, mas finalmente deixando que aquelas palavras se livrassem de sua prisão na minha garganta.
- Esse é um modo de dizer que você estava com o Joe? - ele perguntou, visivelmente furioso, mas com uma voz calma, cínica.
- Se você quiser interpretar dessa forma...
Vi Joe abaixar a cabeça ao meu lado, escondendo seu risinho debochado. Por que ele estava rindo mesmo? O momento é tenso, o ar está pesado, é tudo cáustico, catastrófico, enlouquecedor!
Do outro lado da sala, Emily finalmente parava de querer rir - ela realmente me entendia! - e tinha a expressão mais do que séria. Eu tentei ler seu olhar, mas ela virou seu olhar e pegou a revista da mão de Ster antes que ele começasse a amassar todo o nosso trabalho.
- Emily, pode começar a impressão. Vocês não precisam mais de mim e nem da Demi, não é? - Joe interrompeu o momento, levantando-se e estendendo sua mão para que eu levantasse. Segurei sua mão com certa cautela, tentando me equilibrar em pernas que tremiam.
Emily concordou com a cabeça e saiu em passos apressados, deixando-me sozinha com meus dois chefes. Ster folgou a gravata e ajeitou os cabelos - bagunçando-os -, fazendo uma pose avassaladoramente sexy. Exatamente do jeito que ele fazia na frente da minha sala, com aquele sorriso, aqueles olhos estonteantes, aquela boca bem delineada... O que eles estavam fazendo comigo?
De um lado, Joe abraçava minha cintura, exigindo os espamos pela sua presença sobrenaturalmente divina. Pelo outro lado, Ster parecia ler minha mente, sabendo exatamento o jeito em que eu me derretia por ele, não, muito pior, sabendo que eu me derretia por ele. Equilibrei-me apenas quando coloquei meu braço ao redor da cintura de Joe:
- Não, Joe. Meu trabalho aqui é só esse, já podemos ir. - respondi e comecei a andar em direção a porta, quando senti Joe para de se mexer. Ster prendeu seu braço, impedindo-nos de continuar nossa jornada para um bom fim de semana.
- Sentem-se vocês dois. Precisamos conversar. - disse Ster, fazendo-me arrepiar até a estrutura esquelética. Medo, dúvida, cheiro enebriante, força sobrenatural, homens divinos, chefes, relação, sexo, loucura, loucura, LOUCURA!
MEU DEUS! que capítulo posta logo por favor! *_*
ResponderExcluirOOOOOOOOOOMG TO MEGA CURIOSA PRA O QUE VAI ACONTECER, POSTA LOOOOGO!
ResponderExcluirPOste logo minha flor
ResponderExcluirPosta looogo to adorando a história *-*
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